Leco se derrete e Ricardo Gomes exige “conduta São Paulo” dos atletas - Gazeta Esportiva
Leco se derrete e Ricardo Gomes exige “conduta São Paulo” dos atletas

Leco se derrete e Ricardo Gomes exige “conduta São Paulo” dos atletas

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar

16/08/2016 às 19:11 • Atualizado: 16/08/2016 às 19:12

São Paulo, SP




Seis anos se passaram e a impressão que ficou diante da apresentação oficial de Ricardo Gomes como novo treinador do São Paulo, agora para sua segunda passagem no clube, é de que nunca houve um desejo de separação deste vínculo, apesar do treinador não ter resistido à eliminação na Copa Libertadores de 2010, quando o Tricolor era presidido por Juvenal Juvêncio. Nesta terça-feira, sobraram palavras de carinho, elogios e revelações de saudades na sala de imprensa do CT da Barra Funda.

“Eu, primeiramente, quero deixar registrado que pedi licença aos homens que dirigem o futebol do São Paulo para que eu pudesse ter esse momento de grande prazer pessoal de estar aqui, em nome do São Paulo, para recepcionar essa figura por quem eu tenho grande admiração, pelo homem que é, pelo profissional que é e porque, em sua chegada em 2009, eu estava presente. Participei da cena de sua apresentação, e a trajetória dele aqui em 13 meses foi, para nós, muito vitoriosa. Só temos palavras elogiosas e positivas para o que ele foi no São Paulo. É com muito gosto que estou aqui, sentado ao lado do Ricardo Gomes. Bem vindo, Ricardo”, iniciou o presidente Leco, que à época da primeira passagem do técnico pelo clube ocupava o cargo de vice de futebol.

“Agradeço a essa casa, esse clube, que eu aprendi a gostar antes mesmo de chegar, em 2009. Falei para os jogadores ainda hoje, antes mesmo de conhecer, dentro do Seleção (como jogador), aprendi agostar do São Paulo pelo o que amigos falavam, pelas conversas. Esse retorno, depois do meu acidente, me deixa muito feliz e querendo fazer melhor ainda do que fiz em 2009 e 2010”, emendou Ricardo Gomes, contagiado pelo momento de nostalgia.

O presidente Leco confirmou que o contrato de Ricardo Gomes não prevê data de vencimento ou multa rescisória (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
O presidente Leco confirmou que o contrato de Ricardo Gomes não prevê data de vencimento ou multa rescisória (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


Mas para reviver esse momento, Ricardo Gomes precisou largar o Botafogo em meio ao Campeonato Brasileiro. Sempre citado por seu bom caráter e ética profissional, o treinador não entende que cometeu alguma indelicadeza com o alvinegro carioca e ressaltou que tudo foi resolvido sem maiores transtornos.

“Quando se deu a proposta do São Paulo, ai veio toda a memória, a recordação do clube, que eu comecei agostar ainda na Seleção. Ai conversei com presidente do Botafogo, tivemos uma conversa franca. Achei que seria melhor para mim e ele permitiu. Foi bem simples, uma conversa, um almoço”, contou Ricardo Gomes.

Antes de comandar seu primeiro treino, o sucessor de Edgardo Bauza e André Jardine conversou com o elenco no centro do gramado, ainda sem a presença da imprensa. Questionado sobre o teor da reunião, Ricardo Gomes foi firme e já mandou seu primeiro recado ao elenco, que venceu apenas um jogo nos últimos sete desafios da equipe.

“Citei alguns exemplos. Se eu voltei para o São Paulo não foi por acaso. Eles conhecem meu trabalho e certamente fiz coisas boas e não tão boas, mas tem uma conduta, a conduta São Paulo. Primeiro toque que tem de exigir é o comportamento São Paulo. Muito profissionalismo, muita entrega. Isso já começou. Quem não entendeu, está fora. Não dá pra ficar assim. 12º? Não dá, né? Não vai ser fácil, mas essa conduta é uma condição que eu não abro mão”, ressaltou, antes de voltar a exemplificar o que entende como uma peculiaridade do São Paulo.

“Eu cheguei aqui no almoço e parece que o tempo não passou. Conversando com as pessoas, você pensa: ‘não é possível’. Isso é o São Paulo. Mantém funcionários, jogadores...O Lugano é um exemplo. Voltou pela conduta São Paulo”, ratificou o técnico, que assinou um contrato que não prevê multa rescisória ou prazo de vencimento.


“É um contrato celebrado por tempo indeterminado. Temos uma relação de confiança e história de um lado e de outro que nos deu uma tranquilidade de ajustar que o contrato dele não tenha prazo, até porque isso não vincula ninguém, não segura ninguém”, explicou Leco.


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