A convite da Gazeta Esportiva, Cuca posa com sonhada faixa de campeão - Gazeta Esportiva
Edoardo Ghirotto e Bruno Ceccon
São Paulo
12/12/2016 08:15:09
 

Foram 24 anos de espera até Alexi Stival, o Cuca, vestir a faixa de campeão pelo clube que torce desde a infância. A promessa que havia feito ao torcedor do Palmeiras durante o vice-campeonato paulista de 1992 finalmente teve fim. A convite da Gazeta Esportiva, o técnico campeão brasileiro posou com o tão sonhado adereço e se divertiu ao colocá-lo no peito.

Cuca se despediu do Palmeiras com um triunfo por 2 a 1 diante do Vitória, no domingo, no Barradão. Mas o título já estava assegurado desde o último dia 27, quando a equipe venceu a Chapecoense por 1 a 0, no Palestra Itália. Por questões pessoais, o treinador preferiu não renovar o contrato com o clube e deverá ser substituído por Eduardo Baptista.

“É bom demais colocar essa faixa”, disse o técnico, enquanto tentava imitar os gestos que caracterizaram a sua passagem como jogador pelo Palmeiras. “Conquistá-la foi muito difícil, porque foi preciso medir forças com Flamengo, Atlético-MG, Corinthians, Grêmio…”, recordou.

Em 1992, Cuca tinha 28 anos e chegava ao Palestra Itália para atuar como atacante. O time, que não conquistava títulos desde 1976, já contava com o investimento da Parmalat para montar uma equipe de destaque. Mazinho, César Sampaio, Evair e Zinho eram outros nomes que compunham o elenco.

A passagem de Cuca ficou marcada pelo gesto da faixa. Ao anotar seu terceiro gol pelo Palmeiras, na vitória por 2 a 0 contra o Ituano, pelo Campeonato Paulista, o atacante correu para as arquibancadas do antigo Palestra Itália e levou a mão direita do ombro esquerdo ao lado oposto da cintura, como se estivesse colocando o adereço dos campeões.

“Sempre que vencemos ficamos mais próximos da classificação e também da disputa pelo título. O gesto que fiz foi para mostrar à torcida que a cada ponto que somamos colocamos um pedacinho da faixa no peito. Existem outras grandes equipes, mas essa história de considerar o Palmeiras azarão é papo furado”, disse o atleta, na época, ao jornal A Gazeta Esportiva.

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O título estadual não veio. O Palmeiras foi derrotado na final pelo poderoso São Paulo, de Telê Santana. E Cuca transferiu-se para o Santos em dezembro daquele ano, após sete gols marcados em 24 jogos. Já sem o atacante, a equipe encerrou o jejum com a histórica conquista do Paulistão de 1993.

Por toda a identificação com o Palmeiras, Cuca abriu um sorriso ao ver que a reportagem da Gazeta Esportiva estava à sua espera na gravação do Troféu Mesa Redonda, da TV Gazeta, com a faixa de eneacampeão brasileiro. Ele pediu para a esposa Rejane Stival aguardar por alguns minutos e posou para fotos com o adereço.

“Cada hora tivemos um adversário diferente, então foi muito complicado. Conseguimos passar por todos eles com supremacia e ficamos 29 rodadas na liderança. É muito gostoso, isso me deixa muito feliz e orgulhoso de tudo o que foi feito”, disse Cuca, que havia vestido a faixa apenas na festa do oficial do clube, fechada à imprensa.

Assim como na época de jogador, Cuca havia garantido aos palmeirenses que conquistaria o troféu brasileiro nesta temporada. A promessa de romper com o jejum de 22 anos sem títulos do campeonato foi feita após o treinador acumular tropeços na Copa Libertadores e no Paulistão.

Ao comparar as duas previsões, Cuca disse que a deste ano foi de longe a mais ousada. “Lá em 1992, se não desse certo, eu era só jogador, ia embora do clube e pronto. Agora eu era o comandante. Precisaria me explicar se não tivéssemos conseguido [o título]. Quando você mexe com o coração do pessoal tem que arcar com as consequências depois. Graças a Deus deu tudo certo e não preciso ficar pagando nada”, afirmou.

As metas de Cuca para 2017 são passar mais tempo com a família – pretende fazer uma nova viagem de lua de mel com a esposa – e aprimorar os métodos de trabalho. Ele seguirá para a Itália após as festividades de final de ano para estudar a forma como os técnicos de Milan, Inter de Milão e Napoli têm treinado os seus jogadores.

Sobre o sucessor no Palmeiras, Cuca ainda não tem muito a dizer. Mas gostou da escolha de Eduardo Baptista. “É um bom nome, ele está fazendo um trabalho muito bom. É um cara cheio de ideias novas e que tem uma vontade enorme de fazer as coisas acontecerem”. À distância, ele promete seguir acompanhando o time do coração. “Torcerei para dar certo”.



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