A menos de um do ano do fim de seu contrato com o São Paulo, Muricy Ramalho acredita que não estará mais trabalhando quando Rogério Ceni puser em prática o projeto de virar treinador. O atual comandante da equipe brinca, porém, e se candidata a virar auxiliar do maior ídolo do clube no futuro. “Não sei se vai dar tempo. Eu quero dar uma descansada (depois do fim do ano), e não sei se ele vai se preparar antes, qual vai ser o futuro dele em relação a isso. Se ele vai se preparar ou (se vai assumir a função) de uma vez. Não sei. Quem sabe um dia viro auxiliar dele?”, disse, ao final da vitória de domingo sobre o Marília. “Aí ele vai ver o que é bom para tosse”, riu.
A ideia inicial do goleiro de 42 anos é estudar e fazer estágio com diversos treinadores mundo afora. Como seu vínculo vai até 6 de agosto – com possibilidade de renovação, mas principalmente caso o São Paulo vença a Copa Libertadores –, começam a surgir especulações de que ele talvez possa se dedicar ao projeto já nesta temporada.
Ao mesmo tempo, Muricy vive dias de incerteza no comando do time. Pressionado de forma velada desde o início do ano, o técnico recebeu garantia em carta do presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, de que continuará no cargo até o fim do ano. Ele, no entanto, não se vê tão absoluto assim.
“Existe parceria com a diretoria, mas futebol é muito dinâmico. Eu não fico triste com isso também. Estou nisso há muitos anos, futebol é dinâmico. Se não tem resultado, o cara até pode querer morrer abraçado, mas não dá. Às vezes, você morre sozinho. Se falar outra coisa é hipocrisia”, falou Muricy, cujo principal apoiador interno é o vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro.
“Tenho alguma convicção de que, se eu for treinador um dia, ainda vou ganhar a Libertadores no São Paulo como treinador. Se eu realmente seguir essa função, tenho esse objetivo”, falou o goleiro, em dezembro do ano passado, à TV Bandeirantes.