Gazeta Esportiva

Cubano Leal estreia pelo Brasil e segue passos de atletas naturalizados

A partir desta quinta-feira (28), a Seleção Brasileira masculina vai disputar a Liga das Nações e um nome dentre os convocados de Renan Dal Zotto chama atenção para o torneio. Pela primeira vez, o cubano, agora naturalizado brasileiro, Yoandy Leal está entre os jogadores que defenderão as cores do Brasil, depois de anos esperando o prazo da Fiba pela troca de nacionalidade.

Agora na Itália, Leal virou ídolo do Cruzeiro em sua passagem pelo Brasil (Foto: Inovafoto/CBV)

Apesar de ter jogado por Cuba, Leal deixou o país em 2011, por conta de todas as restrições que os atletas sofrem, como por exemplo, não poder jogar em clubes de outros países. Foi jogando pelo Cruzeiro que o ponteiro começou sua história com o Brasil, conquistando títulos e destaque internacional como um dos melhores jogadores do mundo. Em 2015, o cubano pediu a naturalização, mas teve sua liberação da Confederação cubana só em 2017. Sendo assim, são dois anos de prazo exigido pela Fiba, para a regularização de atletas naturalizados. É por isso que, só agora, Leal estreará pelo Brasil, disputando a Liga das Nações.

É a primeira vez na história que a seleção de vôlei masculina terá um jogador que não nasceu no Brasil. Apesar do ineditismo na modalidade, casos como o de Leal não são raros e até mesmo no futebol, onde o país é um famoso celeiro de craques, estrangeiros já apareceram defendendo a amarelinha.

Um caso recente de naturalização que chamou a atenção por pouco acontecer, foi a de Andreas Pereira. Nascido na Bélgica, mas filho de brasileiros, o meio-campo do Manchester United escolheu defender a nação dos pais e foi chamado por Tite, para disputar amistosos, em 2018. O jogador acabou com um jejum de 100 anos da Seleção sem nenhum estrangeiro naturalizado, coisa que havia acontecido apenas três vezes, no começo do século 20.

Na década, Leal tem a companhia de alguns casos famosos, como Larry Taylor, americano que passou a defender a Seleção Brasileira a partir de 2012. Enquanto no tênis de mesa, Gui Lin, chinesa que, também em 2012, se naturalizou e se tornou brasileira.

Há mais tempo, no entanto, o Brasil conseguiu resultados expressivos graças a atletas que se naturalizaram. Chiaki Ishii, nascido no Japão, foi o primeiro brasileiro a subir ao pódio olímpico, em 1972. Além dele, Antônio Sucar, argentino, que se naturalizou aos 20 anos, participou do melhor momento do basquete brasileiro da história, conquistando quatro ouros com a Seleção, incluindo o Mundial de 1963.

Na última Olimpíada, no Rio de Janeiro, foram 23 atletas naturalizados, dentre os 465 que representaram o Brasil, sendo uma parte bem pequena da delegação. Mesmo não tão comum no país, a naturalização trouxe bons frutos para o esporte brasileiro e, com Leal, um dos melhores ponteiros do vôlei mundial, a Seleção deve ficar ainda mais forte para o ciclo dos Jogos de Tóquio em 2020.

 

 

 

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