Marco Aurélio Cunha teme que Doriva seja consumido por crise política - Gazeta Esportiva
Marco Aurélio Cunha teme que Doriva seja consumido por crise política

Marco Aurélio Cunha teme que Doriva seja consumido por crise política

Gazeta Esportiva

Por Redação

16/10/2015 às 12:36

São Paulo, SP

Superintendente de futebol do São Paulo durante oito anos, tendo participado da conquista de uma Copa Libertadores e de um Mundial de Clubes, Marco Aurélio Cunha, atualmente, ocupa-se em reorganizar o futebol feminino do Brasil. No entanto, não abandonou o São Paulo, clube com o qual tem estreita relação. Ao analisar o momento tricolor, Cunha disse ser fã de Doriva, mas teme que o novo técnico seja encoberto pela instabilidade que toma conta dos bastidores.

Acompanhando todo o desenrolar do confuso mandato de Carlos Miguel Aidar à distância, Marco Aurélio Cunha falou à ESPN Brasil na manhã desta sexta-feira e admitiu não saber se o técnico Doriva, que já atuou pelo Tricolor como atleta, veio ao CCT da Barra Funda em um momento certo. “Duvido que ele negasse essa chance, mas eu não teria proposto isso a ele agora. Ele vai ser consumido pelo momento e não merecia isso. Quando há mudança, há risco. Só espero que deem a ele o tempo necessário para trabalhar”, declarou.

Manifestando-se minimamente sobre a renúncia de Aidar, reconhecendo que a “gestão foi péssima” e que “daqui há 20 anos ninguém vai lembrar de Aidar”, Marco Aurélio Cunha preferiu elogiar Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que assumiu o cargo para convocar novas eleições presidenciais. Em tempo, o ex-dirigente acredita que não deveria haver uma disputa política para definir o sucessor do antigo mandatário.

Marco Aurélio Cunha aposta no perfil de Leco, mas não descarta candidatura no futuro (Foto: Divulgação)
Marco Aurélio Cunha aposta no perfil de Leco, mas não descarta candidatura no futuro (Foto: Divulgação)


“O Leco é o que representa esse momento do São Paulo. Ele é o presidente do Conselho Deliberativo e, na minha opinião, não tinha que ter disputa. Ele tinha que conduzir o São Paulo a uma normalidade financeira e técnica, sem acobertamentos. Não é fazer acordos. Temos que investigar cada passo que aconteceu dentro do clube, mas sem facilidades. O Leco é um cara do bem, sujeito competente, e acho que pode fazer um ótimo trabalho nessa transição”, opinou, reconhecendo que, como já diria o dito popular, ‘roupa suja se lava em casa’.

“O presidente precisa, de forma estrutural, arrumar o clube. Espero que no meio interno estejam tentando arrumar a casa, ouvindo as diversas correntes políticas do clube, para fazer uma gestão equilibrada. Se ele começar a abrir isso publicamente, vai ficar pior para o São Paulo. Ele não tem necessidade de contar para todo mundo, é um problema para resolver em casa. A pauta do São Paulo deve ser a sua organização”, prosseguiu Cunha, revelando que, há quatro anos, desde que deixou o clube, já notava o ambiente turbulento nos vestiários.

Atualmente responsável por organizar tudo que concerne ao futebol feminino nos Jogos Olímpicos, Marco Aurélio Cunha não se comprometeu com o São Paulo, mas se mostrou disposto a ajudar no que for preciso. O ex-dirigente não esconde o sonho de, um dia, ser presidente do Tricolor, mas quer alcançar o cargo sem maiores manobras e independentemente da resistência do Conselho, outro fato que foi apontado.

“A rua inteira me pede isso, mas não sei se o conselho pede. O Conselho ainda tem algumas divergências. Eu me sinto totalmente preparado, são mais de 30 anos no futebol, passando por diversos clubes e também Seleção. Eu preciso respeitar o Conselho. Se alguém precisar da minha ajuda, estou absolutamente à disposição. Se for uma convergência, para conviver com movimentos diferentes, pode ser o meu lugar. Mas se for para matar o adversário, passar dossiê para a imprensa... Esse não sou eu”, finalizou.

Conteúdo Patrocinado