Veja regras do pacto para eleição do Santos; possíveis candidatos questionam "aliança" - Gazeta Esportiva
Veja regras do pacto para eleição do Santos; possíveis candidatos questionam "aliança"

Veja regras do pacto para eleição do Santos; possíveis candidatos questionam "aliança"

Gazeta Esportiva

Por Lucas Musetti Perazolli

10/07/2020 às 16:11 • Atualizado: 10/07/2020 às 18:54

Santos, SP

Nomes importantes da política do Santos anunciaram um "pacto" para a eleição, previamente marcada para a primeira quinzena de dezembro.

Andres Rueda, Rodrigo Marino, Nabil Khaznadar, Marcelo Teixeira e Marcelo Teixeira Filho, José Renato Quaresma, Walter Schalka, Celso Jatene, José Berenguer e Eduardo Vassimon decidiram unir forças. De acordo com Jatene, o vice-presidente Orlando Rollo também faz parte do grupo.

A ideia é não dividir votos e definir, por consenso, candidatos a presidente e vice e integrantes do Comitê de Gestão posteriormente.

Andres Rueda detalha regras de pacto para a eleição no Santos (Foto: Divulgação)


Segundo Rueda, algumas regras foram debatidas e aceitas pelos conselheiros para definir um projeto único e evitar "rachas" até o fim do ano.

"A situação do nosso clube é desesperadora tanto na parte financeira/moral bem como na parte de gestão. Qualquer um que ocupe a cadeira de presidente em 2021 vai ter que encarar uma situação catastrófica e não adianta ficar chorando com lamurias de que o caos foi deixado por gestões passadas. Temos que resolver. Com esse cenário, alguns santistas resolveram se aliar num pacto de ética e de gestão, deixando de lado vaidades políticas e desavenças passadas para juntos tirarem o clube desta situação que atravessa. O pacto não poderia ser diferente do que agregar regras claras aceitas por todos", disse Andreas Rueda, candidato na eleição de 2017.

"Todos os participantes do pacto abriram mão de candidatura própria, aceitando desde já o cabeça de chapa que os representará, escolhido de maneira consensual. Não haverá reeleição. Todos os pré-candidatos e candidatos foram convidados a participar. O CG será escolhido tecnicamente, sem garantia de cadeiras a nenhum dos participantes. Marcelo Teixeira, Schalka, Berenguer e Nabil não serão candidatos por opção deles. É um plano de trabalho pela recuperação do clube em 10 anos", completou Rueda.

Veja as regras abaixo:


"1- administração colegiada e transparente;
2 - demissão do Comitê de Gestão só com a anuência da maioria dos membros;
3 - apresentação de organograma que sinalize o modelo e as prioridades da gestão;
4 - qualquer contratação tem de ser baseada no perfil curricular;
5 - diretor de futebol profissional comprometido com metas e orçamento pré-estabelecidos;
6 - fluxo de caixa com prioridades estabelecidas por lei e pelo CG;
7 - recadastramento e ampliação do quadro associativo e implantação do voto à distância;
8 - equacionamento da dívida;
9 - política financeira austera adequando receita x despesa".



Candidatos questionam


Possíveis postulantes à presidência do Santos duvidam da união dos nomes citados acima e definem a tentativa como "aliança".

"Independentemente da composição eleitoreira que denominaram “pacificação”, percebemos que a velha política persiste no Santos. Como de costume, lutamos por aquilo que acreditamos ser melhor para o clube e seguimos firmes e fortes neste pleito, convictos de que o(a) associado(a) espera e deseja a renovação no Santos", disse Milton Teixeira Filho.

"Ontem recebemos a notícia da tentativa de uma autoproclamada ‘pacificação’ em torno do Santos. Não é surpresa e nem é inédito. Estes movimentos e o termo ‘pacificação’ vêm sendo utilizados com claros objetivos eleitorais há vários anos no clube – nunca, no entanto, com o objetivo de serenar os ânimos dos santitas ou de causar uma discussão profícua em torno do futuro. O termo correto é ‘aliança eleitoral' e vem se repetindo nos últimos anos. Se estes ‘santistas’ estão realmente interessados em paz e serenidade, tenho uma proposta mais prática. Que todos os eventuais candidatos à presidência se reúnam. Que procuremos o presidente José Carlos Peres com a proposta de formarmos um Comitê para acompanharmos as decisões da diretoria nos próximos meses, com o objetivo de termos um final de ano com menos traumas e um processo eleitoral em alto nível, propositivo e, efetivamente, COM PAZ. Eleita a nova chapa, os candidatos assumem o compromisso de diálogo permanente, o que não eximirá o vencedor de críticas construtivas e do debate inerente ao processo político de qualquer clube. A experiência do Santos mostra que só houve pacificação no clube quando ‘a bola entrou’. Quando ela ‘bate na trave’, as vaidades pessoais surgem, extrapolam o bom senso e a guerra recomeça. Portanto, santista, não confunda os discursos. O que anunciaram ontem foi uma ALIANÇA, não uma tentativa de pacificação", falou Fernando Silva.

"Existe gente boa e ruim em todas as chapas, mas está união tem em sua composição pessoas que ajudaram a produzir 80% de toda a dívida que o Santos tem hoje. Querem ajudar? Pague. Parte do patrimônio dos senhores e quitem a dívida que contraíram em nome do Clube. E para todos aqueles que hoje estão se sentindo traídos, vamos conversar pois eu e outros já tivemos esse mesmo sentimento quando estivemos com estas pessoas que não respeitam NADA e nem NINGUÉM", afirmou Vagner Lombardi.

'Sócios e torcedores do Santos Futebol Clube foram surpreendidos pela notícia de que vários chefes e alguns líderes políticos do clube apresentaram, sob a ótica deles, o que querem que seja a solução para todos os problemas que o clube enfrenta. Acredito que se trata de uma tentativa de submissão do clube ao império da vontade deles através de algo que nem eles próprios conseguem definir. Pacificação, união, coalizão, coligação, enfim, todos os nomes para tentar explicar o inexplicável são colocados e nenhum se aplica de fato", comentou Esmeraldo Tarquínio.

Situação


O presidente José Carlos Peres nega a possibilidade de ser candidato à reeleição. Ele, inclusive, sondou dois membros do Comitê de Gestão para possibilidade de fazer um sucessor: Matheus Rodrigues e Pedro Henrique Dória Mesquita. 

Peres concorda com os demais pré-candidatos e acha difícil o pacto se manter firme até o pleito. Vale lembrar que o presidente se aliou ao vice Orlando Rollo para unir grupos políticos na eleição de 2017. Eles cortaram relações pouco tempo depois da vitória nas urnas.

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