Rueda obteve aval do presidente em exercício Orlando Rollo para negociar com o Hamburgo. Rollo e o superintendente Felipe Ximenes iniciaram a conversa com os alemães e introduziram Andrés Rueda e Walter Schalka, um dos apoiadores da chapa "União pelo Santos".
As tratativas duraram 10 dias. Rueda e Schalka utilizaram técnicas de renegociação após resistência inicial do Hamburgo em função da irritação com o silêncio da gestão do presidente afastado José Carlos Peres.
No começo, o Hamburgo bateu o pé pelo valor total à vista. O Peixe alegou não ter tudo e aconselhou: "É melhor isso do que não receber nada se perdermos pontos. Podemos até ser rebaixados".
O clube alemão percebeu a seriedade dos interlocutores, "amoleceu" e fechou o acordo em 2,5 milhões de euros (R$ 16,4 mi) agora e 600 mil euros (R$ 3,9 mi) em parcelas.
Andrés Rueda emprestou 1,5 milhão de euros (R$ 9,8 mi), com pagamento parcelado a partir de janeiro. O contrato foi feito com o Santos e será disponibilizado ao Conselho Deliberativo. O Peixe, com recursos próprios, separou 500 mil euros (R$ 3,3 mi). Os 500 mil euros restantes são da venda de Jackson Porozo ao Boavista, de Portugal.
"Foi uma negociação difícil. O dinheiro poderia ser emprestado por outras pessoas, mas o principal é a operação financeira realizada. Foram 10 dias de conversas. No começo o Hamburgo estava intransponível. Depois eles perceberam a seriedade, ouviram que não teríamos mais do que isso para oferecer e, no final das contas, conseguimos acertar em 3,1 milhões de euros o que seria de 4,7 milhões de euros. É um sinal de que as coisas podem dar certo com seriedade e técnicas de mercado. Era uma situação de vida e morte, difícil, e conseguimos resolver com muito trabalho. Não foi nada pensando na eleição, até porque alguns podem reclamar e tentar questionar, foi para ajudar o Santos", disse Rueda, em entrevista à Gazeta Esportiva.
"O empréstimo foi feito sem juros e será transparente. E os 500 mil euros do Porozo eu pedi para o Orlando Rollo segurar. Se pagássemos apenas essa parte, poderíamos tranquilizar o Hamburgo e perder tempo. Porque eles tinham a faca e o queijo na mão diante do nosso risco de nova punição Achamos melhor negociar para chegar a um valor cheio no final. Então, além desse aporte (de 1,5 milhão de euros), o Santos entrou com 1 milhão de euros. 2,5 milhões de euros agora e 600 mil parcelados em três vezes bimensais a partir de janeiro de 2021. Foi uma grande negociação", completou o candidato.
O primeiro pagamento, de 2,5 milhões de euros, já foi feito e deve cair na conta do Hamburgo nesta sexta-feira. Com o valor em mãos e o acordo assinado, os alemães retiram a queixa na Fifa e liberam o Santos para registrar novos jogadores.
Jonas Boldt, diretor do Hamburgo, também conversou com a Gazeta Esportiva sobre a negociação.
"Eu tive contato com Orlando Rollo, Walter Schalka e Felipe Ximenes. Eu sei como o futebol sul-americano trabalha e tentei achar um caminho quando reconheci que agora o Santos tem gente mais séria", disse o dirigente.
"É um acordo após quase três anos. Agora conversamos com pessoas mais sérias. Schalka foi muito importante", completou Jonas.
Dessa forma, o Santos pode inscrever o zagueiro Laércio e o meio-campista José Welison, além de regularizar o atacante Jonathan Copete. Em entrevista recente, o técnico Cuca pediu novos reforços. Robinho, livre no mercado, agrada ao presidente Orlando Rollo.
O Santos, além de Andrés Rueda, tem sete pré-candidatos: Daniel Curi, Esmeraldo Tarquínio, Fernando Silva, Milton Teixeira Filho, Ricardo Agostinho, Rodrigo Marino e Vagner Lombardi. Marcelo Teixeira também deve participar do pleito.
