O Santos estreia na edição de 2020 da Libertadores da América nesta terça-feira, contra o Defensa y Justicia, na Argentina. E a realidade deve ser completamente distinta da primeira participação do Peixe na competição continental.
O Alvinegro iniciou sua história na Libertadores contra o Deportivo Municipal, em La Paz, na Bolívia, no ano de 1962. Cerca de 40 mil pessoas lotaram o estádio Hernandes Siles Suaso e viram vitória de 4 a 3 dos santistas.
Só que a movimentação não ficou apenas no resultado. O regulamento à época previa arbitragem do país do time visitante. O já falecido potiguar Olten Ayres de Abreu foi escalado e viveu fortes emoções, de acordo com relato do jornal Folha de S.Paulo.
As informações do periódico indicam reclamação dos bolivianos pelo suposto término antecipado do fim do jogo. O árbitro foi agredido ainda em campo por um jogador do Deportivo e reagiu. Os músicos da banda entraram na briga e a confusão foi armada e só parou com o auxílio policial e a "fuga" dos atletas e juiz.
“O Santos entrou em campo debaixo de aplausos. Estenderam um tapete para o Pelé e lhe entregaram flores. Parecia que seria um jogo tranquilo. Mas a partida foi truncada e muito disputada. O primeiro tempo terminou 1 a 1. No segundo, saíram muitos gols e os bolivianos chegaram a estar ganhando por 3 a 2 até 30 minutos do segundo tempo. O Santos virou para 4 a 3. Quando terminei o jogo, fui agredido e reagi. O Pelé e eu acabamos saindo do estádio no camburão da polícia. Queriam nos matar”, afirmou o juiz Ayres, em declaração publicada pelo Centro de Memória do Santos no site oficial do clube.
O Santos do técnico Lula atuou com Laércio, Getúlio, Olavo e Zé Carlos; Lima e Calvet; Dorval (Tite), Mengálvio, Pagão, Pelé e Oswaldo. Os gols foram marcados por Lima, Mengálvio, Pagão e Tite.
