Gazeta Esportiva

Conselho Fiscal do Santos aponta prejuízo de R$ 41 milhões no semestre e pede punição

Conselho do Santos (Foto: Divulgação SFC)

O Conselho Fiscal do Santos elaborou uma análise sobre as contas do primeiro semestre do clube. O Peixe, de acordo com o órgão, teve prejuízo de R$ 41.679.474,53. O orçamento previa déficit de R$ 2.213.418,88.

O CF ainda apontou prejuízo acumulado de R$ 95.563.844,00 nos dois anos e meio da atual diretoria. O mandato do presidente José Carlos Peres termina em dezembro.

Trecho da análise do Conselho Fiscal (Foto: Reprodução)

Na conclusão do documento, o Conselho Fiscal vê falta de vontade do Santos de “cumprir o orçamento” e sugere ao Conselho Deliberativo punições, além de demonstrar preocupação com rebaixamento.

A Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS) prepara um parecer sobre as contas rejeitadas de Peres em 2019. Os conselheiros podem reforçar o “não” para o balanço e votar um novo processo de impeachment.

O Santos deve responder ao Conselho Fiscal via Portal da Transparência. Haverá uma reunião no Conselho Deliberativo para apresentação destes números nesta terça-feira, de forma virtual.

Veja abaixo partes da opinião do Conselho Fiscal:

“A pandemia somente agravou a situação de fluxo de caixa, porém, não reflete na falta de redução proposta pelo orçamento, essa redução não foi e não será executada por vontade da administração, metade do exercício já se completou sem que o orçamento fosse cumprido em seu amago, a redução dos custos, portanto, a única razão é a falta de vontade com a qual a administração do clube vê a execução orçamentária no rigor de seus números, e ainda falha em comunicar ao Conselheiros e Associados a real situação do clube e quais medidas foram e serão tomadas para proteger nosso clube dos recentes acontecimentos.

Nenhuma causa externa pode ser utilizada como “muleta” para a atual situação do clube, a incapacidade administrativa e a má vontade para com as coisas do clube, levam ao descontrole, a diferença entre o que se PENSAVA arrecadar e o que GASTAMOS ainda é abismal, independente do que arrecadamos ou arrecadaríamos se não fosse a pandemia, o resultado sempre será o de uma conta que ainda não fecha, mesmo no terceiro ano de mandato da administração.

Este Conselho Fiscal tem plena consciência de seus atos, tem certeza de estar cumprido com seu papel e se orgulha disso. Até hoje respeitou, mesmo que não concordando, com o formato pelo qual os trâmites burocráticos e processuais se desenrolaram, entretanto, após 2 reprovações de contas, diversas denúncias apresentadas, não entende como a atual administração não sofreu nem uma mínima advertência por parte desta casa, órgão superior, responsável por manter a ordem estatutária e deliberar sobre os atos de gestão já demonstrados em relatórios anteriores.

Não é de nossa alçada deliberar sobre punições, porém nos sentimos no dever de cobrar, acreditamos no simples fato de que  medidas devem ser tomadas em prol do nosso clube, estamos vivendo uma situação delicada que pode interferir na continuidade das atividades do clube, com desdobramentos que podem ser irremediáveis a curto e principalmente a longo prazo.

A inércia, para não dizer incompetência administrativa, já levou o clube a básica punição de proibição de novas contratações por parte da FIFA, e se continuada, como vem sendo corriqueiro, seremos rebaixados, que para os que são torcedores santistas de verdade, é a maior humilhação que nosso clube poderia sofrer, talvez não muito bem compreendida por aqueles que são santistas somente em sua casca. Pedimos desculpas por nossa intromissão em assunto fora de nossa alçada, porém é assim que nos sentimos”.

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