Os sócios terão a última palavra em assembleia geral prevista para o dia 22 de novembro. Se o "sim" de 2/3 dos presentes persistir, Peres será impedido de vez. Em 2018, os associados salvaram o mandatário. O vice Orlando Rollo segue no comando interino.
A Comissão de Inquérito e Sindicância ratificou o parecer favorável ao impeachment de José Carlos Peres. De acordo com a CIS, o presidente afastado não apresentou a sua defesa no prazo. Peres, em contrapartida, afirma que seu e-mail corporativo está bloqueado e a notificação não chegou via Correios. O sistema do serviço de entrega aponta a carta recebida no endereço do dirigente.
"São ressentidos. Uns por não termos atendido seus interesses. Outros porque estão focados na eleição. E outros resultado do efeito manada. Não me enviaram os documentos para o amplo direito de defesa. É a ânsia de me colocar para fora do Santos. Um ódio e intolerância fora dos limites", disse Peres, à Gazeta Esportiva.
Vale lembrar que a eleição do Santos está marcada para o dia 12 de dezembro e há oito pré-candidatos até o momento: Andrés Rueda, Daniel Curi, Esmeraldo Tarquínio, Fernando Silva, Milton Teixeira Filho, Ricardo Agostinho, Rodrigo Marino e Vagner Lombardi. Marcelo Teixeira pode ser o nono.
Irregularidades
O Santos teve R$ 23,5 milhões de superávit em 2019 após a contabilização da venda de Rodrygo. O Conselho Fiscal, porém, atentou para outros fatos, como uso indevido do cartão corporativo e pagamento inapropriado de comissões em negociações.
O CF apontou apontou R$ 28.761,65 gastos por motivação pessoal e sem reembolso. Peres afirmou por várias vezes ter usado o dinheiro para reuniões ou necessidades do escritório do clube em São Paulo.
O Conselho Fiscal também ratificou a preocupação com comissões a empresários. E não obteve os documentos pedidos da venda de Bruno Henrique ao Flamengo, por exemplo.
Outro ponto importante, de acordo com o relatório do CF, é a utilização de escritório de advocacia contratado pelo Santos para defender Pedro Doria, membro do Comitê de Gestão, e também da filha do presidente José Carlos Peres.
Todas essas denúncias foram encaminhadas à Comissão de de Inquérito e Sindicância. Com os documentos, a CIS recomendou o impeachment.