Conheça as principais propostas de Rodrigo Marino, candidato da Chapa 5 na eleição do Santos - Gazeta Esportiva
Conheça as principais propostas de Rodrigo Marino, candidato da Chapa 5 na eleição do Santos

Conheça as principais propostas de Rodrigo Marino, candidato da Chapa 5 na eleição do Santos

Gazeta Esportiva

Por Lucas Musetti Perazolli

06/12/2020 às 21:10 • Atualizado: 06/12/2020 às 22:57

Santos, SP

Rodrigo Marino é o candidato da Chapa 5, "Renova Santos", na eleição marcada para 12 de dezembro. O conselheiro tem 46 anos e é administrador de empresas.

TV Gazeta e gazetaesportiva.com entrevistaram todos os candidatos do Peixe. As perguntas foram as mesmas e o vídeo pode ser assistido na integra abaixo.


Abaixo, leia as perguntas e respostas:


Quais são os principais projetos para o departamento de futebol profissional do Santos?

Futebol profissional ele caminha bem neste momento. Assumindo em janeiro, não há necessidade de mudança imediata. Estamos em sexto lugar no Campeonato Brasileiro, a quatro pontos do líder milionário. Estamos praticamente a um passo da classificação na Libertadores. Melhor campanha, mas representa muito ao clube financeiramente. Futebol profissional caminha bem. Não há necessidade de mudança no corpo técnico, Cuca fica, time anda bem, rende, não há motivo de mudar. Contrato vence em fevereiro? Vamos sentar para conversar e entender o que Cuca precisa para melhorar ainda mais os resultados. Temos que colocar salários em dia porque são trabalhadores. Trabalhador com tranquilidade trabalha mais tranquilo. Não que faça corpo mole, mas pode ter foco desviado no dia a dia de treinamentos e jogos por não receber ou algum tipo de problema. Jogador ganha muito e por isso não tem problema? Se ganha pouco, gasta pouco e vice-versa. Padrão de vida é adequado. Quando não recebe, pode ter certeza que tem problema pessoal. Tem que colocar salário em dia, hoje estão com atitude digna. Estão bem nas duas competições. É honrar com compromisso do clube porque atleta honra em campo.

Quais são as principais ideias para categorias de base e futebol feminino?

Base é o xodó do Santos, xodó da nossa campanha. Também o xodó do meu e do vice-presidente. Nosso vice reconhecidamente é apaixonado e acompanhador e incentivador da base. Foi a base que encantou Ademir Quintino no nosso projeto e por isso aceitou essa dobradinha comigo. O que temos projetado? Construção de uma estrutura. Parte estrutural e metodologia multidisciplinar. Na estrutural, vamos desenvolver estrutura de desenvolvimento de 1800 m², dentro do CT Rei Pelé. Existe hoje uma edificação velha e abandonada. Derrubar e subir um andar térreo e um primeiro andar, cada um com 700 metros quadrados. Academia, fisioterapia, médico, dentista, psicólogo, podólogo, rouparia, sala de idiomas. Tirar a parte administrativa da Vila Belmiro e levar para dentro do CT. Ao lado mais estrutura de 400 metros quadrados de refeitório com cozinha. Custa de cinco a seis milhões de reais. Temos um investidor, não posso anunciar o nome porque não sou representante legal do clube. E nenhum vai falar para anunciar em campanha. Não é valor astronômico. Cinco ou seis milhões de reais é um milhão de dólares, nada astronômico para o futebol. Do próprio trabalho o investidor vai ser pago, sem passe de jogador, nenhum jogador vai ser dado ao investidor. Coloca o recurso, a gente constrói e depois paga o investidor. Não tem nenhum tipo de negociação com jogador, simplesmente um financiamento da obra. Essa parte é a estrutura. Dando a estrutura, o resultado vai ser muito melhor. Hoje a gente revela porque os raios caem e ali é descampado. Temos que providenciar a chuva. É dar estrutura ao menino. Os que tiveram o dom mais apurado se transformam em raio naturalmente. Na parte multidisciplinar, vamos desde o princípio trazer corpo técnico para conversa séria e franca. Temos que virar a chave da base. A base do Santos tem técnico que joga pelo resultado. Joga pelo emprego. Se não ganharem jogo ou campeonato, pode ser demitido. Jogo feio, poda-se o crescimento, a criatividade. Esquemas táticos são feitos pelo resultado de 1 a 0 e um título. A principal finalidade da base fica para trás, que é a formação. Amos virar a chave, com uma mudança de conceito. Técnico será avaliado pelo desenvolvimento dos atletas. Central de inteligência base com avaliação periódica da evolução. Os fundamentos serão medidos. Com esse scout, vai ser dado para o treinador o resultado do atleta. Precisa desenvolver isso, já desenvolveu aquilo. Vai ser dado um mapeamento para trabalho mais assertivo ao técnico. Se jogadores não evoluírem, é sinal de que o técnico não deu resultado. Ou que o atleta não tem evolução. É essa a nossa direção. Atleta chega cada vez mais cedo ao profissional, Ângelo tem 15 anos. Atleta precisa chegar pronto, amadurece rápido. Clube tem situação financeira difícil. Não dá para comprar jogador, contratação seria pontual, e atletas da base serão muito utilizados.

O olhar para o feminino tem que ser diferente. Ninguém fala isso, mas o feminino é para muitos um fardo para o clube. Existe investimento para cumprir obrigação, sem olhar verdadeiro, como deveria ser. Está alinhado com prefeito de Cubatão, estive com ele e soltamos um vídeo, sobre uma área no parque Cotia Pará. Prefeito vai ceder área ao Santos para construção de dois campos e vestiário para as Sereias. Sereias que, com pouco investimento e dedicação do clube, tem bons resultados, terão melhores ainda com estrutura, sem dividir com masculino, uma atenção direcionada. Elas passam, sim, a ser valorizadas do jeito que precisam ser. Futebol feminino é a mesma coisa do masculino. Time principal das Sereias é a mesma coisa do masculino. Investimentos para o masculino são maiores pelo retorno maior, mas feminino precisa ter investimento sério e bem destinado.




O que fazer para sanar a dívida do Santos?

Em três anos é praticamente impossível acabar com a dívida, mas é possível equacionar e começar a pagar. E a partir daí criar um caminho que com o tempo ela se extinga, até suma. Já existe hoje o orçamento de 2021. Primeiro passo para pagar dívida é parar de endividar. Equilibrar o mês do Santos. Mês é deficitário sempre. Se presidente ficar quietinho sem fazer bobagem, endividou o Santos em R$ 50 milhões no fim do ano. Clube gasta mais do que arrecada. Em cima do orçamento, é cumpri-lo. Não é difícil fazer, difícil é cumprir. Orçamento para ano que vem é ousado, orçamento difícil de ser cumprido. A nossa folha hoje fala em R$ 10 milhões. O clube aguenta R$ 6 milhões, está orçado. Como diminuir R$ 4 milhões? Perder competividade? Ao contrário. São muitos jogadores que não entram em campo e estão na folha. As ações precisam ser tomadas. Mapeamos isso e no primeiro mês da nossa gestão vamos baixar R$ 2,5 milhões. Faltaria R$ 1,5 milhão para o orçamento. Se não for tudo isso em folha, podemos aumentar as receitas com criatividade no marketing. Se não diminuirmos tudo no custo, temos que aumentar a receita sem tirar a competividade do grupo. Aumenta ela, inclusive. Salário em dia, com tranquilidade para jogarem e competividade aumenta.

Eu queria que você comentasse sobre a Vila Belmiro, projeto de arena e os centros de treinamento. Qual é o futuro do Santos em termos de estrutura?

A Vila Belmiro está desgastada. Eu entro no estádio alguns dias e realmente a última gestão prezou por não fazer manutenção. Vila Belmiro tem infiltrações, goteiras, situação estrutural bastante difícil. Algumas obras estão em andamento, mas dá sentimento de indignação para alguém que conhece a Vila Belmiro como eu conheço. Estamos com o projeto da arena em andamento. WTorre apresentou projeto ao Conselho, projeto arquitetônico maravilhoso e primeiro com viabilidade econômica. Outros projetos vieram para o Conselho, mas sempre fui contra. Projetos sempre apareciam na crise, com contas a serem reprovadas, momento eleitoral, aquele momento de chapa quente. Projeto apareceu agora, por meio de uma empresa com expertise, que construiu Allianz em São Paulo. Empresa tem toda a condição de realizar essa construção. E o primeiro estudo de viabilidade econômica foi mostrado ao Conselho, que autorizou o avanço e tragam mais detalhes de como pretendem viabilizar a arena economicamente. Acredito que em mais um mês ou dois os detalhes cheguem. Previsão é de seis meses para documentação. E depois de um ano e meio ou dois anos para a construção. Projeto mudou minha maneira de pensar. Projeto trouxe conjunto arquitetônico com viabilidade econômica. É viável, dá para acreditar. Sou totalmente favorável. Além de uma arena para o torcedor que merece, é uma solução para a condição de manutenção da Vila Belmiro. Seria algo muito grande para o torcedor. Projeto me encantou tanto que durante a campanha comecei a pensar na construção. Onde jogar enquanto arena é construída? Fomos até o Canindé, fomos muito bem recebidos pelo presidente Castanheira. Ele abriu as portas da Portuguesa para o Santos. “Boa sorte, você eleito volte aqui porque Canindé pode ser a casa do Santos durante a construção da arena”. Quero deixar claro que as portas foram abertas ao Santos, não para Rodrigo Marino. Marino não tem time de futebol, Santos tem. Não é só para mim, não é para mim, é para o Santos. Nenhum outro candidato foi lá, eu fui conversar com o presidente da Portuguesa. Gramado do Canindé está um brinco, igual o da Vila. Arquibancadas em boas condições. Santos pode jogar no Canindé nesse período de dois anos. Canindé é um estádio onde torcida do Santos se sente em casa. Bom acesso, ainda é um caldeirão. Santos fez muita festa lá. Gosta do Canindé. É uma solução que, antes mesmo de assumir a gestão, fomos atrás. CT Meninos da Vila está pior que a manutenção da Vila Belmiro. Vai ter um olhar, sim, durante a gestão, mas não no primeiro momento. Prioridade 1 é estrutura do CT Rei Pelé. Depois do término, faremos manutenção e melhoraremos o Meninos da Vila. Meninos da Vila terá a finalidade do campo de treinamento. Precisa fazer manutenção da área, ter campos em bom estado para treinamentos e vestiário. Prioridade é essa. A partir de que termine a estrutura do Rei Pelé, vamos para o Meninos da Vila reformar os dois campos e construir a estrutura do vestiário.



Você pode resumir sua trajetória profissional e também a experiência no próprio Santos?

Trajetória profissional começou aos 14 anos. Outros tempos no mercado de trabalho. Jovens começavam mais cedo. Comecei aos 14, aos 18 fui para o Exército. Fiz carreira militar por seis anos. Sou oficial do Exército, hoje na reserva. Primeiro tenente da reserva. Comecei a trabalhar numa multinacional de transportes de valores e logística e fiz carreira. 20 anos atuando, sempre com posições de gestão e liderança, com muita responsabilidade, gestão de pessoas, cuidando de operação complicada, de logística de valores. Transporte, guarda, manuseio de numerário. Operação complexa, tem que ter todo um cuidado. Como eu costumo brincar, não se preocupem porque em 20 anos tomei conta dos cofres mais cheios do Brasil e nunca sumiu um centavo. Não vai ser no Santos que isso vai acontecer. Tive orçamentos até maiores que do Santos na minha responsabilidade. Sou tarimbado, testado no meio de mercado financeiro e empresário. Tenho muita tranquilidade e sei que essa experiência adquirida na vida toda, juntando militar e civil, me dá segurança para gerir o Santos. Tenho 43 de associado, 46 anos de idade. Quinto mandato no Conselho, passei seis meses no executivo da gestão Modesto Roma. Me desliguei por discordar das práticas. Vi no fim da gestão que eu estava certo, ele foi expulso do clube. Infelizmente eu estava certo, clube não teria sofrido. Mais um presidente com gestão temerária e fez o clube sofrer. Passei pela Comissão Fiscal, que leva o nome do meu pai por tudo que ele fez e se dedicou profissionalmente ao Santos. Profissionalmente porque era perito contábil, sempre cuidou de números do Santos no Conselho. Foi uma homenagem quando ele partiu. Eu, presidente, presto contas para clube, associado, Conselho, Comissão Fiscal e para meu pai. E com pai a gente não brinca. Presidente brincaram com clube e associado, mas com pai não se brinca. Quando eu prestar contas, prestarei também para meu pai e sua história construída. Seu legado. Passei também por outras duas comissões: cadastro de sócios e avaliação do recurso da venda do Rodrygo. Juntando esse apanhado de posições que ocupei, me sinto muito capacitado por conhecer cada espaço e cada centímetro da Vila Belmiro. Participei de gestão no Conselho e no lado executivo. Com toda a minha experiência profissional pessoalmente, com esse conhecimento das coisas do Santos, é um encontro que casa bem e necessário para o próximo presidente.

O Santos tem uma enorme dívida e não remunera seu presidente e Comitê de Gestão. Por que o senhor é candidato? E como aliar o dia a dia do Santos com a sua profissão?

É uma pergunta que o torcedor entende a resposta. Torcedor mais próximo do clube, mais apaixonado, que vive o dia a dia. O torcedor mais afastado não entende. Não entende um propósito desse. Muitos familiares e amigos me perguntam para que se meter nisso, querer ser presidente do Santos. Não vai ganhar nada, vida exposta. Por que fazer isso? Tem vida tranquila, família, trabalho, seus amigos. Vida equilibrada, sem depender de ninguém. Por que arrumar essa sarna para se coçar entre aspas? Não é sarna para se coçar, é um propósito que não começou hoje. Começou há 43 anos, quando fui associado, quando meu pai me levou na Vila Belmiro. Começou vendo a família no clube. É uma planta regada todo dia. Na minha casa o Santos é uma religião. Planta cresceu, amor se desenvolve para o clube. E entendi que o que amo está sendo maltratado. Resolvi tomar partido, um propósito. Olha, tenho condição acadêmica, experiência profissional e condição financeira de poder me dedicar. Não é loucura, é propósito para cuidar do clube. Se eu não me sentisse capacitado profissionalmente, com tranquilidade individual, não iria dar uma de doido para ser mais um, seria o próximo presidente fazendo mal ao clube. Por dolo ou por culpa. Eu me sinto maduro profissionalmente, indignado com gestões do clube e com condição de passar três anos me dedicando ao clube. Temos um grupo que me acompanha e que me incentiva. ‘Rodrigo, vá, você tem sua condição’. Eu brincava que não eram meus amigos. Incentivo vinha, em um momento falei que sim, que iria representa-los. Vou entregar meu nome à disposição. Se associado entender que sou essa pessoa, garanto que não fará escolha errada e se arrependerá. Esse foi o motivo da tomada de decisão, baseado na indignação e nesse amor construído na minha vida toda. Tenho uma atividade profissional de 30 anos, carreira de sucesso que me deixa parar por três anos. Terminando o mandato, terei 50 anos, novo, e retorno ao mercado profissional. Não dá para ficar em casa com 50 anos (risos).

Como conciliar a busca por títulos com a diminuição das dívidas? É momento de fazer algo semelhante ao Flamengo do Bandeira e focar na parte financeira?

O Bandeira se tornou um ícone, para não falar bandeira. Um ícone de dirigente no futebol brasileiro. Lembro que o Santos teve um Bandeira. Rubens Quintas em 1977. Fez um trabalho muito parecido com esse do Bandeira no Flamengo há pouco tempo. No futebol de hoje, mais dinheiro é circulado que na época do Quintas. Quinta assumiu na mesma situação e fez esse trabalho em 77. Éramos muito novos, mas acompanhei a história. Meu tio era vice-presidente de futebol do Quintas. Santos tinha a mesma situação, foi feito um trabalho pé no chão, de enxugar e fechar as torneiras para reequilibrar o clube. Bandeira fez isso no Flamengo e anos depois veio o resultado. Vem conquistando títulos. Só que namorou com a segunda divisão por dois anos, passou por maus bocados. O Santos é um time predestinado. Se no Santos for feita esse fechamento das torneiras com reorganização como clube tem que ser organizado, eu aposto, eu cravo que o Santos bate campeão. Santos não perde competitividade e bate campeão. Camisa é pesada, uma mística muito grande em cima dela. Tão maltratada, tão sofrida, e estamos em sexto lugar. Estamos na Libertadores muito bem encaminhados para a classificação. Dá a certeza de que se o clube for organizado com torneiras fechadas, astral muda e não perdemos competitividade. Tudo que cerca o Santos passa a entender que existe caminho a ser seguido. Que gestão temerária ficou para trás. Não tenho dúvida de que o Santos não vai correr risco e vai bater campeão.

Muito se fala sobre aumentar o número de sócios, mas na prática o número se mantém, há poucos benefícios para quem mora perto de Santos e praticamente nenhum para quem mora longe. O que você pensa sobre programa de sócios atual?

Eu sou um pouco mais comedido e conservador para falar de plano de sócios. Temos que mudar a chave, assim como na base. Sócio do Santos precisa parar de ser tratado como apaixonado para ser tratado como cliente. Quando isso acontecer, céu é limite em números. Sou administrador, não vendo ilusões. Em três anos, acredito que conseguimos dobrar número de associados. É muito pouco? Não é, não. Se dobrarmos o que hoje falamos de 25 mil, teremos 50 mil. Número maravilhoso, crescimento assombroso. Dobrar quadro associativo em três anos e não perder. Hoje um entra e outro sai, número é mantido. São apaixonados, vão ficando. Trata de qualquer jeito e fica ou vai e volta. Cliente não volta. Se tratarmos como clientes, torcedor vai se associar e permanecer. Se for apaixonado, vai, se associa, é maltratado e sai. Teríamos mudança de chave e esse crescimento. Reformulação precisa ser completa. Associado precisa estar próximo de verdade, mundo mudou. Sem benefício verdadeiro, pessoa não se integra. Dou alguns exemplos, um deles é o cartão de crédito. Não é o mais bonito, é o de milhas, sem anuidade, com algum benefício. A cor é o que menos interessa. Esse, hoje, é o perfil do mundo. Associado precisa ter benefícios reais. Um dos maiores, e que está muito encaminhado, é que o associado tenha clube social. Conversei com presidente do Portuários, conversa muito boa. E não é o Rodrigo Marino, é o Santos. Marino não precisa ter um clube social, associado do Santos quem precisa. Temos conversa bem elaborada para que o Santos faça uma parceria com o Portuários em Santos e associado possa usufruir. Obviamente, não sou representante legal do Santos. Então o que há é uma conversa. Diretoria do Portuários não pode fechar nada comigo, nem posso dizer as bases da parceria. Como vai pagar, se vai ser do sócio, etc. Eu não faço loucura, quem faz loucura não pode ser presidente do Santos. Só vou anunciar a partir de janeiro ganhando a eleição. Ganhando, eu sentaria de novo com o Portuários para fechar. Serve para Marino ou qualquer outro candidato, é o Santos. Assim como no Canindé eu fui lá, fui até o Portuários. Nenhum outro foi, preferem falar que parceria não existe, que vendo sonhos. Não quero estátua, quero clube para associado do Santos. Não é uma promoção, é uma condição para o associado. Um primeiro projeto, um primeiro benefício. Penso que a partir do primeiro benefício os associados que não se fidelizam começam a se fidelizar. E a partir daí conseguimos reformular o programa de sócios para trazer benefícios verdadeiros ao associado. Esse modelo de clube social dando certo em Santos, pode ser estendido para o Brasil todo. Toda cidade tem clube social. E Santos é do mundo. Santos pode ser parceiro de qualquer clube. Pode ir para São Paulo, Rio de Janeiro, capitais e não capitais. É um piloto em Santos. Deu certo, consolidou? Vamos expandir. Temos como plano a criação de um app. Que vai trazer o torcedor para dentro do Santos. Ter o Santos na palma da mão. Dentro do app, sócio terá benefícios. Todo torcedor vai poder utilizar o app, mas o sócio terá acesso muito melhor e maior por ter se associado. Vamos ter uma loja, por exemplo, com linha de produtos que hoje não se encontram. Existem, basta o Santos ir atrás de produtos licenciados. Não vendo ilusão, é uma linha que já existe no mercado, basta o Santos procurar fornecedores e coloque para vender num aplicativo. Dou receita para quem for eleito se não for eu, não é nada de mais. Marino não terá loja, Santos teria, volto a dizer. Que façam pelo clube. Passa a ser benefício para associados de perto e de longe. Através do app, Santos quer ter um produto e deixar o torcedor consumir. Santos tem ticket médio de 30 reais para sócio. Se tivermos 50 mil, R$ 1,5 milhão por mês, R$ 18 milhões ao ano. Patrocínio máster é R$ 10 ou R$ 11 milhões. Sócio do Santos pode dar R$ 18 milhões por ano se tornando associado.

Rodrigo Marino com apoiadores de sua campanha (Foto: Divulgação)


O início da gestão será diferente dessa vez porque campeonatos estarão em andamento. Quais serão as prioridades no início do mandato?

Mudaria muito se não estivesse acontecendo o que acontece agora. Presidente Rollo instaurou Comitê de Transição. Todos os candidatos estão representados com gente de confiança. Todos os candidatos conhecem detalhadamente os problemas e acompanham o dia a dia. Uma transição que duraria 15 dias e presidente assume em janeiro está durando três meses. O presidente que assumir em janeiro não pega situação que não sabe, ele sabe como está o clube. Tem a chance de acompanhar. Dentro de campo, chega janeiro com pré-temporada. Nós vamos pegar campeonato em andamento. Faltariam 45 dias para acabar o Campeonato Brasileiro. Santos vem bem, tem condição de brigar pelo título hoje. Assumindo o clube, ação imediata é chamar elenco, mostrar para elenco a nova direção, dar injeção de ânimo e que continuemos nessa tocada para buscar o título. Muito se falava de campeonato para não cair, mas futebol é mágico, não tem lógica. Santos hoje busca por título, está perto do líder. Em janeiro provavelmente estará brigando ainda. Não é assumir pensando em não cair, é assumir pensando em título agora. No dia 13 de dezembro, transição que acontece há dois meses será efetivada. Presidente eleito, no meu caso com tudo isso mapeado, tem que juntar elenco, mostrar caminho, chamar o grupo e falar que vai pelo título. Aqui é o Santos, podem ficar tranquilos sobre gestão, organização da casa e em campo um grupo sólido vai até o título.

Quais são suas principais ideias em relação ao marketing? Muitos resumem o departamento ao patrocínio máster vago, mas o Santos parece explorar pouco sua marca...

Santos não faz nada pelo marketing. Temos um profissional que nem vou julgar a qualidade técnica, mas o marketing é pobre. Tão pobre que temos orçamento de 2021 com R$ 1,6 milhão em venda de produtos licenciados. R$ 2,8 milhões em 2018. Orçamento reduzido. R$ 2,8 milhões para o Santos é pífio, e ainda foi diminuído. Quem fez orçamento viu o marketing do Santos hoje e percebeu que não atingiremos nem o pífio, fez dentro da realidade. Marketing vai ser descentralizado, de fora para dentro. Marketing não é patrocínio máster, tem leque de variáveis, de segmentos. Temos o marketing do máster, sim, o comercial, mas temos o marketing do programa de sócios, das experiências, marketing digital, marketing de produtos licenciados. Marketing é muito amplo. O que fazer? Abrir o marketing, abrir o Santos e trabalhar com publicitários com cases de sucesso comprovados. Hoje temos meia dúzia de nomes consagrados no mercado publicitário brasileiro. Quem vai fazer o marketing do Santos? Esses profissionais. Vamos enxugar a folha, o marketing interno é caro. Vamos enxugar a folha e abrir para esses profissionais, que trazem a campanha e são remunerados pelo sucesso das campanhas. É um processo ganha ganha. Profissionais têm o Santos como maior cliente, de uma história rica, a maior do futebol. Campanhas que vão ser de sucesso, clube remunera com percentual do sucesso. Quero, a partir do ano que vem, pagar comissão todo mês para agência publicitária. Porque é sinal de sucesso. Vou falar de uma ação maravilhosa. Camisa do Atlético-MG, manto da massa. Torcida do Atlético escolheu a camisa. Campanha era para vender 10 mil camisas a preço menor do que o normal. 10 mil camisas viraram 102 mil camisas em 30 dias. R$ 19,5 milhões em uma campanha. Se temos orçamento de R$ 1,6 milhão, uma campanha fez várias vezes esse valor. Não é inteligente trabalhar com marketing interno, é trazer esses profissionais para ter receitas de todo o Brasil. Torcida do Santos vai tornar campanhas de sucesso todas que foram feitas em outro clube, desde que conduzidas por esses bons profissionais. Torcedor se envolve com o clube.

Como avalia a atual situação administrativa do Santos? Pergunto sobre Comitê de Gestão não remunerado, Conselho Deliberativo... Acredita que o clube precisa de mudanças no seu regime atual e estatuto social?

Estatuto prevê o que prevê por causa de ações de presidente em outras oportunidades. Essa proibição de comprar ou vender nos três últimos meses do mandato é fruto de negociações de alguns atletas no fim da gestão no passado, para pagar contas que não eram prioridade. Quando isso aconteceu, Conselho modificou estatuto para proteger o clube, colocando essa barreira para comprar ou vender com autorização do Conselho. Diretoria tem que mudar postura. Você falou do Comitê de Gestão. Modelo não é ruim, presidente, vice e sete membros não é ruim. Até agora não deu certo porque não foi testado. Foi testado, aliás, mas por pessoas sem capacidade de atuar como gestores nesse modelo. Tivemos o Modesto, um jornalista, que não tinha o menor perfil administrativo, o menor perfil de liderança de grupo. Tivemos Peres sem o menor perfil. Atribui-se ao modelo a má gestão, mas com esses dois senhores qualquer modelo seria ruim. Coloca-se primeiro uma pessoa adequada, com perfil adequada, tarimbada, com qualificação e experiência como presidente nesse modelo, e aí podemos avaliar. Administrador de verdade para lidar com esse modelo para analisarmos se é bom ou ruim. Posso garantir que esse modelo existe em centenas de empresas no Brasil e no mundo, e funciona. Porque nas empresas há perfil adequado, com gestores cobrados por isso, respondendo por metas e objetivos. Se não atingem metas e objetivos, saem da empresa. No Santos, não. Pessoas fazem bobagem, vão ficando e ficam três anos prejudicando o clube. Em empresas isso não acontece. A questão não é o modelo presidencial ou colegiado, o problema é que não se colocou ainda uma pessoa com perfil profissional, acadêmico e com experiência para cuidar do Comitê de Gestão. Os próximos três anos vão mostrar que CG pode funcionar com decisão colegiada. Eu tenho esse conhecimento, essa tarimba de lidar com colegiados em 20 anos. Participei de gestões colegiadas com metas cumpridas. Quando tiverem pessoas corretas, você verá que problema nunca foi o modelo, mas as pessoas que operacionalizaram a diretoria e o modelo.

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