Conheça as principais propostas de Milton Teixeira Filho, candidato da Chapa 2 na eleição do Santos - Gazeta Esportiva
Conheça as principais propostas de Milton Teixeira Filho, candidato da Chapa 2 na eleição do Santos

Conheça as principais propostas de Milton Teixeira Filho, candidato da Chapa 2 na eleição do Santos

Gazeta Esportiva

Por Lucas Musetti Perazolli

06/12/2020 às 21:10 • Atualizado: 06/12/2020 às 22:57

Santos, SP

Milton Teixeira Filho é o candidato da Chapa 2, "Tradição e Inovação", na eleição marcada para 12 de dezembro. O conselheiro tem 39 anos e é advogado.

TV Gazeta e gazetaesportiva.com entrevistaram todos os candidatos do Peixe. As perguntas foram as mesmas e o vídeo pode ser assistido na integra abaixo.


Abaixo, leia as perguntas e respostas:


Quais são os principais projetos para o departamento de futebol profissional do Santos?

A grande razão da nossa existência é a prática do futebol profissional com vitórias e títulos. Temos que ter equipe forte e competitiva, com infraestrutura adequada, profissionais competentes. Vou além: nosso objetivo não é só buscar profissionais renomados no mercado, mas que os da base possam ser formados e revelados. Vamos implementar metodologia contínua em todas as áreas. Feminino, base e profissional. Desta maneira, quando houver necessidade de substituir atleta ou membro da comissão técnica trabalho não será interrompido ou quebrado. Santos sofreria menos. Compromisso assumido é de conceder infraestrutura e manter time forte e competitivo de acordo com orçamento, DNA ofensivo e história para que o Santos sempre esteja entre os maiores players mundiais.

Quais são as principais ideias para categorias de base e futebol feminino?

Futebol feminino é uma grande oportunidade. Santos foi pioneiro lá atrás, e hoje foi deixado um pouco de lado. Santos não tem o devido cuidado e o que queremos implementar. Muitos clubes brasileiros mantém o futebol feminino por obrigatoriedade da lei. E é uma pena, temos que seguir modelos de sucesso, norte-americano e europeu, que implementaram o feminino com maestria. Sereias da Vila com centro de treinamento de excelência, à altura da marca Santos. Infelizmente, não temos instalações adequadas. Queremos construir nos mesmos moldes do futebol profissional masculino, atingindo públicos e nichos que masculino não atinge hoje. Potencializando receitas e criar novas receitas com comercialização de possíveis patrocinadores, parceiros e investidores. Uma grande oportunidade para o Santos e Sereias da Vila. Feminino tem que ter mais carinho. A base é a menina dos olhos de ouro. Deve ser tratada assim. Queremos criar um centro de excelência com alojamentos, análise de dados, departamento de saúde, gestão de pessoas, formação contínua de jovens aliando educação ao esporte. E vamos implementar metodologia na base, interligando futsal ao campo. E implementar a mesma metodologia em escolinhas do Brasil e do mundo. E observar processo internos de acordo com regras de compliance. Sem perder atletas por não respeitar regras internas e legislação. Captação tem que ser forte, primeiro regionalmente, com peneiras constantes e olheiros. Outro ponto é clínica itinerante, com parceria em várias cidades. Com parceria com prefeituras, podemos observar possíveis talentos para a base do Santos. A captação do Santos também passará por manhãs esportivas na Chácara Nicolau Moran, que está abandonada. Com presença de ex-atletas. Outro ponto é a aprovação em duas etapas: comissão de ex-atletas, ídolos e craques, que unem experiência em olhar clínico e são referências e exemplos. Ex-atletas podem reavivar histórias e participarão de eventos sociais e culturais. Essa é a primeira fase. A segunda é pelo técnico da categoria. Em um segundo momento, o técnico autoriza se o menino pode permanecer ou não na categoria. Podemos minimizar o assédio de empresários dessa forma. Não seremos contrários a eles. Empresários devem ser parceiros do clube. O que não podemos ser é reféns de empresários que assediam e colocam um atleta ou outro e muitas vezes o que não tem empresário é preterido. É uma maneira de minimizar o impacto. Mais um ponto é que o atleta com 14 anos terá contrato de formação celebrado, dentro dos limites da lei. E aos 16 anos todos terão contrato profissional. E também um departamento de análise de dados, e principalmente uma mescla de acordo com DNA Ofensivo e metodologia. Alguns profissionais de mercado virão e daremos cursos para nossos profissionais. Uma necessidade para o Santos não buscar atletas no mercado, apenas reposições pontuais, mas que o Santos possa revelar para dar retorno técnico primeiramente e depois financeiro.




O que fazer para sanar as dívidas do Santos a curto prazo?

A grande preocupação não é ausência de recursos, mas maneira de gerir e administrar. Santos, independentemente do valor, tem marca consagrada. Querem vincular a marca ao Santos, mas não fazem pela gestão ruim de mandatários. Com atos de gestão temerária. Existe uma dívida total, de R$ 700 milhões, e curto, médio e longo prazo. A que mais nos preocupa é a de curto prazo. Temos que readequar despesas recorrentes de receitas ordinárias. Se arrecadamos 100, temos que gastar 80, amortizar com 10 e colocar 10 em algo que vai me trazer mais dinheiro. Outro ponto é fazer auditoria independente e dar publicidade a real situação financeira. Planejamento estratégico e financeiro mostrando que dívida poderá ser paga entre 8 e 15 anos. E mostrar a forma como obrigações serão cumpridas. A dívida trabalhista do Santos passa de R$ 100 milhões. Temos que reconhecer e sinalizar ao poder judiciário que podemos honrar em 8 a 15 anos, sem inviabilizar o fluxo de caixa com bloqueios de contas. Outro ponto importante é estudar a questão salário, função e eficiência. Aquela pessoa está apta a desempenhar a função? Salário está de acordo? Trabalho é eficiente e eficaz? Em caso negativo, é pela falta de estrutura do clube? Saberíamos de maneira técnica se máquina está inchada, se precisamos substituir profissionais e eventuais mudanças serão técnicas, não por questões políticas. Desta maneira, vamos sinalizar ao mercado que gestão é responsável, com credibilidade. Gerando negócios, receitas e ocasionam bom andamento do clube. Mostrando ao mercado que gestão é responsável e deixando o Santos autossustentável.

Eu queria que você comentasse sobre a Vila Belmiro, projeto de arena e os centros de treinamento. Qual é o futuro do Santos em termos de estrutura?

A revitalização da Vila Belmiro ou construção de arena é uma necessidade. A exigência do público consumidor pede um estádio adaptado tecnologicamente. Temos amor pela Vila Belmiro e Pacaembu e outros estádios antigos, não tão modernos, mas eles não oferecem instalações para nova demanda. Para exemplificar, qualquer lugar da Vila Belmiro não mostra o escanteio. Projeto da Vila é antigo. Por mais que tenhamos amor pela Vila, um templo sagrado, temos que modernizar e inovar. Um projeto de nova arena foi apresentado ao Conselho. Daremos continuidade aos estudos para o Santos ter uma nova casa e atingir novos públicos, sem elitizar o futebol. Teremos setor de preços populares. Para compensar, teremos setor de hospitalidade, que servirá como plataforma de negócio para grandes empresas. Consumidor não quer ver apenas um jogo de futebol, quer uma experiência. Eu gosto muito de esportes, fui a quatro Copas do Mundo, vejo a estruturação de clubes de fora, modelo norte-americano e europeu, com match day. Devemos utilizar Fifa e grandes clubes como referências. Temos que proporcionar ao público essa experiência para obter receitas antes, durante e depois do jogo. Santos terá receitas sem dias de jogos. Parte administrativa está na Vila Belmiro, mas queremos a sede perto da base, nesse centro de excelência. Para a Vila ter base, restaurante, um novo Memorial das Conquistas, um espaço para eventos sociais e culturais. Lojas temáticas... Para que o Santos tenha receitas em dias sem jogos e que a Vila Belmiro seja um grande ponto turístico. O Centro de Treinamento Rei Pelé atende bem as necessidades, mas precisa passar por algumas modificações. Vemos com bons olhos o elenco profissional ali. No início da gestão Peres, apresentamos o projeto “Futebol que alimenta a alma”. Terreno é da União, o Santos deve contrapartidas para a SPU. Apresentamos projeto que foi engavetado. Não quero citar nomes, mas foi direcionado ao presidente Peres e projeto não teria custo. Daremos início a ele. Crianças da rede pública de ensino iriam até a Vila e Memorial, passando pelo CT, e jogariam ali ao final da visita. Atendendo a essa demanda da SPU, iríamos atingir três pontos: Santos exerceria função social, contrapartida necessária e formaríamos torcedor e associado do amanhã. Não haveria custo para o Santos, prefeito Paulo Alexandre Barbosa sabia. Prefeitura abriu as portas para as demandas do Santos. Doei meu tempo e consegui parceiros para custear mimos aos jovens levarem para suas famílias. E, infelizmente, projeto não foi para frente e não atendemos demandas e exigências da SPU. Reativaremos isso para o Santos utilizar esse terreno. CT Meninos da Vila está na entrada da cidade, deveria ser um cartão de visitas, mas infelizmente está nessa situação. Temos dois estudos de viabilidade técnica. Um para construir centro de excelência no mesmo local. Para ver se o espaço físico atende o sugerido para os profissionais da base. Se não pudermos, podemos construir em outra cidade da região. Se o CT Meninos da Vila não permanecer ali, temos outra grande área na região. Temos dois estudos de viabilidade para três terrenos em mente e um quarto no radar.



Você pode resumir sua trajetória profissional e também a experiência no próprio Santos? E por que o senhor é candidato?

Fui acostumado aos estudos e trabalho desde muito cedo, comecei a trabalhar com 12 anos de idade. Milton Teixeira, meu pai, teve trajetória vitoriosa no clube. Nos ensinou a empreender, construir, servir. Queremos fazer isso no Santos. Passei por uma instituição de ensino que ele construiu na região. Observei Recursos Humanos, Audiovisual, Contabilidade, Tesouraria. Temos expertise em várias áreas da gestão. Sou advogado há 17 anos e administrador de imóveis próprios, com aprendizado financeiro muito bem sustentado. Ele falava sobre sermos meros depositários do dinheiro. Temos que utilizar sempre em benefício do próximo. Nessa linha de raciocínio, com minha situação confortável de hoje, posso me dedicar sem prejuízo das minhas rendas. Vivemos uma grande crise no Santos. Santos precisa ter pessoas que tenham conhecimento técnico de gestão, com independência financeira, que conheça futebol e um presidente que ama o clube, que frequente estádio e conheça a história. Um presidente que, com um bom planejamento, possa elevar o Santos no patamar mundial. Eu cresci na Vila Belmiro, passei a frequentar desde os dois ou três anos com meu pai, o presidente à época. Eu fiz contratos de atletas e funcionários, participava de negociações, de articulações políticas. Vivi com ex-atletas, dirigentes, ótimo relacionamento no mercado e com credibilidade. Que os players queiram associar as marcas ao Santos. Sou associado do Santos há 30 anos, conselheiro eleito há cinco mandatos. Temos algo que sei que o Santos carece, que coloque o Santos à frente de interesses pessoais. Com capacidade técnica da nossa equipe, e fé em Deus, colocaremos o Santos dentro dos grandes players mundiais.

Como conciliar a busca por títulos com a diminuição das dívidas? É momento de fazer algo semelhante ao Flamengo do Bandeira e focar na parte financeira?

O sucesso da próxima gestão é encontrar equilíbrio entre administração financeira e time forte. Gastar mais não significa resultados técnicos melhores. Candidatos falam que vão reduzir dívida de 100 para 25, mas não há milagres em curto espaço de tempo. Temos que nos preocupar com o financeiro, mas também com um time forte. Nosso clube tem modelo associativo, não visa lucro. Não significa que não tenhamos superávit, mas temos que nos preocupar com a parte técnica. Instituição saudável, sinalizando ao mercado a diminuição das dívidas de 3 a 5% ao ano, e mantendo um time forte e competitivo, em especial preparando a equipe com atletas da base.

Muito se fala sobre aumentar o número de sócios, mas na prática o número se mantém, há poucos benefícios para quem mora perto de Santos e praticamente nenhum para quem mora longe. O que você pensa sobre programa de sócios atual?

O associado do Santos é um verdadeiro herói. O programa é razoável, temos alguns cases que aprendemos e comparamos na CBF Academy. Sou o único candidato que estudou na CBF Academy, aprendendo sobre gestão, planejamento, direito, comunicação, organização de eventos e etc. Enfim, um ensinamento macro sobre todas as áreas de um clube de futebol. Nesse estudo, mostra-se que o associado tem poucas vantagens. Temos que ter gestão responsável para que o sócio queira fazer parte. A forma que os stakeholders são tratados. O terceiro ponto é manutenção de um time forte. Pode haver as vantagens e contribuição a um real, mas se o time estiver mal em campo as pessoas não vão querer se associar. Vamos implementar parcerias com estabelecimentos para o consumidor ver vantagem se ele se tornar sócio. Para exemplificar: vamos supor que num convênio com escola ou faculdade o associado terá 10% de desconto num curso. Veja, se o curso custar mil reais, ele pagará 27/30 reais para ser associado e, mesmo que não seja um torcedor, é vantajoso ser sócio e ter desconto do que não ser sócio e não ter desconto. É uma das formas que enxergamos para atrair mais sócios, além de produções de conteúdo exclusivos aos sócios. Outro ponto é internalizar banco de dados para comercializar e encontrar parceiros de forma segmentada. Com essa ampliação, as redes sociais entenderão o perfil do público consumidor por meio de pesquisas constantes. Iremos proporcionar experiências, vantagens e produtos de acordo com a demanda do público consumidor.

O início da gestão será diferente dessa vez porque campeonatos estarão em andamento. Quais serão as prioridades no início do mandato?

Eu vejo com bons olhos o campeonato estar em andamento. Vai ao encontro das necessidades dos parceiros, aqueles que buscam apenas a visibilidade. E Santos tem totais condições de encontrar parceiros que busquem também o engajamento e histórias vitoriosas. Quando reavivarmos tradições e glórias, vamos mostrar que Santos é celeiro de craques, que forma talentos, que constrói histórias vitoriosas e essa trajetória sirva de exemplo para outros tantos jovens que buscam espaço e lugar ao sol. Não vejo apenas algumas necessidades pontuais. Temos plano de governo com metas a serem atingidas até o fim de 2021, 2022 e 2023. Todas essas metas devem ser atingidas por meio de estratégias, reavaliando algumas de acordo com as pesquisas que eu citei e identificadores. Se não darmos continuidade em alguns projetos, se algumas metas não forem atingidas, o todo seria comprometido. Máquina deve ser organizada de forma harmônica.

Milton Teixeira Filho concorre pela chapa 2 (Foto: Divulgação)


Quais são suas principais ideias em relação ao marketing? Muitos resumem o departamento ao patrocínio máster vago, mas o Santos parece explorar pouco sua marca...

Marketing é um departamento extremamente importante no Santos. O patrocínio máster não é necessariamente o da camisa, é o que detém a maior cota. Temos patrocínios pontuais, por exemplo, e não necessariamente é o máster. Ainda que não sou especialista, pude aprender um pouco. Santos tem história singular, peculiar, a maior história do futebol mundial. Temos que potencializar isso. Santos é o reino do futebol. Tivemos rei do futebol, rainha do futebol e rei do futsal. Reino que produz craques, temos que explorar. O grande problema não é ausência de patrocínios, é posicionamento da marca. Não adianta ter o melhor profissional de marketing em uma gestão temerária. Sinalizando para o Santos que gestão é responsável e merece credibilidade, relações sólidas serão construídas. E o principal ponto do marketing é que, além da valorização do clube junto ao mercado, é como criar ações para despertar desejo no público. Consumir produtos e serviços da marca Santos. É extremamente importante ter essa estrutura interna. Potencializar Santos TV, reativação da rádio do Santos, conversaremos com algumas concessionárias. Potencializar receitas por meio das mídias digitais. Temos série de ações e atividades que serão desenvolvidas por profissionais de marketing para despertar esse desejo. Vejo alguns reclamando de preço. Santos tem gama de serviços diferenciados. Temos que dar o acesso ao consumo. Só para exemplificar: vemos brasileiros que nunca pisaram na Europa consumindo produtos e serviços de clubes europeus. E pagam caro. A partir do momento que consumidor olha a Europa, deixa de consumir aqui. Enxergaram europeu com planejamento e gestão profissional. Conquistam mercado global e despertam desejo no público consumidor. Para que o Santos possa potencializar e criar novas receitas, criando máquina autossustentável. Criar a maior marca do futebol mundial nos próximos anos.

Como avalia a atual situação administrativa do Santos? Pergunto sobre Comitê de Gestão não remunerado, Conselho Deliberativo... Acredita que o clube precisa de mudanças no seu regime atual e estatuto social?

O estatuto é um dos mais avançados. Precisa passar por algumas melhorias. No modelo associativo, a pessoa deve ter tempo. No caso do presidente, ter condição financeira razoável, com estabilidade, para poder se doar ao clube. Ao mesmo tempo que deve conhecer futebol. Não adianta ter salvadores da pátria que não conhecem futebol. Pode acontecer o que aconteceu com Leandro Damião. Se conhecesse um pouco de futebol, não faria essa contratação. Santos sofre consequências até hoje. É importante isso. Falando sobre Comitê de Gestão, nosso estatuto alterado em 2011, que prevê governança corporativo seguido por clubes europeus, prevê gestão profissional. Pensando sempre no todo, no planejamento, nas análises periódicas. Não deve ser mudado o Comitê de Gestão, sempre fomos favoráveis. Os mandatários que assumiram não estiveram acostumados à governança corporativa. É um modelo diferente. Mandatários que assumiram não estavam familiarizados. Somos defensores porque entendemos que duas ou mais mentes no mesmo ideal geram probabilidade de êxito maior. Temos que aplicar a boa governança, transparência, equidade, compliance. Respeito ao estatuto, ao regimento interno, ao código de ética rasgado ultimamente. A ética, o respeito às regras e moralidade imperam no futebol, é mudança de cenário. Coisas estão mudando, não adianta administrar com achismo e interesses pessoais acima do clube. Pessoa pode viver do futebol, mas cada um ser no seu quadrado. Quer ser presidente e auferir receitas? Tem que ser presidente do clube-empresa, que busca lucro entre acionistas depois de criar e vender talentos. Tenho minha dúvida porque no modelo associativo não há divisão entre acionistas. Financeiro com sobra positiva vai para a estrutura, para melhorar a performance, tornando um círculo vicioso num círculo virtuoso.

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