Você sabia? Primeiro busto desagradou Ademir e foi substituído
Por Bruno Ceccon
03/06/2020 às 08:00
São Paulo, SP
Ademir da Guia encerrou a carreira em 1977 e fez um jogo de despedida em 1984, mas teve seu busto inaugurado apenas em 1986. Cobrado pela torcida desde que o Divino se aposentou, o Palmeiras marcou a cerimônia de inauguração da peça para o dia 31 de agosto e convidou ídolos como Romeiro, Julinho Botelho e César Maluco.
Acompanhado pelo pai Domingos da Guia, considerado um dos melhores zagueiros da história do futebol, Ademir aguardava pela homenagem. No momento em que o pano que cobria a obra foi retirado, o clima de decepção tomou conta, já que a estátua simplesmente não lembrava o Divino.
“Ademir da Guia, sempre tímido e acompanhado pelo pai, ficou surpreso quando viu o busto erigido no Parque Antárctica. Não que ele já descartasse qualquer possibilidade de ser homenageado pelos palmeirenses, mas sim por causa dos traços que tinha seu rosto. Parecia-se com todo o mundo, menos com ele”, noticiou A Gazeta Esportiva.
O próprio Ademir da Guia, constrangido, não se identificou com a estátua. “Acho que não parece muito comigo. Talvez tenham tentando me retratar aos 22 anos. Se eu achar que realmente não ficou parecido, vou pedir para o presidente fazer outro busto”, afirmou o Divino, 902 jogos, 155 gols e 11 títulos de 1961 a 1977.
Horas depois da malsucedida inauguração do busto, Ademir da Guia acompanhou o empate sem gols entre Palmeiras e Inter de Limeira no primeiro jogo da final do Campeonato Paulista de 1986, testemunhado por 104.136 pagantes no Morumbi. No dia 3 de setembro, o time paulistano perdeu por 2 a 1 a finalíssima e permaneceu na fila.
Durante o longo período de jejum, iniciado após o título paulista de 1976, o último com a presença de Ademir da Guia, surgiram várias lendas para explicar a escassez de troféus. Uma das teses garantia que o Palmeiras não seria campeão enquanto o Divino não fosse homenageado de forma justa.
Em 19 de dezembro de 1992, em uma cerimônia mais simples, o então presidente Carlos Bernardo Facchina Nunes e Ademir da Guia inauguraram uma nova versão do busto, que permanece no clube até hoje. No dia seguinte, o Palmeiras perdeu o título paulista para o São Paulo, mas finalmente saiu da fila em 1993.