Gazeta Esportiva

Sniper, batalha, dama e xadrez: metáforas de Roger antes do Derby

(Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Sniper em uma batalha, jogo de dama e xadrez. Não são assuntos que você espera em uma entrevista coletiva antes do maior clássico do século, mas tudo faz parte das analogias do técnico Roger Machado para explicar sua visão sobre o futebol.

“Para mim, o futebol é uma sobreposição de um exército contra outro, cada um com uma estratégia para defender a base e atacar a do adversário. Dependendo de quem vai a campo, gera movimentos diferentes. No Brasil, analisamos individualmente. ‘Deixa para o atleta diferenciado que ele decide’. Não entendo isso. Posso ter o melhor sniper (atirador de elite), mas não vou protege-lo? Ele é bom, então se vira sozinho? Cada estrutura de elemento tático gera movimentos e dificuldades diferentes. Se eu estiver bem preparado, a chance é maior”, afirmou o comandante.

E Roger Machado sem dúvida nenhuma está preparado. Quando chegou, o treinador foi visto com desconfiança por parte da torcida, mas atualmente, tem absoluto apoio das arquibancadas e o grupo em sua mão. Nesta semana, o comandante estudou minuciosamente o time rival montado por Fabio Carille e, com mais uma metáfora, mostrou a importância destas análises.

“Procuro nos jogos por comportamentos, treinados ou feitos pela característica do jogador, que se repetem. Passo isso para meus jogadores, esse comportamento. Como acredito na capacidade de estudar adversário, a maioria dos movimentos do time são treinados, e tenho de mapear. Isso é apaixonante para mim. Por isso, quando jornalistas ou torcida falam que o time não jogou bem simplesmente pelo atleta A ou B o futebol não está sendo analisado como deveria”, disse, antes de seguir para sua metáfora.

“O mundo inteiro jogava dama, e éramos os melhores jogadores de dama. Aí perceberam que não nos alcançariam na dama e só superariam nossa qualidade jogando xadrez. E hoje se joga xadrez. Já estamos jogando dama com peça de xadrez, mas caminhamos para jogar xadrez. Se jogarmos xadrez com nossa qualidade individual, nunca mais vão nos pegar de novo. Nunca mais”, decretou, referindo-se à qualidade técnica do jogador brasileiro em oposição ao entendimento tático dos europeus.

Neste domingo, o Palmeiras enfrenta o Corinthians às 16h (de Brasília), no Allianz Parque, pela final do Campeonato Paulista. O Verdão tem a vantagem do empate para garantir o título, que certamente iria dar forças para parte da imprensa paulista seguir aprendendo. “Eu sempre prezo pela boa informação quando passo para vocês. O futebol cresce sempre que temos o conhecimento apropriado e até o torcedor pode enxergar o jogo de outra forma”.

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