Gazeta Esportiva

Por tri da Copa do Brasil, herói de 2012 apoia ex-companheiro Dudu

Betinho comemora gol deciviso na final da Copa do Brasil 2012 (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)
Atacante Betinho comemora gol decisivo na final da Copa do Brasil 2012 (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Carlos Alberto Santos da Silva é um dos heróis mais improváveis da centenária história da Sociedade Esportiva Palmeiras. Responsável pelo gol que garantiu ao clube o segundo título da Copa do Brasil, em 2012, o atacante Betinho torce pelo sucesso do ex-companheiro Dudu na decisão diante do Santos.

Ambos defenderam juntos o Coritiba durante a temporada de 2010. Betinho atendeu a Gazeta Esportiva na véspera da primeira partida da final da Copa do Brasil, marcada para as 22 horas (de Brasília) desta quarta-feira, na Vila Belmiro, e prometeu mandar uma mensagem de incentivo ao ex-companheiro.

“Tive a felicidade de atuar com o Dudu no Coritiba. É um grande amigo. Ele sempre foi um jogador bastante habilidoso e rápido, de jogar pelas pontas. Passou pela Europa e evoluiu taticamente. Agora, está muito bem no Palmeiras. Espero que possa se destacar e levar a melhor na final”, afirmou Betinho.

Com o Palmeiras há cinco rodadas sem vencer no Campeonato Brasileiro e longe do G4, Betinho reconhece que o Santos inicia a decisão da Copa do Brasil na condição de favorito. O herói de 2012, porém, acha que a diferença entre os dois clubes é pequena e reversível.

“Por viver melhor momento, o Santos tem uma ligeira vantagem. Mas vai ser uma final equilibrada. Em uma decisão, as coisas acabam se igualando um pouco. O Palmeiras conta com um elenco de muita qualidade e, apesar de ser difícil de jogar na Vila Belmiro, tem totais condições de conseguir um bom resultado”, afirmou Betinho.

Na torcida pelo ex-companheiro Dudu, o atual atacante do Paysandu, integrante da Série B do Campeonato Brasileiro, sabe exatamente o que é ser herói com a camisa do Palmeiras, já que, de forma improvável, entrou para a história do maior ganhador de títulos nacionais.

Betinho espera ver ex-companheiro Dudu como herói da Copa do Brasil 2015 (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)

Com apendicite, Hernán Barcos, um dos mais queridos pela torcida e titular absoluto, foi vetado das finais de 2012 contra o Coritiba. Sem o argentino, o técnico Luiz Felipe Scolari decidiu apostar em Betinho, que chegou ao clube com contrato de três meses, mínimo exigido por lei.

O atacante entrou em campo sob olhares desconfiados, mas foi decisivo logo no primeiro jogo diante do Coritiba, à época treinado por Marcelo Oliveira, ao sofrer o pênalti convertido por Valdivia. Mantido entre os titulares, marcou de cabeça após cruzamento de Marcos Assunção na segunda partida e praticamente definiu o título.

“Foi um gol importante para o clube e para a minha carreira. Sempre sou lembrado por ele e os palmeirenses ainda me agradecem. Tenho muito orgulho disso. Nós, jogadores, torcemos pelo time em que atuamos, mas sempre tem aquele clube que você passa e fica um carinho enorme. O Palmeiras foi um deles na minha carreira”, contou.

Torna o título da Copa do Brasil 2012 ainda mais improvável a escalação do Palmeiras na segunda e decisiva partida. O time, limitado tecnicamente, entrou com Bruno; Artur, Maurício Ramos, Thiago Heleno (Leandro Amaro) e Juninho; Henrique, Marcos Assunção, João Vitor (Márcio Araújo) e Daniel Carvalho (Luan); Mazinho e Betinho.

“Nosso grupo se fechou e soube como disputar a Copa do Brasil, uma competição diferente, com jogos de mata-mata. Na final, não tomar gols em casa no primeiro jogo foi muito importante. Sabíamos que a pressão seria grande em Coritiba, mas nossa torcida compareceu em massa e jogamos com maturidade”, recordou o atacante.

O ano de 2012, apesar da inesperada conquista da Copa do Brasil, terminou de forma trágica para o Palmeiras, rebaixado pela segunda vez em sua história no Campeonato Brasileiro. Betinho teve o contrato ampliado por seis meses após o título, mas deixou o clube ao final do ano.

“Infelizmente, depois da conquista da Copa do Brasil vários jogadores se machucaram e acabaram desfalcando o time. O elenco não era tão grande e os meninos da base tiveram que assumir uma responsabilidade grande. Quando abrimos os olhos, já estava muito difícil para se recuperar”, lamentou.

Assim que sacramentou o final de sua passagem pelo Palmeiras, Betinho divulgou uma carta para se despedir da torcida. De quebra, fez uma profecia. “Estou triste, como a maioria dos torcedores. Mas fico com a convicção de que esse clube vai se reerguer e voltar ao lugar que merece”, diz a mensagem.

Três anos depois do rebaixamento, o Palmeiras, atual vice-campeão paulista, dono de um lucrativo programa de sócio-torcedor e embalado pelas rendas de seu novo estádio, terá uma nova chance de tornar realidade a previsão feita por Betinho em 2012.

“Um clube da grandeza do Palmeiras não pode jogar a Segunda Divisão. Agora, está como deve ser: brigando por títulos. Acho que vem mudando para melhor a cada ano que passa, contratando bons jogadores. Pode ter certeza que vai ganhar muitos títulos. Contra o Santos, vou ficar na torcida pela televisão”, disse o herói.

*Especial para a Gazeta Esportiva

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