Idolatria, naturalização e desejo de Lippi: a semana de Goulart pós-saída do Palmeiras
Por Redação
01/06/2019 às 08:00
São Paulo, SP
A carreira de Ricardo Goulart mudou drasticamente em questão de dias. Na quinta-feira da semana passada, o meia-atacante acertou sua rescisão com o Palmeiras e voltou à China, onde foi recepcionado como ídolo pelos torcedores do Guangzhou Evergrande e teve sua naturalização especulada para jogar na seleção do país. Sua presença no time local, inclusive, teria sido um pedido de Marcello Lippi para retornar ao comando da equipe.
Acostumado a vencer o campeonato nacional, tanto é que foi heptacampeão entre as temporadas 2011 e 2016, além de bi da Liga dos Campeões da Ásia, o Guangzhou Evergrande se viu em uma encruzilhada ao começar a temporada sofrendo no nacional e no principal torneio de clubes do continente. A saída do clube foi repatriar um velho conhecido: Ricardo Goulart.
Para trazer o meia-atacante de volta à maior cidade do sul da China, o Guangzhou ofereceu uma renovação de vínculo por mais cinco temporadas com o dobro do salário, ultrapassando a casa dos R$ 40 milhões anuais, de acordo com alguns veículos do país. Vale ressaltar que Goulart passou por uma grave artroscopia no joelho direito que envolveu a retirada de parte (não mensurada) do menisco lateral.
Após deixar o Palmeiras na quinta-feira, o atleta desembarcou na China no sábado, disse estar “apto para atuar” e logo no dia seguinte acompanhou a vitória de seu time por 1 a 0 sobre o Jianlibao nas arquibancadas do Tianhe Stadium, onde foi tratado como um ídolo pelos torcedores, distribuindo autógrafos e posando para selfies.
Com o intuito de tornar o brasileiro um dos grandes nomes da história do clube, a equipe comandada pelo ex-zagueiro Fabio Cannavaro, segundo a imprensa chinesa, deve propor nas próximas semanas um acordo visando a naturalização do atleta para que ele possa atuar como um “doméstico”, sem ocupar espaço no limite de três estrangeiros estabelecido nas regras do futebol local.
Caso aceite a dupla-nacionalidade, Goulart entra de vez na mira da seleção chinesa, que acertou a volta do campeão mundial com a Itália em 2006 Marcello Lippi dois dias depois do meia-atacante deixar o Palmeiras. O treinador, inclusive, teria retornado ao comando da equipe após ouvir um plano da Federação de Futebol local para naturalizar o ex-palestrino e o atacante Elkeson, hoje no atual campeão Shanghai SIPG.
Para liberar jogadores a defender seleções que não sejam do país natal, a Fifa exige que os atletas joguem na liga nacional em questão por pelo menos cinco anos. Como chegou à China em 2015 e, assim, atuou por quatro temporadas no campeonato, Goulart precisa de apenas mais um ano para se enquadrar nas normas da entidade que rege o futebol mundial.