Abel analisa vitória do Palmeiras contra "bem-organizado" Coritiba e lamenta briga entre torcidas - Gazeta Esportiva
Abel analisa vitória do Palmeiras contra "bem-organizado" Coritiba e lamenta briga entre torcidas

Abel analisa vitória do Palmeiras contra "bem-organizado" Coritiba e lamenta briga entre torcidas

Gazeta Esportiva

Por Redação

12/06/2022 às 21:26 • Atualizado: 12/06/2022 às 21:41

São Paulo, SP

O Palmeiras foi até o estádio Couto Pereira e venceu o Coritiba, na noite deste domingo, por 2 a 0, em jogo válido pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. O treinador português analisou a partida, destacou a campanha em casa do adversário e também lamentou a briga entre torcidas do lado de fora do estádio.

"Nós sabíamos das dificuldades que íamos encontrar aqui hoje, é uma equipe muito bem organizada, que tem o jogo mais direto, agressiva também, no bom sentido, que disputa, mais vertical. Fizemos um levantamento e vimos que o melhor desempenho em casa era do Coritiba, era a equipe que ainda não tinha perdido em casa, então mostrava muito a dificuldade que íamos encontrar, mas todos os jogos são oportunidades para nós. É verdade que nosso adversário poderia fazer um gol, mas também que fizemos mais dois. Foi uma vitória justa da equipe que foi melhor nos 90 minutos", analisou o treinador em coletiva de imprensa após o duelo.

Abel também falou sobre a briga entre torcidas ocorrida do lado de fora do estádio, ressaltando que os torcedores devem entender que os clubes precisam de seus rivais.

"É o que disse, é tristeza, porque o futebol tem que unir as pessoas, o futebol não pode ser um meio de ódio. Eu fico triste por causa disso, porque as pessoas olham para o futebol e que o outro torcedor que morra, que o outro adversário que morra. Não é assim que funciona. Eu preciso do Corinthians, do São Paulo, do Flamengo. Eu, nós, o Palmeiras precisa. Eu preciso jogar contra os melhores clubes, com todo o respeito. É assim que tem que ser, que deve ser, mas isso de cultura demora um pouco, mesmo na Europa, isso do ódio. Eu semeio ódio, eu, jornalista, semeio ódio. O que as pessoas vão fazer? Vou colher o que eu semeio. Fico muito triste, porque o futebol é um espetáculo, onde os torcedores têm que entender que existe a vitória, a derrota e o empate. E não há nenhuma equipe no mundo que ganhe sempre ou que perca sempre. O que peço sempre aos meus jogadores é dar o melhor sempre. Se chegar à final e perder, siga. Se ganhar, desfrute e siga na mesma.

O próximo compromisso do Verdão será apenas na quinta-feira, contra o Atlético-GO, às 18h (de Brasília), no Allianz Parque. Com o resultado em Curitiba, o Palmeiras voltou para a liderança do Brasileirão.

Veja abaixo outros trechos da coletiva de Abel Ferreira:

Confronto entre torcidas

"Eu posso olhar para esse fato de forma específica e o sentimento qee tenho é de tristeza, mas também posso dizer que quando estava saindo do jogo vi a torcida do Coritiba aplaudindo e eu disse parabéns para eles, eu estava com medo de dizer parabéns, porque não sabia como eles iam reagir. Mas meu pensamento àquela altura era 'vou dar parabéns para eles, porque o time deles perdeu e eles reconheceram que o Coritiba fez tudo o que tinha, enfrentou um adversário muito difícil, mas foram capazes de chegar ao final após uma derrota e aplaudirem a equipe. Por um lado, por esse fato (da briga entre torcidas do lado de fora), eu senti, senti nos olhos (o spray de pimenta), acho triste, mas também posso valorizar esse lado negativo ou posso dizer a parte que ficou, quando eu saí do estádio e vi a torcida do Coritiba aplaudindo. Portanto, se por um lado existe essa tristeza, e eu senti nos olhos, assim como os jogadores no aquecimento e dentro de campo, por outro lado temos essa manifestação de apoio para a equipe que tinha acabado de perder e tem que ser valorizado do mesmo modo. 'Cada macaco no seu galho', cada um tem que fazer o seu trabalho. As entidades competentes cheguem à frente, não fiquem sentados em suas cadeiras e tomem decisões. O que vai ser não sei, não é minha função".

"Eu só posso dizer do meu trabalho (não da organização do estádio). Para ser organizado, tem que se antecipar, tem que prever o que vai acontecer. A única coisa que posso dizer é que lamento profundamente porque o futebol tem que ser um espetáculo, tem que trazer a família toda, em segurança, senão vamos começar a perder torcedores. Vejo esse tipo de situação, não vou sair do sofá, fico com minha pipoca, fico tranquilo, mas fico sem a emoção do espetáculo, que é fabuloso. Isso tem a ver com educação, e a responsabilidade é minha, é sua, é de quem passa a mensagem positiva ou não do futebol. Temos dois lados, o negativo e o outro, quando vi torcedores batendo palma".

Limites do Palmeiras

"Não sei (o limite), eu já disse que esta temporada, depois de termos entrado como entramos para disputar os três títulos que tivemos, não sabia a densidade que teríamos, não sei quando vamos quebrar, porque todas as equipes quebram em algum momento da temporada. Fomos obrigados a entrar muito fortes no início do ano, então não sei. O que posso dizer é que é nossa obrigação dar o nosso melhor para fazer o melhor que pudermos em cada jogo. É verdade que as coisas têm que correr bem, mas temos que estar preparados, porque em qualquer momento isso pode mudar. Nossa função é esta, alertar os jogadores e, acima de tudo, que eles entendam que a cada jogo temos que fazer tudo que puder e dar tudo aquilo que temos para ganhar o jogo. E, quando não ganhar o jogo, estarei aqui para assumir essas responsabilidades da derrota".

Calendário de jogos na sequência

"Eu sou uma pessoa muito bem resolvida e feliz, o que me preocupa é que todos os dias nós façamos o melhor. Não me preocupa (o calendário), não penso muito à frente. É pensar no jogo de hoje (domingo), recuperar esses jogadores, pensar no próximo, um de cada vez. Não consigo vislumbrar o que vai acontecer nesses jogos. O que posso dizer é que vamos jogar sobrecarregados, nossos adversários também e, depois, os professores de Deus dizem que na Europa é mais competitivo que no Brasil. Isso é tudo mentira, porque venho da Europa e sei. Fui jogador, sou treinador e vir da Europa e jogar aqui, onde só tem 200 milhões de habitantes, onde tenho que fazer constantemente viagens de avião, chego aqui está frio, em São Paulo está calor. Isso é só para quem não para... Vou voltar a dizer isso: em dez pessoas, dez falam de futebol. Em dez, uma percebe (o que é o futebol)".

Brasileirão é o objetivo da temporada?

"Não vou mudar o meu discurso, quando perder também não. Nós disputamos já três troféus, Mundial, Recopa e Supercopa. Perdemos um e ganhamos dois. Agora estamos na disputa de três, não sei o que vai acontecer, mas o símbolo que tenho aqui (aponta para o escudo do Palmeiras) nos obriga para entrar em cada jogo para ganhar e entrar em cada competição para ganhar o título. Agora, se vamos ganhar o Brasileirão, se vamos ganhar a Libertadores, se vamos ganhar a Copa (do Brasil), não sei. O que eu sei, os jogadores sabem e nossos torcedores podem ficar sossegados é que vamos fazer o melhor que pudermos, e as pessoas têm que entender que o futebol não é só vitórias. Eu não me esqueço, umas semanas depois de ganhar a Libertadores, estávamos todos sendo criticados dentro do clube. Portanto, como conheço muito bem os meandros do futebol, conheço muito bem os verdadeiros torcedores do Palmeiras, é para eles que fazemos de tudo para dar alegrias. (Todas as competições) São prioritárias. Não sei, temos muitos jogos, de dois em dois dias, de mata-mata da Copa, da Libertadores, jogos do Brasileirão, vamos fazer o nosso melhor, as pessoas podem ter certeza".

Avaliação do trabalho

"O treinador é avaliado pelos resultados e conquistas. Só faço as contas no fim. Eu já disse, tudo que acontece é mérito de um trabalho coletivo. Assim que eu vivo o futebol, todos somos um. Eu, sozinho, não sou ninguém. Esse balanço eu faço sim. Ganhamos dois, perdemos um, estamos na disputa por três. Não sei o que vai acontecer".

Avaliação do jogo

"Acho que o grande mérito hoje foi que todos se comprometeram, todos defenderam e atacaram. A minha função, enquanto treinador, é dar as coordenadas, mas quem tem que fazer o caminho são eles. Eu fico orgulhoso, mesmo quando perdemos eu sei que eles fazem tudo, porque às vezes acontece, somos criticados, faz parte. Mas ver os jogadores dando o melhor que podem para cumprir com aquilo que nós estabelecemos coletivamente. O segredo de hoje é que fomos sérias, competentes, mantivemos a mesma competitividade do adversário e, depois, temos que assumir, nós somos melhores que o Coritiba, mas se entrarmos no jogo esperando 10, 20 minutos, essas equipes são megacompetitivas. É uma equipe que estava invicta em casa, então sabíamos que tínhamos que igualar o mesmo nível competitivo e, depois, somos melhores e tínhamos que mostrar isso dentro de campo, mas nem sempre é possível, porque o adversário às vezes consegue equilibrar".


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