Momentos antes do primeiro treino comandado por Ricardo Drubscky no Fluminense, o presidente Peter Siemsen explicou a escolha do novo técnico: a experiência com a formação de jovens atletas, parte importante do novo projeto do clube.
“A escolha do comando técnico foi nossa, pelo conhecimento teórico que o Ricardo possui na parte tática, e a experiência em trabalhar com jogadores em formação. Temos muitos jovens, e esse era um caminho importante para nós nesse momento. Existe a necessidade do clube trabalhar tranquilo no futuro, com atletas formados aqui, e temos que nos adequar a isso. Temos que ser comedidos nos gastos. Às vezes, em um primeiro momento, é importante limitar o investimento para sair forte depois”, declarou o mandatário tricolor, que continuou justificando a nova filosofia.
“Era importante um treinador com um perfil que se encaixasse nesse desenho, trabalhando para que o projeto dê certo e a gente saia vitorioso. Gostamos do modelo em que o técnico não traz a sua equipe e confia isso ao clube. Quando você troca o treinador de goleiro ou a equipe de preparação, acaba mexendo e prejudicando o trabalho da temporada. Ele vem só com o auxiliar (Gilberto Fonseca), esse era o trabalho que buscávamos”, explicou.
“O Fluminense olha para o futuro e está construindo o seu amanhã. Não houve reação negativa em relação ao nome, ele está há muito tempo no mercado. Como ainda não teve sucesso em um clube grande, é natural que haja uma certa reação. A gente vive de desafios e dificuldades no futebol. Vamos avaliar o trabalho em curso, ver como os jogadores vão amadurecer nesse processo. Temos uma espinha dorsal com um grupo jovem na maior parte. Isso exige um trabalho de amadurecimento individual com cada um. É um desafio, sabemos que a pressão existe. Já passamos por muitas coisas difíceis, e tenho certeza que vamos sair fortalecidos dessa situação”, comentou o dirigente, minimizando as reações negativas que se seguiram ao anúncio do novo treinador.
Agora ex-Flu, Cristóvão Borges assumiu o comando da equipe em abril de 2014, sem conquistar taças neste caminho. O único título do ex-treinador com as cores do Tricolor das Laranjeiras foi o Campeonato Carioca de 1980, quando defendia o clube dentro das quatro linhas. Ainda assim, Peter Siemsen fez questão de agradecer ao técnico.
“Deixo aqui o meu agradecimento ao Cristóvão, foi um ano de convivência muito positiva, muito boa. Um dia ele voltará ao Fluminense, com ainda mais sucesso do que teve nesse período. Ele enfrentou uma grande turbulência, com transição de patrocinador, e ainda assim teve atitudes muito corretas. Agradeço muito”, elogiou Siemsen, que se absteve de comentar a polêmica com a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), para a qual faz oposição juntamente com o rival Flamengo.
“O tema de hoje (da coletiva) não pode ter o foco desviado da mudança de comando técnico, não vale a pena entrar no assunto Federação. No tempo certo, voltaremos a ele”, afirmou brevemente o cartola, aproveitando para explicar como concluiu a negociação com Drubscky.
“Eu queria uma reunião com o Ricardo, encontrá-lo pessoalmente. Achei que uma conversa pelo telefone não era o caminho. Esperamos ele no Rio de Janeiro ontem à noite, foi uma reunião importante de duas horas. Discutimos as principais necessidades do Flu”, revelou. Questionado sobre os vencimentos do clube, Peter Siemsen foi sucinto. “Já pagamos dois meses de salários atrasados, falta o 13º dos atletas, que vamos pagar até o dia 31”, concluiu.
Ainda nesta terça-feira, a partir das 15h30 (de Brasília), Ricardo Drubscky comandará o seu primeiro treinamento no comando do Fluminense. Em seguida, o novo treinador tricolor concederá sua primeira entrevista coletiva nesta passagem pelo clube.
