Uma semana após o supervisor de futebol do Cruzeiro, Benecy Queiroz, revelar, em entrevista ao programa Meio de Campo, da Rede Minas, uma tentativa malsucedida de “comprar” um juiz em jogo do clube celeste, o presidente cruzeirense, Gilvan de Pinho Tavares, finalmente quebrou o silêncio e comentou a declarações dadas por seu companheiro de diretoria.
Em um primeiro momento, Gilvan Tavares manteve a versão do clube de que Benecy foi afastado, na última sexta-feira, por problemas de saúde, mas, pouco depois, reconheceu como “lamentáveis” e “intoleráveis” as declarações dadas pelo colega de diretoria. Perguntado se o supervisor não trabalhará mais no Cruzeiro, mesmo após resolvidas as questões médicas do dirigente, o presidente celeste destacou que tal assunto ainda está sendo discutido.
“A imprensa já tomou conhecimento de que o Benecy foi afastado por um prazo indefinido para que ele possa fazer um tratamento de saúde. A questão de saúde é fundamental. Se ele está precisando de tratamento, se submeter à exames, a gente tem que respeitar isso até pelo período que ele está no Cruzeiro. Nunca tivemos motivo de queixa dele. Este fato foi lamentável, a gente não podia tolerar, mas pode ser que alguma coisa tenha afetado ele para que contasse uma história desse tipo. Nem de brincadeira, nem de mentira, pode-se fazer isso com uma entidade como o Cruzeiro”, colocou.
“Esta decisão (se Benecy seguirá no clube), nós estamos aguardando. Não gosto de fazer injustiças e nem tomar decisões precipitadas. Ele está afastado por tempo indeterminado e estamos aguardando os resultados dos exames dele. Posso dizer que ele está arrasado, me pediu milhões de desculpas. Mas esta decisão que está sendo tomada em conjunto com o conselho do clube”, concluiu o mandatário cruzeirense.
De acordo com o mandatário celeste, o afastamento de Benecy Queiroz demorou a acontecer devido à realização de um levantamento para verificar se as declarações do supervisor se tratavam ou não de uma história inventada. Segundo Gilvan, a pesquisa confirmou que os fatos narrados não eram verídicos.
“A decisão foi um pouco demorada, porque nós preferimos fazer uma apuração da vida toda do Benecy no Cruzeiro e também de jogos do clube. Chegamos à conclusão que a realidade é aquela que ele contou à imprensa, de que ele inventou um caso, misturou épocas de pessoas que estão no Cruzeiro e temos certeza de que foi uma coisa que ele criou, imaginação dele, para contar um caso ‘sem pé nem cabeça’ que nunca aconteceu no Cruzeiro”, disse o presidente cruzeirense.
Além da possibilidade de ser afastado definitivamente do Cruzeiro, Benecy também corre o risco de sofrer uma punição do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que deve oferecer uma denúncia contra o dirigente em breve.
