Vítor Pereira analisa vitória do Corinthians e dispara contra críticas: "Nunca joguei um Derby?" - Gazeta Esportiva
Vítor Pereira analisa vitória do Corinthians e dispara contra críticas: "Nunca joguei um Derby?"

Vítor Pereira analisa vitória do Corinthians e dispara contra críticas: "Nunca joguei um Derby?"

Gazeta Esportiva

Por Marina Bufon

01/05/2022 às 19:13

São Paulo, SP

O técnico Vítor Pereira voltou ao banco de reservas neste domingo, depois de ter ficado um jogo fora por conta da covid-19. De lá, viu a vitória do Corinthians por 1 a 0 em cima do Fortaleza, na Neo Química Arena, com um primeiro tempo bastante difícil, em suas palavras.

“Uma primeira parte com grandes dificuldades, tivemos muitos problemas. Não estávamos conseguindo encontrar o jogo, sofrendo muita pressão. Claramente, a sensação que tinha era que não estávamos com capacidade de pressionar, dificuldade de controlar a largura, teve muitas situações perigosas na nossa área", iniciou em coletiva de imprensa, explicando a inserção de um terceiro zagueiro em seguida:

"(A mudança) Foi no sentido de simplificar nosso jogo, levarmos os três mais à frente para poderem pressionar mais alto os zagueiros deles e, sinceramente, de forma simples, não foi brilhante, mas já vi que esse campeonato não é fácil, qualquer equipe vai nos criar problema. O Fortaleza é uma boa equipe. Conseguimos controlar o adversário no segundo tempo. A decisão foi boa”, complementou.

No entanto, ele se mostrou firme em seu posicionamento sobre as críticas referentes à derrota no Derby. Ele ainda não havia falado por conta do apagão da comunicação e pela ausência diante da covid.

“Quando me dizem que vai ao Palmeiras e não coloca o time titular? Que time titular? E depois temos que ganhar do Boca Juniors, três dias depois? As pessoas não querem ver. ‘Nunca joguei Derby’... Já joguei vários, em vários países que matam. Na Turquia. Vão falar para mim que não sei o que é um Derby? Pensei, para jogar contra o Palmeiras, em poupar na Copa do Brasil. Tivemos vários casos de gripe, doentes, dor no corpo, febre… Quer dizer, quando fomos contra o Palmeiras, a intenção era chegar com a força máxima, mas tivemos que ver quem poderia jogar. Temos que ter um pouco de consciência, perceber que a única forma de manter o Corinthians competitivo nas competições é o rodízio. Não posso sair com meu carro porque é meu dia de rodízio. Vou colocar o jogador morto em campo?”, questionou.

Na próxima rodada, no domingo, o Alvinegro visita o RB Bragantino, às 18h (de Brasília), no Nabizão. Antes disso, porém, a equipe tem duelo pela Libertadores na quarta-feira, às 21h (de Brasília), contra Deportivo Cali, na Colômbia.




Veja outros trechos da coletiva de Vítor Pereira:

Jogo contra o Deportivo Cali

“Aqui no Brasil nem sequer temos tempo para descansar. Amanhã já vamos viajar, o calendário não nos permite respirar um bocado, já temos que começar a pensar no jogo do Cali. Hoje não consegui fazer a gestão que queria, porque, na primeira parte, tivemos muito mais dificuldades do que imaginei, e agora vamos ter que pensar no Cali. Muito duro, difícil, muito físico. Vamos começar a pensar nesse jogo a partir de hoje".

Arbitragem

"Não gosto de falar de arbitragem, mas temos que claramente defender o futebol. Tivemos entradas maldosas, permite uma, duas, três entradas, vão ganhando confiança e dando mais pancada. Willian fartou-se de levar pancada, o Paulinho levou e está com uma lesão no ligamento. Se não se defender o futebol, mais jogadores, da minha e de outras equipes, vão sofrer esse tipo de entrada”.

Rodízio de meio-campistas

“É evidente e natural (que Maycon e Du vão jogar juntos). Time titular é completamente impossível. Como jogar e depois jogar com o mesmo time? Não vamos conseguir jogar. Temos vários jogadores acima dos 30 anos. Eles podem fazer jogo de nível, mas, passados três dias, não vão conseguir pressionar ninguém. Eu quero tentar fazer uma equipe que, de acordo com estudo e projeção do próximo adversário, seja competitiva. Du e Maycon eram dois, mas pareciam três (jogadores). São novos, competitivos, são rápidos… E temos que mesclar isso com a qualidade do Renato, do Paulinho, do Giuliano, que hoje não teve oportunidade, mas tem qualidade. São todos meias que têm propensão ofensiva. Estou aqui para arranjar soluções, não é fazer o time titular, porque provavelmente não é equilibrado”.

Atacantes

"O Jô está comprometido e tem qualidade. O Júnior tem o azar de ficar muito tempo parado. Temos dois atacantes com qualidade, o Giovane que tem qualidade, está trabalhando. E quando a equipe tem necessidade, tem que passar para o Róger, ele tem que entender que a equipe está primeiro do que ele próprio".

Estilo de jogo já está no time?

“Quando aceitei vir para o Corinthians, olhei para o calendário, conversei com meu estafe… Somos treinadores de treino para preparar o jogo. Somos táticos, estratégicos, sabemos direcionar o treino. Acontece que, quando se olha para o calendário, jogamos hoje, vamos viajar amanhã. Nunca há uma sequência de treinos que nos permita ser mais consistentes. Eu queria muitas coisas… Intensidade, combinações, tabelas, é o jogo que eu gosto, tenho certeza que sou capaz de promover no Corinthians, mas percebi que o tempo não estava ao meu favor. Não tivemos pré-temporada para começarmos a trabalhar a sistematizar o estilo de jogo. Depois, é um jogo atrás do outro e as pessoas acham que temos que ganhar todos os jogos. Temos três meses de trabalho que não é um trabalho, é preparar para o próximo jogo. Temos que ir crescendo nos próprios jogos. A realidade é clara como água. O Palmeiras está muito mais consistentes que nós taticamente. É um trabalho de dois anos e meio. Com o tempo, vamos subir de patamar. Temos que nos manter vivos nas competições, mas não me peçam para ganhar todos os jogos, pois ‘somos o Corinthians’. Não sejam Dom Quixotes, fazer ‘assim’ (estalar de dedos) e somos melhores do que eles. Vamos colocar os pés no chão e construir o futuro com paciência”.

Gustavo Silva

“Das minhas alegrias, uma é trabalhar com os jovens. O Gustavo anda com tendinite crônica, é um jogador rápido, sente uma picada no tendão. Inflamou o tendão e continua a tratar, mas nunca mais vi o Gustavo atingir a velocidade que ele atingia. Ele teve azar. Mantuan, Adson, eles têm qualidade, precisam de um pouco de tempo, iguais muitos outros”.

Du Queiroz

“A torcida é a melhor coisa que nós temos, é a que nos empurra para frente, que nos dá energia, incendeia a alma. Paulinho saiu com lesão. Estávamos com dificuldade no primeiro tempo, portanto, era o que o jogo pedia (a entrada de Du). Quando a equipe precisa de gente para roubar bolas, equilibrar, quando temos que tomar decisões, não é em função do nome do fulano, eu precisava de um jogador com capacidade de pressionar. É isso que um treinador tem que ver para além do nome”.

Ausência por uma semana

“Em primeiro lugar, tenho uma equipe técnica maravilhosa, estão comigo há muitos anos. O entendimento é quase pelo olhar. Eles são todos treinadores. Naturalmente fui eu que fui passando o treino, mas a gestão do jogo não foi, dando um pouco da liberdade e a confiança para, quando fosse preciso mudar, pudessem mudar. Não temos tempo para ficar doentes. Em toda a minha vida, só perdi um treino. Nunca tinha pego covid. Senti dor no corpo, dor de cabeça, mas voltei o mais rápido possível. Custa muito ver um jogo pela televisão, foi uma luta tremenda. Futebol é paixão. Sabemos que nos mata, mas não podemos viver sem ele”.

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