Sylvinho minimiza vaias, explica excesso de cruzamentos e valoriza a Fiel: "Vitória da alma" - Gazeta Esportiva
Sylvinho minimiza vaias, explica excesso de cruzamentos e valoriza a Fiel: "Vitória da alma"

Sylvinho minimiza vaias, explica excesso de cruzamentos e valoriza a Fiel: "Vitória da alma"

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar

02/11/2021 às 01:26 • Atualizado: 02/11/2021 às 01:55

São Paulo, SP

Antes da bola rolar, algumas vaias puderam ser ouvidas na Neo Química Arena no momento que o nome de Sylvinho foi anunciado. Após a vitória sofrida, por 1 a 0, sobre a Chapecoense, o técnico falou sobre a situação, sem entrar no mérito da manifestação de parte do público.



"Temos um grupo do qual os atletas estão se manifestando muito: Giuliano, Renato, João, entre outros, isso me chega, porque eu não vejo, e isso me deixa muito feliz, porque eles têm elogiado demais o trabalho e o ambiente interno. Fico feliz de estar no CT, ter funcionários de 30 anos atrás, de transitar em todas as partes do clube, estar muito alinhado com o presidente, e o presidente tem anunciado isso, estamos montando um time no meio do campeonato, os resultados estão aparecendo, estamos em sexto, fizemos 10 jogos invictos, uma colocação que o clube não chegava há um tempo, ambiente é ótimo, fico feliz, alinhado com a diretoria, estamos montando um grande time, estamos preocupados em terminar bem para começar a outra melhor, temos de fazer bem esse papel, parte do resultado em aparecido, sim".

Outro ponto crítico na entrevista coletiva desta segunda-feira teve relação com o excesso de cruzamentos que o time deu no campo de ataque.

"Faltou, sim, um homem de primeiro pau, puxar, desestabilizar essa linha. Ela está preenchida a área, se um homem não mexer, fica simples para tirar. É algo que foi trabalhado, mas ao longo do tempo, não saindo o gol, por dentro não se entrava. As opções foram essas, tivemos 38 cruzamentos, que é um passe incerto. Quando tem oito atletas do adversário dentro da área, é muito difícil esse cruzamento sair limpo, ele sai por uma zona onde é quase terra de ninguém, você tem de atacar a bola. Se teve um erro nosso, não foi o cruzamento, foi atacar melhor essa bola, concordo contigo".




Fora as decisões tomadas em campo, Sylvinho fez questão de colocar na conta da torcida o triunfo sobre o lanterna do Campeonato Brasileiro. Após quase dois anos, o estádio corintiano pôde ser aberto em capacidade máxima e recebeu pouco menos de 40 mil torcedores.

"Foi uma vitória de alma, de estádio cheio. Já falei aos atletas que a vitória, além de tática, variações, atletas que entraram, mas o gol saiu do estádio, lotado. É a vitória da alma".

Leia a entrevista coletiva de Sylvinho, na íntegra:


Placar magro
"Sim, tínhamos uma responsabilidade muito grande quanto ao resultado, até mesmo elástico, assim esperávamos, mas do outro lado tem um adversário. É, esse adversário tem números ruins, sim. mas vem jogar a vida dele, são profissionais de alto nível, que defendem suas famílias, seu clube, o campeonato é duro, sabíamos. O que faltou? Faltou esse primeiro gol aos seis minutos, quando tivemos uma boa possibilidade com Du Queiroz, em uma jogada bem montada, bem treinada e do qual ele caiu dentro do gol, o goleiro da Chapecoense fez um grande jogo, evitou que esse gol saísse e que nós tivéssemos mais tranquilidade. Quando você faz o primeiro gol e tem a tranquilidade para escolher as jogadas nos outros 80 minutos, fica mais fácil. Agora, quando você não faz o gol, tem que apressar jogadas, fica mais difícil. Sempre um adversário que vai para o chão, entra o massagista, o árbitro para o jogo, isso tudo leva a um nervosismo natural em campo, tira concentração e você tem que acelerar. Faltou esse gol mais cedo. Sabíamos que tínhamos condição de sair com esse resultado, mas não foi fácil. Foi uma vitória de alma, de estádio cheio. Já falei aos atletas que a vitória, além de tática, variações, atletas que entraram, mas o gol saiu do estádio, lotado. É a vitória da alma".



Opção por Du e Gabriel
"Um atleta que pode fazer a função, sim, ele deu muita consistência ao meio de campo, recuperando bolas e dando entrelinhas, com GP e Fagner, um lado direito bem forte, aplicamos muito por ali e poderíamos ter uma melhor sorte. Já o Gabriel é um primeiro volante, tem alternado com Cantillo, temos essa alternativa, atletas completamente diferentes. O que queríamos com Gabriel era um meio campo mais dinâmico para soltar mais Fagner, para soltar mais Giuliano, soltar mais Róger Guedes, GP, para ter liberdade de Renato. Tínhamos muitos atletas com qualidade à frente. No meio tempo, vimos que poderíamos usar um outro desenho tático, do qual que já havia sido treinado, fazendo quase um 4-2-4, como fizemos contra o Internacional. Depois, outras variações que vieram pela frente".

Conversa com GP
"O Gabriel Pereira, sempre disse, o assunto da renovação é de uma esfera da diretoria, não era da minha esfera. Dentro de campo, sempre se comportou bem, não houve alteração".

Importância da torcida
"Já respondi parte dela na anterior e reitero. Tivemos variações, qualidade dos jogadores, girada de Jô, cabeçadas de Gil, João, entrada de Du, mas o gol foi o retrato do que é o Corinthians, empurrou para frente o tempo todo, tivemos 80% de posse de bola, senhores, jogamos no campo adversário, e isso é o retrato do torcedor que está ao lado, cria o clima e você continua atacando o tempo todo. Nosso gol foi do estádio, lotado, que é um estádio que impõe".

Cruzamentos sem perigo
"Quando você tem um adversário que atrasa suas linhas, vem na proposta de se defender o tempo que for necessário, a melhor jogada que se tem é entrar entrelinhas. Mas, nem sempre ocorre, porque as linhas são curtas e tem de buscar amplitude. Da amplitude não se volta mais. Grandes treinadores comentam: 'se fecham e eu tenho de dar amplitude e aí fico com o cruzamento'. O cruzamento é um passe incerto. Entrelinhas você joga no meio dos zagueiros, é mais fácil, mais controle da situação. Quando ela entra pela amplitude é porque todo o resto está fechado, te resta a amplitude. E, sim, o primeiro pau é algo que a gente ataca bastante, porque não somos de muita altura. E os gols que fizemos: Roni, Gabriel, Jô, de maneira que o cruzamento é o que resta quando você dá amplitude. O adversário não te deixa entrar. E faltou pouco um atleta de primeiro pau".

Opção pelo Gabriel
"Deu certo contra o Inter, viramos o jogo, 2 a 1, e no último minuto acabamos sofrendo o empate. Hoje, mais uma vez, deu certo, tivemos posse de bola, jogamos no campo adversário. As mudanças fazem parte, porque temos um grupo, não ganha 11, o grupo ganha partidas, campeonato. Hoje, tivemos a possibilidade de entrar no 4-3-3, depois virou 4-2-4. Renato começou como centroavante falso, veio jogar como meia e terminou como meia jogando de volante. Róger era ponta esquerda, virou segundo atacante. Gabriel Pereira ora aberto, ora fechado, com Gustavo. Gustavo entrou bem, conseguiu cruzamentos. Sim, ganhamos três pontos, deu certo. E, no Sul, por pouco não ganhamos".

Entrada de Jô e cruzamentos
"São 38 cruzamentos. Sim, esperávamos, porque quando um time põe uma linha de quatro e uma cinco à frente, e te permite amplitude, vão vir os cruzamentos. O Jô era essa opção. O time entrou, como Gustavo cruzou duas bolas em 10 minutos, pensávamos, estávamos buscando como ficaria a linha de meio, por isso demorou 10 minutos para o Jô entrar em campo. Deu sustentação na área, no escanteio ele vai na bola".

Estratégias
Os números que eu tenho são 38 cruzamentos. Não sou só eu, o atleta joga, mas de maneira que o adversário se defende com duas linhas de quatro, ou uma de cinco, como falei nas outras. Na construção de jogo ela vira uma segunda opção, você quer entrar por dentro, mas não somos nós que escolhemos, se o adversário fecha ali, de sobra amplitude. Se faz um gol nos primeiros minutos, mais te sobra, eu escolho, fica mais fácil. Criamos situações, o gol não veio, ficamos nervosos, mas, enfim, é do jogo, futebol é complexo, onde ocorre, é do jogo, um time menos qualificado consegue ganhar do líder. Sabíamos da dificuldade e da responsabilidade de fazer o resultado. Queríamos com mais facilidade, mas tem um adversário e levou até o final".



Falta de ataque à bola nos cruzamentos
"Faltou, sim, um homem de primeiro pau, puxar, desestabilizar essa linha. Ela está preenchida a área, se um homem não mexer, fica simples para tirar. É algo que foi trabalhado, mas ao longo do tempo, não saindo o gol, por dentro não se entrava. As opções foram essas, tivemos 38 cruzamentos, que é um passe incerto. Quando tem oito atletas do adversário dentro da área, é muito difícil esse cruzamento sair limpo, ele sai por uma zona onde é quase terra de ninguém, você tem de atacar a bola. Se teve um erro nosso, não foi o cruzamento, foi atacar melhor essa bola, concordo contigo".

Estratégia para o meio campo
"Estamos acostumados a usar três atletas no meio-campo. No segundo tempo, foram dois. Tínhamos muitos na frente da linha da bola. Os números mostram que faltou o gol. A gente não consegue escolher, a gente queria ele antes, a gente não controla o gol, e nós trabalhamos. Os números são avassaladores, 18 finalizações, 80% de posse de bola, 14 escanteios, um grande volume, queríamos o gol, os números são bons e poderiam ser melhores, se fizesse o gol com 15 minutos. Você fica mais tranquilo, mas não foi o caso, o adversário fica ali e tivemos que insistir com o que nos davam, que era amplitude e cruzamentos".

Planejamento
"Concentramos nossas forças no próximo jogo. O campeonato é duro, é equilibrado, você não pode perder energia e força nos jogos daqui um mês. Nossas forças estarão concentradas contra o Fortaleza, o próximo adversário"

Vaia antes do jogo
"Não, na realidade, temos um grupo do qual os atletas estão se manifestando muito: Giuliano, Renato, João, entre outros, isso me chega, porque eu não vejo, e isso me deixa muito feliz, porque eles têm elogiado demais o trabalho e o ambiente interno. Fico feliz de estar no CT, ter funcionários de 30 anos atrás, de transitar em todas as partes do clube, estar muito alinhado com o presidente, e o presidente tem anunciado isso, estamos montando um time no meio do campeonato, os resultados estão aparecendo, estamos em sexto, fizemos 10 jogos invictos, uma colocação que o clube não chegava há um tempo, ambiente é ótimo, fico feliz, alinhado com a diretoria, estamos montando um grande time, estamos preocupados em terminar bem para começar a outra melhor, temos de fazer bem esse papel, parte do resultado em aparecido, sim. Muitos jovens, havia uma preocupação enorme no começo do campeonato, muitos diziam que não iria passar de 10ª, até uma coisa catastrófica, e o time em sexto, sétimo já há algumas rodadas. Estamos lutando no CT, remando na mesma direção, me deixa contente as entrevistas deles, projetando um futuro forte".

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