Sylvinho defende o trabalho e se diz em harmonia com diretoria e jogadores do Corinthians - Gazeta Esportiva
Sylvinho defende o trabalho e se diz em harmonia com diretoria e jogadores do Corinthians

Sylvinho defende o trabalho e se diz em harmonia com diretoria e jogadores do Corinthians

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar

10/11/2021 às 23:22 • Atualizado: 10/11/2021 às 23:23

São Paulo, SP

Sylvinho se mostrou ciente da pressão externa sobre o trabalho desenvolvido pela comissão técnica do Corinthians, liderada por ele, e fez questão de ressaltar, durante entrevista coletiva, nesta quarta-feira, após a derrota por 3 a 0 para o Atlético-MG, que está preocupado em manter o ambiente que ele tem dentro do clube.

"Tenho uma grande harmonia com a diretoria, com o presidente, com os atletas, que é importantíssimo, o entendimento deles com relação ao trabalho".




Em relação ao jogo, o treinador foi questionado sobre a escolha por Gabriel, que dificultou a saída de bola e minou a criação ofensiva da equipe.

"Eu não tinha o Cantillo no banco, e algumas vezes comecei jogando com Cantillo, e não agradou nem A nem B, não importa, Cantillo tem feito gol, tem sido um dos grandes jogadores, uma grande revelação do ano jogando conosco de primeiro, ele tem uma saída muito boa, embora alguns digam que ele não pode jogar. Pra mim, ele pode jogar e jogou e tem grande parte de jogos e atuações como titular. Obviamente, não tendo, perdendo o atleta para a seleção colombiana, a gente ficou limitado no setor, com um atleta com outra característica, essa que você pedia, de jogar. O Gabriel marcou bem, defendeu bem, tem suas características, empresta isso ao time, mas a saída ficou um pouco mais comprometida".

Sobre os gols, Sylvinho evitou apontar as falhas individuais, mas pontuou:

"Cada vez que se erra contra um adversário como esse, você paga um preço muito caro. Ninguém fica feliz pelos três gols. Perder já não é bom, por um placar desse é pior, mas quando a qualidade é grande, você paga caro por cometer um erro ou outro".

Sobre a sequência do Corinthians no Brasileirão, Sylvinho não deu indícios de que vai repensar a escalação inicial. Para o treinador, é um mérito a equipe melhorar, com frequência, na etapa final, mas isso não quer dizer que a formação inicial não seja a ideal.

"Senhores, o futebol tem um primeiro tempo, tem um segundo, ele se abre. Eu gostaria de ganhar todos os jogos de 5 a 0, todos os treinadores gostariam, mas o jogo se mostra, você faz um trabalho, se mostra. E você conseguir ter o segundo tempo melhor que o primeiro, ter o resultado, performance, isso é mérito. Tem gente que prefere olhar: 'se ele fizesse isso no primeiro tempo'. Quem me garante? Quem consegue me garantir que se fizesse isso no primeiro tempo, o resultado seria 5 a 0? Não é esse. O futebol se joga em 90 (minutos) e mais acréscimos, é uma construção grande, estamos trabalhando, e os resultados estão vindo, em casa ganhamos dois jogos, difíceis, e vai continuar difícil".

Leia a entrevista coletiva de Sylvinho, na íntegra:


Escolhas por Gabriel e Renato de 9
"Eu não tinha o Cantillo no banco, e algumas vezes comecei jogando com Cantillo, e não agradou nem A nem B, não importa, Cantillo tem feito gol, tem sido um dos grandes jogadores, uma grande revelação do ano jogando conosco de primeiro, ele tem uma saída muito boa, embora alguns digam que ele não pode jogar. Pra mim, ele pode jogar e jogou e tem grande parte de jogos e atuações como titular. Obviamente, não tendo, perdendo o atleta para a seleção colombiana, a gente ficou limitado no setor, com um atleta com outra característica, essa que você pedia, de jogar. O Gabriel marcou bem, defendeu bem, tem suas características, empresta isso ao time, mas a saída ficou um pouco mais comprometida. Com relação ao Renato, é um atleta que pode fazer muitas funções, veio para trás no segundo tempo, também rendeu. No primeiro tempo, por falta dessa saída, Renato fez as maiores retenções que tínhamos para atravessar campo. Não é fácil atravessar campo numa equipe forte, potente, marca um para um o campo todo, é a defesa menos vazada, números extraordinário dentro de casa e dentro de pouco pode se sagrar campeão Brasileiro. Essa é a explicação que temos para o quadro que tínhamos, e tentamos de tudo no segundo tempo, com algumas mudanças, mesmo correndo muito risco, porque jogávamos contra uma equipe qualificado, e o time foi tentando criar o empate. O segundo gol ele realmente nos prejudicou muito, porque aí a gente praticamente fora do jogo".

Avaliação do trabalho após semanas livres
"A pergunta está errada. Nós não tivemos sete dias para trabalhar, como você comentou. Tivemos poucos dias. Com relação aos números, estamos em condições diretas para buscar uma vaga de Libertadores, coisa que faz um tempo que o Corinthians não está numa situação como essa. Organização tem e tem muita. É só enxergar. Estamos buscando melhorias, conhecimento dos atletas, e estamos buscando o melhor deles, com aqueles que já estão, muitos se revelando, e volto a dizer, não tivemos sete dias para trabalhar. A partir daí, não dá para responder mais".

Nenhuma finalização no gol
"O Atlético é um time muito qualificado, melhor defesa do campeonato, com uma diferença grande, um grande ataque, os números são extraordinários. E nós não incomodamos, como muitos têm passado por aqui, pela diferença que o clube atinge, e hoje mostrou que é muito qualificado. Queríamos incomodar, não conseguimos, no segundo tempo tentamos de uma maneira ou outra. Outro detalhe importante é que cada vez que se erra contra um adversário como esse, você paga um preço muito caro. Ninguém fica feliz pelos três gols. Perder já não é bom, por um placar desse é pior, mas quando a qualidade é grande, você paga caro por cometer um erro ou outro".

Quatro faltas feitas e falta de competitividade
"Se sinônimo de falta é competitividade, o número não encaixa, porque até ontem, antes do jogo, éramos a segunda melhor defesa. Somos um time limpo, forte, que marca forte, sim, porque ninguém é a segunda melhor defesa, até ontem, num campeonato difícil desse, do qual tivemos grande parte dele em 12º, fomos buscar sexto e estamos buscando nosso objetivo. O que eu não gostei foi o nosso adversário, do qual eu já teci tantos elogios, fez 20 faltas, e o árbitro foi conivente, principalmente no primeiro tempo. Muitas faltas no Renato Augusto, no segundo tempo em cima do GP, faltas em Gustavo, que pra mim, mereciam amarelo, mas é ao contrário, o adversário acabou abusando. Falta é do jogo, mas isso não se mede a competitividade. Ao contrário. Estamos buscar melhorar os números e um período atrás de tempo ninguém imaginava esse quadro. Nós aqui conquistamos um direito de buscar uam vaga à Libertadores do qual o cenário externo não dizia isso. O cenário inteiro diz e acredita no trabalho".

Escalação inicial
"Você vai mudando peças, elas têm sido mudadas. Quando se faz uma análise de futebol, fica muito curto fazer uma análise de um jogo ou de dois jogos. Temos de fazer uma análise um pouco mais completa, de um período curtíssimo de cinco meses. Nosso centroavante era o Luan. Passou um tempo e se tornou o Jô. Teve a lesão e saiu. Passou a ser Róger, Renato... Estamos buscando uma formatação, uma conexão de time. E isso vai se fazendo com o tempo e sempre com o carro andando. Jogos difíceis, campeonato complicado. Chapecoense está dando trabalho porque o campeonato é difícil. Não vamos nos iludir. O campeonato é muito equilibrado, um país continental, distâncias enormes, temperaturas, jogos difíceis, de maneira que estamos buscando a formatação, além de muitas vezes já mudamos o time no meio tempo. Quando isso potencializa, isso é mérito de quem está trabalhando. 'ah, por que não fez isso antes?' Senhores, o futebol tem um primeiro tempo, tem um segundo, ele se abre. Eu gostaria de ganhar todos os jogos de 5 a 0, todos os treinadores gostariam, mas o jogo se mostra, você faz um trabalho, se mostra. E você conseguir ter o segundo tempo melhor que o primeiro, ter o resultado, performance, isso é mérito. Tem gente que prefere olhar: 'se ele fizesse isso no primeiro tempo'. Quem me garante? Quem consegue me garantir que se fizesse isso no primeiro tempo, o resultado seria 5 a 0? Não é esse. O futebol se joga em 90 (minutos) e mais acréscimos, é uma construção grande, estamos trabalhando, e os resultados estão vindo, em casa ganhamos dois jogos, difíceis, e vai continuar difícil. Quero acreditar e assim tenho o entendimento do campeonato vão estar se jogando coisas importantíssimas, salvo uma situação ou outra, talvez o título, um ou outo rebaixado, no demais, vão estar sendo disputadas vagas a palmo, a dedo, a pontos, para que cada um consiga seu objetivo".

Relação com a torcida
"O importante são os atleta se sentirem bem. Todo esse planejamento curto, que ele continue a se desenvolver e que a gente consiga desenvolver o trabalho. O importante é isso. É o nosso ambiente interno ser muito bom, os atletas acreditarem nisso tudo que está ocorrendo. Volto a dizer, esse cenário, há quatro meses, eu quero saber quem é que dizia: 'olha, estão buscando uma vaga à Libertadores, sexto colocado, quinto, não sei'. Esse não era o cenário externo, e estamos construindo ele, o Corinthians é o sexto, sétimo, buscando o quinto, então, é o nosso objetivo, é o trabalho, os pontos, a entrega. Eu me preocupo demais com o dia a dia. São 12, 14 horas de trabalho, é o que a gente tem, estamos trabalhando em várias frentes, tenho uma grande harmonia com a diretoria, com o presidente, com os atletas, que é importantíssimo, o entendimento deles com relação ao trabalho, haja vista tantas entrevistas que acabam saindo e me mostram, dizendo 'olha, os atletas reconhecendo o trabalho, o nível, o quanto vocês fazem, o quanto vocês dominam o que estão fazendo, o momento do clube', então, tudo isso, pra mim, satisfaz o lado pessoal, mas dentro do corporativo, eu quero mais, queremos buscar mais, essa camisa exige, e eu conheço muito bem essa camisa, por isso, cada vez mais, fico preocupado com o trabalho, queremos trabalhar e performar, que os nossos objetivos sejam conquistados".

Diferença para as principais equipes
"Difícil mensurar onde estamos com relação a três equipes que estão disputando parte importante da tabela e campeonatos, inclusive Libertadores nos últimos anos. Nosso clube é grande, enorme, já passou por esse momento, foi campeão, teve Brasileiro, Libertadores, Mundial, aliás, o último campeão mundial sul-americano contra um europeu foi o Corinthians, de maneira que muitos atletas qualificados fazem parte deste grupo, viveram tudo isso. Mas é muito difícil mensurar. Futebol é dinâmico, tudo muito rápido, chegaram quatro atletas, tem três ou quatro atletas do Sub-20 que chegaram, precisam melhorar, são três fortes importantes e você vai trabalhando posições, esquemas e isso precisa melhorar. Infelizmente, futebol pede tempo, mas é muito difícil. Agora, não tem para onde escapar. Aqueles times qualificados que você citou são pontas nesse momento porque já fizeram um trabalho, se esquecem, foi feito um trabalho de construção lá atrás, é o que estamos fazendo, para colher os frutos amanhã. Óbvio que tem de ser rápido e esse trabalho vai ser feito".

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