Roberto reclama de torcida única e revela emboscada de santistas - Gazeta Esportiva
Roberto reclama de torcida única e revela emboscada de santistas

Roberto reclama de torcida única e revela emboscada de santistas

Gazeta Esportiva

Por Tomás Rosolino

10/06/2016 às 18:15 • Atualizado: 10/06/2016 às 21:54

São Paulo, SP

Roberto de Andrade contestou a eficácia das torcidas únicas em clássicos (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
Roberto de Andrade contestou a eficácia das torcidas únicas em clássicos (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)


O presidente Roberto de Andrade esteve no CT Joaquim Grava na tarde desta sexta-feira e fez questão de acompanhar o técnico Tite na entrevista coletiva concedida após o treinamento, a última antes do Derby de domingo, às 16h (de Brasília), no Palestra Itália, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. Descontente com a medida que impôs torcida única e impediu corintianos de irem à casa do adversário, o mandatário revelou que, além de considerar ineficaz, já viu brigas acontecerem mesmo com torcida única em clássicos.

"Não saiu na imprensa, mas, no jogo contra o Santos (pelo Brasileiro, na quinta rodada), houve emboscada da torcida do Santos em torcedores do Corinthians e seis foram hospitalizados. A confusão que a gente presencia é fora do estádio. E lá fora ninguém está proibido de ir. Dentro do estádio não tem problema nenhum, a polícia separa bem. É uma medida muito curta, não está resolvendo nem vai resolver. O futebol está caminhando para o fim se isso prevalecer", reclamou o dirigente, explicando que não teve poder para mudar a decisão.

"Se eu tivesse poder para mudar, mudaria ontem. O Corinthians fez todos os esforços para que isso não acontecesse, conversamos com todas as instâncias do judiciário para que isso fosse revertido. Acho uma mudança descabida, desnecessário ao futebol, um desrespeito ao cidadão. O nosso torcedor não ficou ausente de nenhum jogo do Corinthians na história. Se isso fosse resolver a violencia do país, eu apoiaria, mas não vai", disparou.

Para Roberto, o que força isso é a segurança pública falha no Estado de São Paulo. "A segurança pública é quem tem de tomar as medidas cabíveis, não dá para culpar o cidadão. Daqui a pouco a gente não sai mais na rua para não ser assaltado. Só tem assalto porque tem gente na rua, não? É uma lógica que inexiste. Fico triste, sentido pelo torcedor, peço desculpas por não ter como agir em prol da nossa torcida. Tentei de todas as formas, mas não foi possível", continuou.

Nas palavras do dirigente, porém, o time não pode se abalar por não ter nem sequer um membro da Fiel na arquibancada. "Não dá para quantificar isso. Primeiro porque é uma situação inusitada de ser proibido de ver um jogo, é a morte do futebol, lamentamos. Sei que o prejuízo é grande. Sabemos disso, o torcedor vibra, sofre, nós vamos jogar aqui do lado e o torcedor não pode ir porque alguém achou que isso seria prejudicial. Com tristeza, temos que acolher, mas acolheremos com tristeza", completou.

Sentado ao lado do chefe, o técnico Tite também lamentou a ausência de corintianos no estádio, mas adotou um discurso mais moderado ao tratar do assunto. Mesmo se dizendo triste pelo ocorrido, ele preferiu pedir aos torcedores alvinegros que não tentem burlar a decisão.

"A primeira coisa que eu tenho é lamentar. Ao mesmo tempo, lembro que aqui mesmo nessa sala veio um procurador e nos orientou o seguinte: "Não falem nada, cuidem com gesto de vocês, porque ali na rua vai ter emboscada, vai ter assassinato". Aí você fica pensando: como que posso eu participar de algo que tem assassinato? Vamos acolher independentemente de gostar ou não. O torcedor vai passar a energia de dentro de casa. Não façam disso um ato de rebeldia", encerrou o treinador.

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