Roberto explica situação de Sornoza e não descarta voltar à presidência do Corinthians - Gazeta Esportiva
Roberto explica situação de Sornoza e não descarta voltar à presidência do Corinthians

Roberto explica situação de Sornoza e não descarta voltar à presidência do Corinthians

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar

05/01/2021 às 15:22 • Atualizado: 05/01/2021 às 15:29

São Paulo, SP

Roberto de Andrade concedeu, nesta terça-feira, sua primeira entrevista coletiva como diretor de futebol da gestão que será comandada pelo presidente Duílio Monteiro Alves, no Corinthians.

Questionado sobre a situação de Sornoza, que estava emprestado a LDU e que, em tese, deveria voltar agora em janeiro, o dirigente admitiu que há uma possibilidade do equatoriano ser negociado com o Tijuana, do México.

"Esse clube é um clube mexicano, ainda não entraram em contato conosco, estão conversando com o atleta, estou aguardando, hoje ou mais tardar amanhã, o retorno do atleta para a gente se pôr a par da situação. Não existe nada de mais concreto para passar".

Sornoza tem contrato com o Timão até dezembro de 2022. A cúpula alvinegra espera negociar o atleta por 5 milhões de dólares, que dá pouco mais de R$ 26,3 milhões.

Sornoza, até que tudo seja resolvido, não poderá ser integrado ao elenco de Vagner Mancini, pois as inscrições para o Campeonato Brasileiro já se encerraram.

No mais, ao lado do novo gerente de futebol, Alessandro Nunes, Roberto de Andrade também não descartou voltar a concorrer à presidência após o mandato de Duílio e avisou que não precisa de nenhum diretor-adjunto para lhe auxiliar. Nos últimos anos, Edu Ferreira e Jorge Kalil ocuparam estes postos.



Leia a entrevista coletiva de Roberto de Andrade, na íntegra:


Expectativa
"Expectativa sempre é grande. A gente está trabalhando à frente do Corinthians, é um clube apaixonado por loucos e estamos sempre dispostos a enfrentar desafios. Teremos dificuldades por conta da pandemia, mas a minha expectativa é a melhor possível. Acho que o Corinthians tem um grupo de bom nível, dá para brigar por todos os campeonatos em 2021, e espero que em algum a gente chegue ao título. É o desafio que a gente tem".

Voltar com time em baixa
"O futebol, temos no Brasileiro 20 clubes, é um só que ganha. Os outros 19 não podemos dizer que não serve para nada. Tirando o campeão, o resto é coadjuvante. O Corinthians passou por um momento difícil, troca de treinador, elenco, jogadores novos chegando, com características diferentes, não deu o encaixe esperado. Vocês agora estão acompanhando o trabalho do Mancini, praticamente os mesmos jogadores, mas tiveram uma assimilação maior com o método de trabalho. Não posso concordar que o Corinthians não é temido. A camisa, sozinha, se entrar em campo, o adversário vai temer. Momentos bons e ruins, isso vai acontecer, com qualquer clube do mundo. Tem fase, boa, ruim e a mais ou menos. Estamos retomando. A recuperação pode ter vindo tardia, o campeonato está bem andado, mas o que a gente almeja, que é tentar uma classificação direta à Libertadores é bem possível e está deixando a gente mais otimista. Isso faz com que a gente tenha menos trabalho nos próximos anos. O elenco é muito bem qualificado. Vamos trabalhar e tentar chegar no mais alto que a gente conseguir".

Vontade de ser presidente
"Não acho nada fora de cogitação, só acho fora de hora. Acho até falta de respeito tratar de alguma coisa que vai acontecer daqui três anos. E não é para mim que você tem de perguntar, e sim para quem talvez possa me alçar. Mas, não estou pensando nisso, de forma nenhuma. Não estou pensando, já fui presidente, se eu tinha essa vontade, já foi, já passou. Estou aqui para trabalhar com o Duílio. As pessoas mudam de opinião, de roupa de tudo, também posso mudar, mas hoje não penso de forma nenhuma nisso".

Jogadores que saíram
"Toda a solução dos jogadores que venceram contratos não é só parte da diretoria, passa pela comissão técnica. Ainda não fizemos essa reunião, estamos preparando material, para sentar com a comissão é avaliar o elenco, jogadores emprestados, vamos sentar para solucionar".

O que mudou no futebol
"Eu não acredito que nesse sentido tenha mudado muita coisa, não. A parte técnica, que pode haver alguma alteração tática, que não compete a gente. O que compete a nós, como diretor, é lidar com gente, isso não muda nunca. Por isso que a experiência de ter passado por aqui contribui bastante com o momento atual. Para nós, o trabalho é igual, com pessoas diferentes. O que tem mudado muito é a parte técnica. O resto continua do mesmo jeito".

Comparação de paciência com grupo e comissão
"A gente só sabe que erra depois que acontece. Quando você traz um profissional, você tem o intuito de acertar. De uns bons anos para cá, a gente foi o clube que mais teve treinador por longo período. Tivemos a saída do Tite para a Seleção. Se ele não tivesse ido, talvez ele fosse nosso treinador até hoje. Essa química, treinador e um elenco de 30 e poucos jogadores, tem de dar certo em 100%, não pode dar em 99%. Esse 1% pode deixar o clima insustentável. O Corinthians tem paciência com seus treinadores, a gente não tem essa vontade. Você não sabe como é ruim trocar um treinador. Vamos até o extremo. Mas, vocês sabem que o futebol é medido por resultado. Chega uma hora que as coisas ficam insustentáveis. Fazia anos que a gente não tinha isso de ter dois, três treinadores numa temporada. Espero que o Mancini fica por muito tempo. A gente está vendo que o trabalho está sendo bem feito".

Sub-23
"Duílio já explicou, vai permanecer. Sendo assim, acho que temos de fazer as melhoras. O intuito dele é ser produtivo para o clube. Vocês são testemunhas de quantos jogadores estouraram a idade no Sub-20 e acaba não tendo espaço para o menino (no profissional). Queremos fazer de uma forma que não aconteça mais. Quando montamos, talvez naquele momento, estamos consertando algumas coisas, vamos continuar melhorando. Não quer dizer que a fórmula vai nascer e morrer do mesmo jeito. Vocês, às vezes, não se atentam nos jogadores que saíram do Sub-23 e estão no profissional. Tem uma serventia muito boa, só precisamos adequar para fazer uma excelência nessa categoria".

Otero, Cazares e Jemerson
"Na realidade, chegamos ontem aqui. Isso está na agenda para a gente sentar e começar a conversa, é uma prioridade, sim, para renovação. Vamos cuidar com o maior carinho do mundo. Ainda não demos início, tinha coisas na frente, nessa semana ainda a gente vai começar a trabalhar na renovação desses contratos. Assim que tiver novidade, eu passo para vocês".

Diretor-adjunto
"Eu sou diretor de futebol, presidente é o Duílio. Se ele me perguntar se eu preciso de um adjunto, eu vou dizer que não. Se ele colocar, tudo bem, à disposição. Não vejo necessidade, mas se achar que tem que pôr, estou à disposição".

Plano "pés no chão"
"Quando fala pé no chão não significa que não vai trazer ninguém. Significa que não trazer jogador para ganhar R$ 1,5 milhão. Isso não temos condição. Mas, tem jogador de qualidade tão boa quanto esse jogador, que custa metade disso. Esses virão, sempre com responsabilidade. É uma bandeira do Duílio, termos responsabilidade com o caixa do clube".

Histórico
Roberto de Andrade foi presidente do Corinthians no triênio 2015-2017, período em que o Timão foi bicampeão brasileiro, e já havia desempenhado a função de diretor de futebol entre 2010 e 2013, anos em que o clube conquistou o Campeonato Brasileiro, Libertadores, Mundial, Recopa Sul-Americana e Campeonato Paulista.



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