Para-raios de R$ 1 milhão da gestão Gobbi geram divergências no Corinthians
Por Tiago Salazar
27/11/2020 às 21:38 • Atualizado: 27/11/2020 às 21:39
São Paulo, SP
Porém, em junho de 2016, o então presidente Roberto de Andrade contratou uma nova empresa especializada para realizar o mesmo serviço. Neste caso, a despesa foi menor, de R$ 382,7 mil.
A Gazeta Esportiva tomou posse de cópia dos documentos citados acima.
Procurado, Roberto de Andrade afirmou que precisou fazer a manutenção às pressas.
"Eu não sei te dizer se as pessoas estavam seguras (no Parque São Jorge) nesse período e nem o motivo da obra paga pelo Mário não ter sido feita como deveria. Eu simplesmente tomei conhecimento de que o para-raio não estava funcionando e de que o trabalho precisava ser feito. Contratei uma empresa e eles arrumaram tudo. O que eles pagaram, por que pagaram, por que não foi feito, eu não sei. Aí tem que ver com ele".
Mário Gobbi se posicionou por meio de nota oficial enviada à Gazeta via assessoria de imprensa da chapa Reconstrução.
"Sendo esse um sistema de proteção obrigatório para segurança dos sócios e dos colaboradores do clube social, ainda mais numa área com um dos maiores parques aquáticos da Capital e repleto de árvores, todo o sistema de para-raios precisou ser refeito. Desconheço a necessidade de serviço posterior, e ressalto que todas as contas foram aprovadas em todos os órgãos do clube, diferentemente das contas do último ano, que vêm sendo constantemente postergadas".
A reportagem também ouviu Eduardo Caggiano, que foi nomeado diretor administrativo assim que Roberto de Andrade assumiu a presidência, em fevereiro de 2015.
"Quando eu assumi, em 2015, a primeira coisa que fiz foi ver o que precisa. Então, saí olhando para-raio, hidrante, luz de emergência, extintores, e nada disso estava regular. Em 2016 fizemos essa obra, porque não identificamos esse serviço como realizado".
Caggiano disse ainda que a empresa que recebeu mais de R$ 1 milhão pelo serviço "não foi encontrada" e, por isso, o clube buscou uma nova companhia.
"Eu sei o que estou falando, trabalho com isso há 18 anos. Isso não se troca em dois anos, ainda mais uma obra a este custo. Tanto é que o serviço de 2016, muito mais barato, está válido até hoje, em 2020. É só olhar que não se gastou com isso nos últimos anos, e a legislação pública não mudou", completou.
Roberto de Andrade foi diretor de futebol na gestão de Mário Gobbi e sucedeu o delegado de polícia na presidência justamente com o apoio do atual candidato.
Em 2014, último ano do mandato de Mário Gobbi e época da contratação do serviço em questão, o Corinthians registrou em seu balancete financeiro o valor de R$ 49.868 milhões com despesas operacionais do clube social e esportes amadores. A quantia foi a maior da gestão de Gobbi, iniciada em fevereiro de 2012, e R$ 8.151 milhões (19.538%) superior a 2011.