Mário Gobbi rebate declarações de Duílio sobre dívidas do Corinthians - Gazeta Esportiva
Mário Gobbi rebate declarações de Duílio sobre dívidas do Corinthians

Mário Gobbi rebate declarações de Duílio sobre dívidas do Corinthians

Gazeta Esportiva

Por Redação

17/06/2020 às 08:56

São Paulo, SP

Mário Gobbi foi presidente do Corinthians entre 2012 e 2015 (Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press)


Por meio de nota oficial, o ex-presidente do Corinthians, Mário Gobbi, afirmou não ter envolvimento na dívida com o J. Malucelli pela venda de Jucilei em 2011. A declaração vai contra o que foi dito pelo diretor Duílio Monteiro Alves na última terça-feira ao explicar o imbróglio.

Duílio apontou que Gobbi é o responsável pelo não cumprimento de acordos previstos em contrato com o J.Malucelli. Agora, o clube é cobrado na Justiça, e as pendências chegam próximas de R$ 26 milhões.

Em sua defesa, o ex-mandatário do Alvinegro afirmou que a dívida não é decorrente da sua gestão, que durou entre os anos de 2012 e 2015.

"Nos últimos dias, o meu nome tem sido indevida e lamentavelmente ligado a um processo do J. Malucelli contra o Corinthians por conta da venda dos direitos federativos do atleta Jucilei. A ação movida pelo clube paranaense foi motivada pela falta de anuência na venda do jogador, como constava em contrato, em fevereiro de 2011 – portanto, em um período que eu já não fazia mais parte da administração do clube, pois fui diretor de futebol de dezembro de 2007 a dezembro de 2010, e presidente de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015", afirmou Gobbi.



"O único envolvimento da minha gestão neste caso é o recebimento de apenas parte do pagamento dos direitos do Jucilei, no dia 29 de fevereiro de 2012, no valor de R$ 11.428.000,00; e o repasse de R$ 4.800.000,00 ao J. Malucelli", completou.

Mário Gobbi é apontado como um dos possíveis candidatos da oposição para as eleições presidenciais do Corinthians, que estão marcadas para o mês de novembro.

Confira a nota de Mário Gobbi na íntegra:

"Nos últimos dias, o meu nome tem sido indevida e lamentavelmente ligado a um processo do J. Malucelli contra o Corinthians por conta da venda dos direitos federativos do atleta Jucilei. A ação movida pelo clube paranaense foi motivada pela falta de anuência na venda do jogador, como constava em contrato, em fevereiro de 2011 – portanto, em um período que eu já não fazia mais parte da administração do clube, pois fui diretor de futebol de dezembro de 2007 a dezembro de 2010, e presidente de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015.
O único envolvimento da minha gestão neste caso é o recebimento de apenas parte do pagamento dos direitos do Jucilei, no dia 29 de fevereiro de 2012, no valor de R$ 11.428.000,00; e o repasse de R$ 4.800.000,00 ao J. Malucelli. A quantia de R$ 914 mil foi segurada, pois, se somada, ultrapassaria os 50% líquidos que a equipe paranaense tinha direito por contrato, descontadas as despesas de comissão, taxas, impostos, etc.
Mais de três anos depois, no dia 22 de maio de 2015, o J. Malucelli distribuiu a ação na Justiça do Paraná pedindo indenização, em um valor aproximado de R$ 5 milhões, por perdas e danos por conta descumprimento do contrato que obrigava a anuência na transferência, repasse a destempo e descontos indevidos (como não participou da negociação em 2011, o clube paranaense não aceitou o desconto, feito nas duas parcelas de recebimento, em 2011 e em 2012, das despesas de comissão, taxas, impostos, etc).
No dia 22 de novembro de 2016, exatamente 18 meses após a ação ter sido distribuída, a sentença foi de improcedência. Em março de 2018, um recurso do J. Malucelli foi provido no Tribunal por maioria. Em agosto de 2019 foi certificado que o Corinthians não interpôs os recursos de Agravo em Recurso Especial e Agravo em Recurso Extraordinário, tendo o processo transitado em julgado em 09 de agosto de 2019.
Duas semanas depois, em 23 de agosto de 2019, o J. Malucelli ingressou com a execução da quantia de R$ 13.931.138,83 (valor da ação e dos honorários sucumbenciais com atualização e correção monetária, além de juros de mora).
Em outubro de 2019, foi certificado que o Corinthians recebeu intimação para pagar a dívida e não pagou, havendo a incidência de multa de 10% sobre o saldo devedor total, apresentado cálculo atualizado de R$ 16.969.779,67 e pedido de penhora de verbas da Globo, CBF e BMG.
No dia 09 de dezembro, um acordo foi celebrado com o valor de R$ 14.437.00,00, em 13 parcelas ao J. Malucelli, sendo a primeira de R$ 1 milhão já penhorada da Globo, e
R$ 3.519.000,00, em cinco parcelas ao escritório de advocacia, com
multa de 20% e vencimento antecipado em caso de nova inadimplência.
Em fevereiro de 2020 o J. Malucelli e o advogado do clube paranaense denunciam que o Corinthians não pagou a segunda parcela vencida, em 31 de janeiro de 2020. O Corinthians é intimado a pagar sob pena de multa. Em março, o J. Malucelli denuncia novo descumprimento, da terceira parcela e do pagamento menor da segunda parcela.
Em abril de 2020, o J. Malucelli e o advogado denunciam o inadimplemento de todo o acordo pela reiterada inadimplência. O valor cobrado é de R$ 18.863.906,24 (dezoito milhões, oitocentos e sessenta e três mil, novecentos e seis reais e vinte e quatro centavos), sendo R$ 16.106.012,21 de crédito do J. Malucelli Futebol S.A., e R$ 2.757.894,03, do escritório de advocacia.
Em maio de 2020, como o Corinthians não pagou mais uma vez, teve acréscimo de multa e foi requerida penhora na Rede Globo e na CBF no valor de R$ 23.053.579,81 (vinte e três milhões, cinquenta e três mil, quinhentos e setenta e nove reais e oitenta e um centavos), dos quais, R$ 17.893.779,65 são devidos ao J. Malucelli Futebol S.A., e R$ 5.159.800,25 ao escritório de advocacia.
Ou seja, a ação é toda da indenização pelo Corinthians não ter pedido a anuência do J. Malucelli para vender o Jucilei."

 

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