Mancini vê goleada como acidente de percurso, mas condena atuação do Corinthians - Gazeta Esportiva
Mancini vê goleada como acidente de percurso, mas condena atuação do Corinthians

Mancini vê goleada como acidente de percurso, mas condena atuação do Corinthians

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar

18/01/2021 às 23:29 • Atualizado: 18/01/2021 às 23:32

São Paulo, SP

Vagner Mancini não poupou críticas ao Corinthians, que nesta segunda-feira foi goleado pelo Palmeiras por 4 a 0, no Allianz Parque.

"O Corinthians não conseguiu marcar. Essa que é a verdade. Não é que marcamos mal (...) Hoje, a equipe jogou muito mal, foi pior que o 5 a 1 com o Flamengo".

Apesar da consciência dos erros que sua equipe apresentou em campo, o técnico manteve o foco de buscar uma vaga na Copa Libertadores e avisou que espera por uma reação já na quinta-feira, contra o Sport, na Neo Química Arena.

"Eu classifico como um acidente de percurso (...) Temos de enxergar o cenário, que é de mais um divisor de águas".

Logo após o apito final, Fábio Santos revelou que os jogadores não haviam cumprido com a estratégia montada por Mancini. E o treinador confirmou a situação na sua entrevista coletiva.

"Realmente, aconteceu isso. Nossa estratégia era para marcar o Palmeiras adiantado ou no bloco baixo. A partir do momento que nós ficamos no centro do campo, tentando fazer uma meia pressão, tivemos de esticar a equipe e jogar em 60, 70 metros, o que eu não gosto e que eles sabem que não surte efeito (...) Toda a estratégia montada não foi bem executada hoje. Uma por uma péssima leitura de jogo e outra por decisões que são tomadas em campo".


Leia a entrevista de Vagner Mancini, na íntegra:


O que mais assustou
"Não se trata de assustar. A gente que convive com o futebol sabe que isso pode acontecer. Não deve, mas pode. Hoje, tivemos alguns erros no plano tático que influenciaram na partida. Alguns errinhos individuais que, de certa forma, contribuíram para isso. Temos de ter calma, respirar fundo, sabemos que fizemos um jogo muito abaixo do que se pode fazer e as coisas acabaram não dando certo essa noite, por isso acabou sendo elástico demais. Daqui até quinta, além de acertar o que precisa, temos de emocionalmente possa entrar em campo reequilibrado para fazer aquilo que a gente espera".

Foi acidente?
"Após aquele jogo eu disse que seria um divisor de água no clube e acabou sendo. Ainda teve uma derrota diante do América e a partir daí a equipe teve o rendimento esperado. Hoje, eu classifico também como um acidente de percurso, porque o Palmeiras jogou o seu futebol. O Corinthians esteve muito abaixo em alguns momentos e foi, nesses momentos, sacrificado, com alguns gols que, normalmente, a equipe não vem tomando, e isso acabou, de certa forma, beneficiando a equipe do Palmeiras. Temos de enxergar o cenário, que é de mais um divisor de águas, para a gente ajuste novamente a equipe. Vi um Corinthians muito distante em termos de concentração, de comprometimento com aquilo que é o nosso ponto mais forte, que é o sistema bem ajustado, organizado, e por isso a gente sofreu na partida. Acabamos tomando o segundo gol muito no final do primeiro tempo e o terceiro muito no começo do segundo. Isso também, de certa forma, contribuiu para que as coisas fossem ficando muito mais difíceis. Você tem de estar atento. Nossa leitura de jogo demorou muito. Nós até iniciamos bem a partida, mas, ao longo do jogo, a equipe acabou bem distante daquilo que temos visto".

Consequência
"A nossa luta segue da mesma forma. Foi uma derrota que ninguém esperava, mas não é uma derrota que vai nos tirar do foto. Hoje, teremos uma noite longa, fruto do que vimos em campo, mas a partir de amanhã a vida volta ao normal e a gente já pensa no Sport. Não acredito que isso possa atrapalhar para quinta, porque temos um bom ambiente no clube. Nosso vestiário de pós-jogo hoje foi de muita conversa, de olho no olho, de dedo em riste. Há cobrança também, mas há um clima muito bom. Futebol não é feito só de vitórias e essa derrota a gente sente muito, mas não tenha dúvida que a gente vai entrar forte contra o Sport".

Objetivo
Briga pela Libertadores. Não mudei meu foco. Não é uma pedra, um obstáculo que vai fazer com que a gente mude o foco, ainda temos 27 pontos em disputa e vamos em busca da vaga na Libertadores. Lá atrás era outro objetivo. E a gente não vai desistir dele, não. Por mais que a gente sinta, sabemos que a torcida também está chateada, mas daqui para frente nos concentrar ainda mais para que isso não volta a acontecer".



 

Abalo emocional
"Não concordo. O Corinthians não esteve numa noite feliz, foi goleado, isso machuca, mas vai dar a volta por cima. Já vivemos isso no campeonato e reagiu muito bem. Para quinta a gente vai dar uma resposta significativa. Isso faz parte do futebol. Temos de entender, e muitas vezes a gente não aceita. Nós não aceitamos esse tipo de derrota, por isso já na quinta-feira temos de nos apresentar melhor".

Peso da derrota
"Eu, recentemente, disse que a equipe estava em recuperação. A equipe ainda precisa de ajustes. O jogo hoje mostrou muitos erros da nossa equipe, a gente assume isso, e acho importante quando joga mal, vir aqui falar que jogou mal mesmo. A partir do momento que você enxerga e assume os erros, você está aberto para uma melhora. Nós vamos buscar uma vaga à Libertadores, esse é o foco e continua sendo".

Necessidade de reforços
"Não tenho dúvida que qualquer equipe necessita de reforços. Mas, não é depois de uma derrota que a gente vai escancarar esse tipo de coisa. A gente fica muito chateado, é difícil até vir aqui dar entrevista, mas esses mesmos atletas fizeram um grande jogo contra o Fluminense e não podem ser detonados. Temos de corrigir, sim, o mais rápido possível para quinta-feira voltar ao objetivo, que é uma vaga da Libertadores".

Pouca pegada
"Na verdade, o Corinthians não conseguiu marcar, essa que é a verdade. Não é que marcamos mal. Nós tínhamos uma estratégia de marcar alto, não deixando o Palmeiras sair jogando, ou marcar baixo. E, curiosamente, a gente marcou, a maior parte do jogo, atraídos talvez pelo Palmeiras, na parte central do campo, onde torna o jogo definitivamente perigoso, porque marcar um time encaixado, veloz, num campo sintético, é perigoso, porque você está com a linha alta, fica difícil dessa forma. Montamos a estratégia diferente. Dentro de campo, o time começou bem, achou que dava para marcar adiantado, fez uma péssima leitura de jogo, e acabou sendo goleado de uma forma que nós não esperávamos. Mas, muito fruto daquilo que nós fizemos de errado. Nossa leitura de jogo não foi boa hoje. Isso acontece? Acontece. Mas, não pode acontecer contra um rival, contra uma equipe consistente. Hoje, a equipe jogou muito mal, foi pior que o 5 a 1 com o Flamengo. Serão feito ajustes, não vou citar nome de ninguém, eu também fui mal, mas o mais importante é a equipe reagir".

Duas goleadas seguidas
"Acho que o Corinthians não é um supertime e também não é um time fraco. Muita coisa tem de ser ajustada, disse isso após o jogo com o Fluminense, ajustes são necessários mesmo quando a equipe vem bem ao longo da temporada, que não é o nosso caso. Nós não somos tão bons como fomos citados contra o Fluminense, nem tão ruim quanto foi hoje. Isso gera uma dúvida, mas nós não podemos ter essa dúvida. Jogou mal hoje? Jogou. Temos outros jogos para mostrar que foi um acidente de percurso. Nosso time pode jogar muito mais e já jogou muito mais do que se apresentou hoje".

Time não obedeceu
"Realmente, aconteceu isso. Nossa estratégia era para marcar o Palmeiras adiantado ou no bloco baixo. A partir do momento que nós ficamos no centro do campo, tentando fazer uma meia pressão, tivemos de esticar a equipe e jogar em 60, 70 metros, o que eu não gosto e que eles sabem que não surte efeito. A partir do momento que tomamos o gol, eu estava esperando o intervalo para arrumar nesse sentido, aí a gente toma o gol aos 45. Eu falo no vestiário, a gente toma o gol no começo do segundo tempo. Toda a estratégia montada não foi bem executada hoje. Uma por uma péssima leitura de jogo e outra por decisões que são tomadas em campo, como hoje, mal tomadas. Pode acontecer, mas não deve acontecer Isso tudo são ingredientes para mostrar aos atletas que tudo aquilo que tinha sido montado deveria ter sido feito".


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