Gazeta Esportiva

Mancini explica escalação, admite decepção e garante que vai mudar o Corinthians

Foto: Rodrigo Coca

Vagner Mancini não escondeu seu incômodo com a atuação do Corinthians nesta sexta-feira, contra o Retrô, uma equipe de Pernambuco, fundada apenas em 2016 e que vai disputar a Série D nessa temporada.

Em entrevista coletiva após a vitória sofrida, nos pênaltis, que garantiu o Timão na terceira fase da Copa do Brasil, o técnico corintiano repetiu em quase todas as respostas que vai mexer na equipe titular.

“É óbvio que eu vou ter que mexer. Nós tínhamos dois jogos seguidos aqui no Rio, jogos que a gente venceu, mas eu estou aqui dizendo ao torcedor que não estou satisfeito e que vai haver mudanças não só de peças, mas mudanças de comportamento. O Corinthians tem de jogar mais, não pode ser dominado por uma equipe que veio, teve mais posse de bola, finalizou mais… De certa forma, a gente atingiu nosso objetivo, mas de uma forma que eu não esperava”.

Apesar da insatisfação, Mancini explicou que a entrada das promessas das categorias de base deve acontecer, por ora, apenas no Campeonato Paulista.

“A preferência por essa equipe foi muito pela decisão na Copa do Brasil. Assim como lá contra o Salgueiro. Não deu resultado. Lá contra o Salgueiro foi um pouco melhor, mas para o Paulista a ideia é exatamente renovar a equipe, fazer com que atletas mais jovens possam entrar”.

O Corinthians ainda não sabe quando volta a campo devido a paralisação do futebol em São Paulo imposta pelo Governo local. Na segunda-feira, a Federação Paulista de Futebol vai se reunir com os clubes para tratar do assunto.

 

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Vagner Mancini:

Falta de qualidade e evolução
“O resultado, óbvio, foi o que a gente esperava em termos de classificação, mas muito abaixo do que todos nós imaginávamos de futebol. O time extremamente desconcentrado na partida, um futebol fraco ao longo do jogo, e isso passa por tudo. Passa pelo o que a gente imaginava que seria a partida, passa pela falta de inspiração, passa também pela parte tática, que não foi compreendida aquilo que deveria ser feito. O Corinthians tem uma série invicta, mas eu não estou satisfeito com o que eu estou vendo, não. E é óbvio que eu vou ter que mexer. Nós tínhamos dois jogos seguidos aqui no Rio, jogos que a gente venceu, mas eu estou aqui dizendo ao torcedor que não estou satisfeito e que vai haver mudanças não só de peças, mas mudanças de comportamento. O Corinthians tem de jogar mais, não pode ser dominado por uma equipe que veio, teve mais posse de bola, finalizou mais… De certa forma, a gente atingiu nosso objetivo, mas de uma forma que eu não esperava.

Padrão perdido
“Não tenha dúvida que a gente enxerga tudo isso e as medidas vão ser tomadas. O mais importante nesse momento é ter calma. Atingimos o objetivo de forma que não queríamos. A Copa do Brasil pode te pregar peças, equipes acabam surpreendendo, porque a competição pode te gerar surpresa. Eu concordo que a gente vinha jogando muito bem, caiu de rendimento, deu uma melhorada, agora caiu de rendimento novamente. Não posso aqui apontar qual é o erro certo, mas é óbvio que alguma coisa tem de ser feita. A gente não pode admitir um jogo num nível tão baixo, onde a gente não conseguiu construir com qualidade, não conseguiu construir pelos lados, em troca de corredores, botando a bola no chão, se impondo, não conseguiu sair jogando, não tivemos chegadas ofensivas com vários jogadores. Tudo isso está sendo visto e o que eu posso dizer ao torcedor e a todos vocês é que nós vamos dar conta do recado. A gente vai ter de mudar alguma coisa, as mudanças vão acontecer, porque é óbvio que eu não estou satisfeito com o que eu estou vendo”.

Comemorar ou lamentar
“É para comemorar lamentando. Acho que a comemoração da classificação tem de existir, mas você tem de lamentar o péssimo futebol apresentado, porque não é o que todos nós esperamos do Corinthians. Estamos inseridos e temos de chamar responsabilidade para todos que fazem parte do jogo, os que montam estratégia. Diante disso, o que eu posso dizer é que a gente tem de apresentar um futebol um pouquinho mais vistoso, de uma modernidade, com um plano definido, saindo jogando com qualidade, assim como foi diante do Mirassol, que fizemos um gol numa saída de bola. Hoje não conseguimos fazer isso. Hoje, ficamos a mercê de bola aérea no Jô. Com toda dificuldade de se jogar num campo difícil, mas a equipe do Retrô conseguiu fazer isso. O Corinthians vai ter de melhorar se quiser continuar sonhando com aquilo que sonha em todos os anos”

O que precisa melhorar
Diante daquilo que foi visto hoje, eu vou ter de atacar em todos os sentidos. A parte defensiva, porque tomamos um gol de bola parada. A parte de criação, de marcação e a parte ofensiva. Se eu analisar o jogo de hoje, tem muita coisa para ser feita. Eu procuro entender que a competição de gera jogos constrangedores, porque você enfrenta equipes de menor porte, de folha salarial menor, mas que nem por isso são jogos fáceis, em estádios com campo ruim. Nós, de certa forma, abrimos mão de jogar na Arena, onde nosso campo oferece melhor condição de jogo, e sofremos bastante hoje, aqui. Nesse momento, tenho a dizer que tudo que foi visto tem de ser melhorado”.

Condicionamento físico com times se poupando
“Não tenha dúvida. Essa é uma das nossas dúvidas, se esses atletas vão conseguir jogar por toda a temporada dessa forma. Reparem que nos jogos do Paulista eu tenho utilizado mais jovens. Para esses jogos decisivos, o jogo lá contra o Salgueiro e o jogo diante do Retrô, acabei utilizando atletas mais experientes pelo peso, porque não posso num jogo desse fazer com que os jovens entrem no campo e tenham a responsabilidade. A responsabilidade tem de ser dos mais velhos nessa hora, como foi visto nos pênaltis. A partir do momento que a gente retomar o Paulista, a equipe vai ser modificada. Eu tentei hoje armar uma equipe que se adaptasse melhor ao campo, e infelizmente a gente não teve uma boa atuação. Para os jogos seguintes vai haver mudança, até para a gente oxigenar, tirar um pouquinho d aparte física desses mais experientes, mas renovar a equipe, dar a possibilidade do jovem entrar e jogar numa condição um pouco melhor, e não numa decisão como essa hoje, onde de certa forma você está colocando em xeque também um moleque que não está maduro para jogar”.

Mudanças que estão nos planos
“A preferência por essa equipe foi muito pela decisão na Copa do Brasil. Assim como lá contra o Salgueiro. Não deu resultado. Lá contra o Salgueiro foi um pouco melhor, mas para o Paulista a ideia é exatamente renovar a equipe, fazer com que atletas mais jovens possam entrar, amadurecer no campeonato, para que a gente chegue numa fase do campeonato mais vividos. As mudanças vão acontecer, sim. Na Copa do Brasil eu usei uma equipe diferente, mas uma equipe que também me assustou, e eu tenho de tornar isso público, porque a responsabilidade tem de ser dividida entre todo mundo, e é muito importante que os atletas enxerguem que esse nível de jogo assusta um pouquinho”.

Aposta nos experientes
“Hoje tivemos uma decisão por pênaltis e os mais experientes foram aqueles que foram lá bater os pênaltis. Eu, sinceramente, acho que acertei na escalação, embora a gente não tenha tido um bom desempenho. Vamos imaginar se a gente passasse esse jogo de hoje com cinco ou seis garotos. A gente, talvez, estaria duvidando da qualidade deles hoje. E eu não posso fazer isso com eles. Eu tenho de tratá-los com muito respeito, com muito carinho, porque são as promessas do Corinthians hoje. Assim como temos o Rodrigo já mais amadurecido, porque teve uma sequência. Outros atletas também vão ter. No Paulista a ideia é exatamente utilizar esses garotos, renovar a equipe. Não mudei de opinião. É importante que a gente renove a equipe, mas temos de saber que nem todos que subiram estão prontos ainda. Esse é um feeling de quem está no dia-a-dia com eles. É necessário que a gente tenha um pouco de paciência, mas todos vão ter suas oportunidades”.

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