O zagueiro Felipe, capitão do Corinthians na derrota por 1 a 0 para o Palmeiras, neste domingo, no Palestra Itália, confirmou que o Derby foi seu último jogo defendendo o Timão. O jogador assegurou deixar o clube de cabeça erguida nas poucas palavras ditas após o embate e depois, no vestiário, até chorou ao comentar com os companheiros sua decisão de ir para o Porto-POR, em transferência que renderá R$ 24 milhões aos cofres corintianos por 75% de seus direitos econômicos.
"É ruim perder, mas fico feliz pelo bom trabalho que fiz no Corinthians, minha evolução. Vou continuar seguindo o Corinthians onde quer que eu esteja, mas saio triste. Criei uma família aqui. Para mim é uma família, saio com aquele sentimento meio amargo, mas feliz também", comentou o jogador, que é o sétimo titular campeão brasileiro no ano passado a ser negociado pelo Alvinegro.
O choro no adeus foi revelado pelo volante Bruno Henrique, que arranjou um tempo para comentar o pronunciamento do companheiro em meio às reclamações sobre a falta que anulou seu gol no final da partida. "Foi muito emocionante o discurso dele, ele (Felipe) chorou bastante. É um irmão para a gente", avaliou o meio-campista.
Outro que fez questão de valorizar o defensor foi o técnico Tite, um dos grandes responsáveis por sua chegada ao clube e sua subida de produção no ano passado, que o alçou à condição de titular da equipe. Ele era o treinador do clube em 2012, quando o Timão resolveu apostar em um garoto do Bragantino que havia se profissionalizado apenas dois anos antes. Hoje, com 27 anos, o comandante admitiu o orgulho em ver a evolução do atleta.
"Sobre o Felipe, para o torcedor ver, está sendo bastante difícil de falar. Ele é um cara que dignificou a camisa do Corinthians. Afora o seu trabalho ter revertido o aspecto financeiro para que o clube possa seguir bem, ele conseguiu ser importante também na vitória do Brasileiro do ano passado. Um garoto que veio, trabalhou e está deixando uma grana boa para o Corinthians agora com sua saída", comentou, reconhecendo que deixou o camisa 28 partir para o ataque nos minutos finais.
"Nos dois jogos que nós viramos o placar, primeiro no que empatamos, contra o Audax, no Paulista, a gente fez mano a mano na defesa e deixou jogador de frente. Contra o Coritiba, semana passada, também. Aí ele teve o ímpeto inicial de se lançar, eu pedi para o Bruno ficar e deixar ele participando lá", contou Tite.
Sem poder contar com o capitão do Derby a partir de agora, o treinador ao menos sabe que poderá usar o paraguaio Balbuena contra o Fluminense, na quinta-feira, às 21h (de Brasília), na capital do país. O jogador foi eliminado precocemente com sua seleção da Copa América Centenário, no sábado, e deve treinar com os companheiros na tarde de terça. O mais provável é que ele forme a dupla de zaga ao lado de Yago.
