Fagner relata choro de familiares, não se vê em má fase e defende Cássio de cobranças no Corinthians - Gazeta Esportiva
Fagner relata choro de familiares, não se vê em má fase e defende Cássio de cobranças no Corinthians

Fagner relata choro de familiares, não se vê em má fase e defende Cássio de cobranças no Corinthians

Gazeta Esportiva

Por Tiago Salazar

16/10/2020 às 14:46 • Atualizado: 16/10/2020 às 17:51

São Paulo, SP

Fagner foi capitão do Corinthians na última quarta-feira, na vitória em cima do Athletico. A noite representou também a atuação número 367 do lateral com a camisa do clube.

Tanta experiência e credibilidade não livraram o jogador da pressão dos torcedores em meio a má fase da equipe na temporada. Fagner chegou a ter o filho ameaçado nas redes sociais.

“Após o jogo com o Athletico, minha esposa disse que ela e meu filho choraram. Para você ver o peso que carregamos sem saber, isso é para você ver quanto é difícil para nós”, relatou o atleta, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira.



Quando questionado sobre a queda de desempenho individual, tanto ofensivo quanto defensivo, após a pausa pela quarentena do coronavírus, Fagner se defendeu.

“Não considero má fase, até porque é óbvio que quando começa a criar situações, a levar trabalho para ao adversário ofensivamente, ele começa te marcar melhor, são situações de jogo. Às vezes eu estava recompondo uma linha de três, a chance de criar uma chance de gol é mais difícil assim. Vai muito de jogo para jogo, de como a equipe está jogando, o sistema que vai jogar. Nesse jogo de quarta eu tive duas chances de gol, são situações de jogo, da leitura, de como a gente está jogando”.

Fagner também fez questão de se posicionar sobre as críticas em cima de Cássio, outro atletas com história marcante dentro do clube.



“Eu vou fazer uma pergunta: quantas bolas ia pro jogo para uma defesa do Cássio há um tempo atrás? Uma, duas? Hoje em dia estava indo seis, sete bolas. Uma hora o cara vai acertar. Estamos enfrentando atletas de qualidade para finalizar. Sabemos da qualidade do Walter, do Cássio, mas temos de respeitar a história. Pra mim, Cássio é um dos maiores ídolos da história do clube. Se tem que jogar, é o treinador que decide, mas tem de respeitar um pouco mais, as críticas nele estão sendo pesadas. Ele é um cara que sempre se dedicou ao clube, tem de ter mais respeito ao que ele é, as pessoas esqueceram o que ele fez, o que ele representa para o clube. Ele vive o clube intensamente, a gente tem de respeitar. Tem de existir isso ai”.



Leia, na íntegra, a entrevista coletiva de Fagner:


Importância da vitória em Curitiba
“A gente sabia da importância da vitória para nos tirar da zona de rebaixamento, não era confortável, sabíamos a importância da retomada da confiança. Conseguir uma grande vitória como você nos dá confiança, deixa o ambiente mais leve, agora é descansar bem, recuperar todo mundo, para fazer um grande jogo no domingo e conseguir ir melhorando na competição”.

Momento difícil
“Como jogador que cresceu aqui dentro do clube, e sei a grandeza do Corinthians, é lógico que incomoda não estar vencendo, chegar na zona de rebaixamento. A gente sabe a cobrança que é, a gente se dedica, muitas vezes as coisas acabam não acontecendo, sei lá, falta de sorte, situações de jogo, a gente sente muito isso, nos familiares sentem. Um exemplo: após o jogo com o Athletico, minha esposa disse que ela e meu filho choraram. Para você ver o peso que carregamos sem saber, isso é para você ver quanto é difícil para nós, mas não é falta de entrega, dedicação, mas do outro lado também tem uma equipe que treina, que quer ganhar. Só vamos sair dessa trabalhando. No futebol é assim, muitas vezes você está mal e depois começa a ganhar de novo e as coisas engrenam Espero que essa vitória na quarta nos dê essa confiança para colocar o Corinthians tem de estar”.



Cobranças em cima de familiares
“Óbvio que chateia, principalmente pelo fato de envolver meu filho, muitas vezes alguns comentários, hoje em dia atrás de redes sociais, as pessoas acham que podem falar o que pensam, acho que a gente tem de pensa um pouco mais. O Fagner ser cobrado é uma coisa, eu vivo disso, é minha profissão, mas cobrar criança de 10 anos, esposa de atleta, através de rede social, não vai acrescentar em nada. Vivo aqui desde os 10 anos, conquistei grandes coisas, pretendo conquistar mais. Quando você acha que está bom, você para de crescer e faz com que você saia. Não é o meu caso, pretendo atingir mais marcas pessoas dentro do clube. Fico chateado pelo lado da família, mas é continuar trabalhando, bola para frente, tenho certeza que vamos sair dessa situação”.



O que muda com Mancini
“Acredito pelo tempo. Futebol tem altos e baixos, várias equipes passaram por isso, nossa carga negativa já passou, está na hora de virar essa página. Hoje, quais equipes conseguiram se manter? Pega Atlético, Inter, Flamengo, mas o resto, todo mundo oscilou. No futebol, fase ruim não dura pra sempre, assim como a fase boa”.

Avaliação individual
“Não é uma avaliação negativa, pelo contrário, estou entrando para o top-20 em número de jogos pelo clube, é o ano que mais dei assistências. Minha avaliação é positiva. Quando não tem vitórias, acaba pesando, mas se estivesse vencendo alguns jogos que deixou de vencer, talvez, o discurso seria outro. Óbvio que me cobro, mas vejo com bons olhos o que vem sendo feito. Não vou falar que é uma avaliação 100% positiva, nem 100% negativa, uma avaliação intermediária. Vou continuar me cobrando até o dia que aposentar, ela é diária”.

Ausência do torcedor
“A gente sabe da dificuldade que tem sido jogar sem torcida, sabe da importância disso, para o adversário é diferente também, para eles nossa torcida é chata, que empurra o time o tempo todo, canta os 90 minutos, mas temos de ter imposição dentro de campo, porque torcida ajuda, mas dentro de campo somos nós. Mudou muito, nivelou muito o jogo em si, mas essa imposição temos de melhorar para conseguir resultados melhores em casa”.

Apoio declarado da Gaviões
“Todo apoio é bem-vindo, a gente sabe que corintiano é apaixonado pelo clube, como se fosse uma religião. A gente espera que seja assim até o final do ano e esperamos conseguir as vitórias para trazer essa tranquilidade”.

Chegada de Mancini
“Tive o privilégio de trabalhar com ele em 2010, supertranquilo, entende o futebol, tem uma boa leitura de jogo, ficamos feliz dele aceitar o desafio, nem todo treinador teria essa coragem, pela fase que estávamos, ficamos feliz pela vitória, agora é ter um pouco de tranquilidade e sabendo que cada jogo é uma decisão”.

Gols saindo do lado direito
“Faço reflexão independente se sai gol ou não, varia muito do sistema, em alguns casos eu estava muito espetado, demorava para recompor, quando toma gol o erro é coletivo, temos de ter tranquilidade para continuar trabalhando, tenho observado meus jogos, aquilo que posso melhorar, não só atacando, mas defendendo também, isso é um processo de aprendizado, independente da experiência. Tenho buscado a evolução”.

Tanta mudança tática
“Principal fator é quando joga um clube grande é estar sujeita a cobrança e sabe conseguir e jogar de formas diferentes, a gente tinha uma ideia de propor, que todo mundo dizia, mas quando propõe corre mais risco de tomar gol também, tem de acabar esse equilíbrio, nos últimos anos sempre se defendeu bem e se questionava porque não atacava. Há uma mudança de fazer gols, mas corre o risco de tomar também. Tem que ser encontrado, você perde jogos, perde confiança, várias escalações diferentes, retomando o caminho das vitórias, independente de jogar bem ou mal, vai dar confiança para escalar um time e dar um padrão. Isso é um processo que a gente quer equalizar”.

Importância de domingo
“A importância da vitória de domingo é para confirmar aquilo que fizemos na quarta. Jogo muito igual, conseguimos uma grande vitória, com um a menos, no último minuto, isso nos dá confiança de que esse é o caminho. Sabemos da importância da vitória não só pela confiança, mas pelos três pontos, que vai nos deixar uma posição melhor. Você vai em busca da terceira, tenta mais uma e assim vai subindo”.

Má fase individual pós-quarentena
“Não considero má fase, até porque é óbvio que quando começa a criar situações, a levar trabalho para ao adversário ofensivamente, ele começa de marcar melhor, são situações de jogo, as vezes eu estava recompondo uma linha de três, a chance de criar uma chance de gol é mais difícil, vai muito de jogo para jogo, de como a equipe está jogando, o sistema que vai jogar, nesse jogo eu tive duas chances de gol, são situações de jogo, da leitura, de como a gente está jogando”.

Caso Robinho/tolerância no futebol
“Primeiro, acho que não é só no futebol, a gente tem de abranger mundial, é complicado o assunto, porque tivemos um caso esses dias de um homem agredindo a mulher na Bahia, algo muito sério. Esse assunto, especificamente, é muito das partes envolvidas resolveram, difícil opinar, a gente houve a notícia pela imprensa, é difícil, é muito de quem está contratando (o clube), saber qual é a situação, o que é melhor pra si, muito delicado para opinar de fora, quem é certo, quem é errado”.

Cobrança em Cássio
“Eu vou fazer uma pergunta: quantas bolas ia pro jogo para uma defesa do Cássio há um tempo atrás? Uma, duas? Hoje em dia estava indo seis, sete bolas. Uma hora o cara vai acertar. Estamos enfrentando atletas de qualidade para finalizar. Sabemos da qualidade do Walter, do Cássio, mas temos de respeitar a história. Pra mim, Cássio é um dos maiores ídolos da história do clube. Se tem que jogar, é o treinador que decide, mas tem de respeitar um pouco mais, as críticas nele estão sendo pesadas. Ele é um cara que sempre se dedicou ao clube, tem de ter mais respeito ao que ele é, as pessoas esqueceram o que ele fez, o que ele representa para o clube. Ele vive o clube intensamente, a gente tem de respeitar. Tem de existir isso ai”.

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