Gazeta Esportiva

Diretor do Corinthians admite exagero com reforços, mas garante que dívida não é impagável

O Corinthians apresentou um déficit recorde de R$ 177 milhões no último balanço do clube, referente ao ano de 2019.

Com a paralisação do futebol, o crescimento da dívida corintiana nos últimos anos se tornou a principal pauta do noticiário e também dos debates entre torcedores.

Diretor adjunto de futebol, Dr. Jorge Kalil admitiu que a atual gestão pecou no excesso de contratações, principalmente a partir de 2018, quando Andrés Sanchez voltou à presidência.

Jorge Kalil (esq.) participou dos planejamentos do futebol do Corinthians nas temporadas de 2018, 2019 e 2020 (Foto: Fernando Dantas/GAzeta Press)

“Na minha avaliação, o Andrés, o Duílio, eu, nós contratamos demais, nós exageramos na quantidade de jogadores que vieram para o elenco. Eu faço a mea-culpa. Hoje, penso que o ideal é ter uma coluna vertebral para o time e reforçar com quatro, cinco, no máximo, seis”, afirmou, em entrevista ao canal no YouTube do jornalista Alexandre Praetzel.

“Eu sou um aliado do presidente, mas não sou um alienado. Eu, por vezes, discordo dele. Não é porque eu faço parte da diretoria que tenho de concordar com todas as atitudes. Todavia, eu pergunto a todos, existe algum clube no Brasil que é superavitário? Não, não existe. Todos os clubes no Brasil, em especial nos últimos anos, eles são deficitários”, continuou.

O dirigente também fez questão de minimizar a preocupação de parte da torcida e também de conselheiros e sócios do clube.

“É claro que o Corinthians não está numa situação financeiro privilegiada, mas é perfeitamente pagável. É claro, nítido, que o Corinthians tem condições de pagar essa dívida. Então, isso pode preocupar, mas não é nada insolúvel, deixando a torcida achando que é impagável”.

Depois de garantir que a prioridade número da diretoria neste momento é quitar as pendências salariais com o elenco principal, Kalil reforçou a ideia de que é preciso resolver a questão e não ficar remoendo os erros do passado.

“O que houve em relação as contas é que desde 2013 o Corinthians deve. Claro que essa dívida aumentou. Aumentou muito em função da quantidade de jogadores que foram contratados. Hoje, inclusive, conversando com o presidente, eu disse uma frase a ele: ‘o passado não me permite retorno, mas o presente me permite uma vírgula’. Eu vou pedir a vocês emprestado uma vírgula”, disse.

“Nós temos que pensar nessas contas do Corinthians de hoje para frente. Existe o déficit. Houve um exagero na contratação de jogadores. Sim! Entretanto, tem que ficar claro, que o conselho fiscal do Corinthians, ele aprovou as contas e reprovou o déficit. Então, as contas, tecnicamente, da forma como foram apresentados, elas foram aprovadas pelo Conselho Fiscal, reprovando o déficit. Esse é o parecer do Conselho Fiscal. É um parecer ambíguo, que deixou dúvidas, mas é literalmente o parecer do Conselho Fiscal”, concluiu.

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