Com passado em organizada, diretor vê cobrança no CT como algo cultural - Gazeta Esportiva
Com passado em organizada, diretor vê cobrança no CT como algo cultural

Com passado em organizada, diretor vê cobrança no CT como algo cultural

Gazeta Esportiva

Por Helder Júnior

23/05/2016 às 16:09 • Atualizado: 23/05/2016 às 16:10

São Paulo, SP

Eduardo Ferreira, que já foi ligado à Gaviões da Fiel, minimizou a conversa que os jogadores tiveram com a torcida (foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
Edu Ferreira, que já foi ligado à Gaviões da Fiel, minimizou a reunião entre atletas e torcida (foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


Três viaturas da Polícia Militar (PM) estavam diante do CT Joaquim Grava na tarde desta segunda-feira, quando os jogadores do Corinthians voltariam a treinar após a derrota por 3 a 2 para o Vitória, no Barradão. Segundo o diretor de futebol Eduardo Ferreira, que já foi ligado à organizada Gaviões da Fiel, não se tratava de uma prevenção contra eventuais protestos de torcedores.

Na última vez em que a torcida foi ao CT, na quinta-feira passada, os portões estavam abertos. A diretoria autorizou que membros da Gaviões tivessem uma conversa com o goleiro Cássio, os laterais Fagner e Uendel, os meio-campistas Elias e Giovanni Augusto e o centroavante André. A intenção seria manifestar apoio ao elenco que enfrenta cobranças pelas eliminações no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores da América.

“Acho mais válido ser dessa forma do que eles virem à porta do CT para ficar gritando, tentando invadir, quebrando carro de jogador. Não tem problema algum recebê-los aqui. Certo ou errado, essa é uma cultura do clube, que existe há 30, 40 anos”, minimizou Eduardo Ferreira, com conhecimento de causa. O assunto, contudo, provocava desconforto ao dirigente que encontrou a imprensa neste início de semana para apresentar o meio-campista Camacho como reforço. “Vocês só querem falar sobre isso?”, perguntou.

Há quem tenha ficado mais incomodado com a presença dos torcedores no ambiente de trabalho dos atletas. O meia Guilherme foi um dos que não disfarçaram o estranhamento e a reprovação. “Mas o Guilherme veio dar entrevista logo na sequência da reunião. Ele não sabia o que tinha acontecido de fato, o conteúdo da conversa”, defendeu Eduardo Ferreira, ressaltando que a intenção da organizada foi apoiar o grupo. O técnico Tite, no entanto, também repudiou a iniciativa. Usou o silêncio diante das câmeras de televisão para manifestar descontentamento. “A comissão técnica não se intromete nesse tema”, avisou o diretor de futebol.

Eduardo ainda argumentou que o contato entre torcedores organizados e atletas do Corinthians é corriqueiro até mesmo em tempos sem crise – como, por exemplo, na campanha vitoriosa do Campeonato Brasileiro de 2015. “Eles fizeram a mesma coisa no último ano. Incentivaram o Vagner Love. Acho válido. Adianta? Não sei”, argumentou, lembrando-se do seu passado na Gaviões da Fiel. “Já estive do outro lado. A qualquer momento, posso voltar. Quando a conversa é de incentivo, acho algo muito produtivo. Quando eles vêm xingar, o efeito é totalmente contrário.”

Para não serem xingados em outras ocasiões, os jogadores precisam reagir no Campeonato Brasileiro – com ou sem incentivo. O Corinthians ainda não venceu na competição e só tem um ponto ganho. Às 11 horas (de Brasília), reencontrará a sua torcida em Itaquera na partida contra a Ponte Preta. “Para encerrar esse assunto, quero deixar bem claro para os torcedores terem confiança. Podem ter certeza de que esse tive vai pegar no breu e disputar na parte de cima da tabela”, prometeu Eduardo Ferreira.

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