Análise: Corinthians mostra cuidado e fome em jogo que fez valer a temporada até aqui - Gazeta Esportiva
Análise: Corinthians mostra cuidado e fome em jogo que fez valer a temporada até aqui

Análise: Corinthians mostra cuidado e fome em jogo que fez valer a temporada até aqui

Gazeta Esportiva

Por Redação

16/09/2022 às 07:00

São Paulo, SP

Por Marina Bufon

Sabe aquele pedaço de pizza que você começa comendo devagar, por medo de acabar - ou receio de engasgar com o queijo - e, partindo para o fim, engole a borda e já parte para a próxima fatia?

Foram assim os três gols marcados pelo/a favor do Corinthians na semifinal vencida contra o Fluminense, na noite da última quinta-feira, na Neo Química Arena. Pode ser uma péssima analogia, mas ilustra bem o cenário.

A fome, claramente, era grande, contra uma equipe que é preciso ter sempre um pé atrás, afinal, qualquer deslize pode transformar-se em um gol e colocar toda sua estratégia a perder (opa, isso não aconteceu no Maracanã?).

Ponto positivo para Vítor Pereira e elenco: os minutos iniciais precisam ser de foco total e pressão incansável, sem deixar espaços ao adversário. Foi aí que surgiu a primeira chance do Corinthians, ainda que tímida.

Claro que, em jogo assim, muito fica aberto ao contra-ataque, e Cássio trabalhou bem em cabeçada de Arias e chute de Matheus Martins. Passada a pressão, em um momento em que o time estava menos com a bola, Renato Augusto apareceu.

Ok, Fábio deu um chutão e não se posicionou direito depois (achei falha clara do goleiro), mas quantos jogadores acertariam aquele chute que o camisa 8 acertou?

Talvez Ganso ou Arias ou até Cano, mas eles não apareceram tanto, muito por conta da marcação realizada pelo quarteto defensivo. Os laterais, inclusive, merecem menção honrosa, mas mais ainda Fábio Santos.




O Corinthians fez o gol no momento que estava em baixa no jogo, dando alento ao trabalho que tinha sido feito até ali para não deixar o adversário jogar, mas sempre beliscando algo na frente. Ao fim do primeiro tempo, o Corinthians parecia ter dominado as ações, tendo criado mais uma chance com Mosquito.

Na etapa complementar, passou apuros sim, o próprio Vítor Pereira reconheceu, mas com paciência, às vezes um pouco de nervosismo e não sabendo aproveitar as chances que criou, chegou até os 45 minutos.

O jogo ia caminhando para o 1 a 0, quando, em dois minutos, o placar simplesmente pulou para 3 a 0. Quem olhou apenas o resultado, pode ter achado que foi um duelo fácil, mas ledo engano. Havia, ali, muito medo de engasgar com a vontade de dar um passo além.

Mas não medo de jogar, isso não. Assim como foi contra o São Paulo, o time criou várias alternativas e, na noite de quinta-feira, acabou premiado com um gol do sempre trabalhador Giuliano e outro de Felipe Melo, para coroar a noite do torcedor corintiano que o vaiou em todos os momentos no gramado.

Assim como o jogo, o trabalho de VP também parece estar acontecendo com "mordidas", umas pequenas, outras grandes, mas, aparentemente, com fome - de fazer algumas mudanças internas, de abocanhar premiações milionárias, de chegar a uma fase de quartas de final de Libertadores após dez anos... Mesmo que o futebol não seja, ainda, sempre o que quer se ver.

É uma final, uma suada final… Que mostra que o ano, iniciado de forma tão contestada, não vai, definitivamente, acabar em pizza (mesmo se não houver título).

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