Análise: Corinthians conta com Cássio e estratégia "no limite" de VP para passar pelo Boca - Gazeta Esportiva
Análise: Corinthians conta com Cássio e estratégia "no limite" de VP para passar pelo Boca

Análise: Corinthians conta com Cássio e estratégia "no limite" de VP para passar pelo Boca

Gazeta Esportiva

Por Redação

06/07/2022 às 07:00

São Paulo, SP

Por Marina Bufon

O Corinthians foi para Buenos Aires para enfrentar o Boca Juniors com a intenção de seguir uma única estratégia: jogar fechado 90 minutos e aproveitar as poucas oportunidades de contra-ataque que surgissem. Se não desse, a aposta seria nos pênaltis, com Cássio como (sempre) sendo o grande trunfo.

Foi justamente o que aconteceu. Após 90 minutos de pressão (com um primeiro tempo muito mais agressivo por parte do adversário), o Alvinegro foi para as penalidades e contou com duas cobranças defendidas pelo camisa 12, além de um chute para fora de Darío Benedetto. O argentino, aliás, assim como Róger Guedes em Itaquera, desperdiçou um pênalti no tempo normal.

Do lado de lá, foi o pior do Boca. Do lado de cá, Cássio mais uma vez garantiu-se mais um pouco no posto de um dos maiores arqueiros da história do clube. A classificação foi na Bombonera, com milhares de torcedores assíduos, torcida esta exaltada pelo próprio goleiro brasileiro.

Além disso, o feito só foi alcançado, entre brasileiros, pelo Santos de Pelé, em 1963. Não é pouca coisa, é histórico. Para além de Cássio, porém, é preciso exaltar outros pontos.

O principal dele foi a estratégia utilizada pelo técnico Vítor Pereira, aquela dita no primeiro parágrafo desta análise. Não acredito que tenha sido algo genial. VP não tinha outra coisa a fazer senão isto. Porém, ainda assim, foi uma estratégia arriscada e que somente alguém dotado de muita confiança em si próprio e no grupo é capaz de aplicar.




O time do Corinthians não de um chute a gol em todos os 90 minutos. Rossi sequer apareceu na partida, mas pegou duas cobranças também, de Raul Gustavo e Bruno Melo. Sabendo da deficiência em qualidade causada pelas inúmeras ausências - e ainda perdendo João Victor e Mantuan no decorrer do duelo -, o treinador foi moldando o que podia com as peças que tinha em mãos.

Contou com a experiência de Cássio, Gil e Fábio Santos para ter segurança defensiva, enquanto Cantillo conseguiu segurar mais a bola no meio de campo na segunda etapa. Os atacantes mal apareceram, é verdade, mas o Boca também soube fazer bem essa lição de casa, com uma marcação alta.

Muitos podem dizer que este não era o melhor Boca da história e isso é verdade, mas, pela primeira vez, Sebastián Battaglia contou com todo o seu elenco à disposição, ao contrário de Vítor Pereira - BEM ao contrário. E, ainda, na mítica Bombonera - imagens do brilho nos olhos de Robert Renan e Guilherme Biro no banco de reservas mostraram o que deve ser estar ali.

Não, os problemas do Corinthians não acabaram. Na verdade, até se multiplicaram, afinal, o clube ainda está disputando três competições, com um elenco curto e uma série de lesões.

Mas, honestamente, isso é de se pensar só amanhã. Ou depois. Ou enquanto durar o estoque de ideias de VP e defesas de Cássio. E de todo o elenco, que vem fazendo magia no calendário maluco do futebol brasileiro. Com essa classificação, o espírito do Corinthians vai se tornando mais forte e o trabalho, que tem dado muitos resultados, vai plantando mais sementes.

 

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