“Pressentimento ruim” fez novo presidente da Chapecoense não viajar - Gazeta Esportiva
“Pressentimento ruim” fez novo presidente da Chapecoense não viajar

“Pressentimento ruim” fez novo presidente da Chapecoense não viajar

Gazeta Esportiva

Por Redação

30/11/2016 às 20:40 • Atualizado: 15/12/2016 às 12:21

São Paulo, SP

Ivan Pizzo faz parte da diretoria da Chapecoense desde 2008 e era o vice-presidente do clube até a tragédia desta terça-feira. A queda do avião Avro RJ85, da empresa Lamia, que levava toda a delegação, além de jornalistas e convidados, para Medellín, onde o clube catarinense disputaria o primeiro duelo da final Copa Sul-americana frente ao Nacional, fez com que Tozzo, por força do Estatuto, assumisse a cadeira de mandatário maior, no lugar de Sandro Luiz Pallaoro, presidente que acabou sendo um dos 71 mortos no acidente. Nesta quarta, muito abatido, Ivan Tozzo contou o motivo pelo qual não viajou junto aos amigos.

"Tive um pressentimento ruim. Não me senti legal comigo mesmo. (Décio) Viajamos juntos, fizemos festa lá na Argentina, mesmo com poucas pessoas, fizemos muita fez com o resultado de empate. Depois, aqui, empatamos e classificamos. Ficamos até às 3 horas da madrugada no restaurante e ele me chamou para combinarmos a viagem. Falei: 'claro'", relatou, antes de continuar.

"Sábado avisei a ele que não iria. Ele disse: 'como não? Precisamos de você lá'. Mas, eu disse que não iria, apesar da insistência, e disse que depois eu explicaria. Saber que todos os meus parceiros faleceram é muito complicado. É difícil agora ter cabeça para pensar nas coisas", completou o dirigente, que seria mantido no cargo após as eleições que se aproximava. "A chapa já estava montada, eu ia continuar como vice-presidente da chapa única. Agora, teremos que remontar a chapa e, a partir da semana que vem, iremos ver todos os nomes".




Não foi apenas Ivan Tozzo que desistiu ou não pôde acompanhar a Chapecoense na viagem que acabou se transformando em uma das maiores tragédias mundiais. Plínio de Nes Filho, outro dirigente, Luciano Buligon, prefeito de Chapecó, Gelson Merisio, presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, e o jornalista Ivan Carlos Agnoletto também estão vivos graças a uma alteração em suas programações.

"Não é agora que vou abandonar a Chapecoense. Agora que ela vai precisar mais de mim. Faleceram muitos diretores. Foi difícil para nós chegar na sala de reuniões e ver as cadeiras vazias. Ainda mais sabendo que era para eu estar lá. É difícil para nós resolvermos todos os problemas diante desta fatalidade. Duvido que alguém esteja preparado para isso. Estamos fazendo de tudo para tentar resolver os problemas, mas vai ser difícil resolver tudo", concluiu Ivan Tozzo, na sala de imprensa da Arena Condá.

Fora o presidente Sandro Luiz Pallaoro, mais oito integrantes da diretoria da Chapecoense faleceram com a queda do avião. São eles: Mauro Luiz Stumpf: vice-presidente de futebol; Emersson Fabio Di Domenico, o Chinho di Domenico: supervisor; Nilson Folle Junior: membro da diretoria; Decio Sebastião Burtet Filho: membro da diretoria; Jandir Bordignon: membro da diretoria; Mauro Dal Bello: membro da diretoria; Edir Félix De Marco: membro da diretoria; Ricardo Philippi Porto: membro da diretoria; Dávi Barela Dávi; empresário convidado; e Delfim Peixoto Filho: vice-presidente da CBF e presidente da Federação Catarinense.

Também vale destacar que treze jogadores da Chapecoense não viajaram para a Colômbia, entre eles o meia Hyoran, que está negociado com o Palmeiras para 2017. Os outros são: Martinuccio, Nivaldo, Neném, Cláudio Winck, Demerson, Marcelo Boeck, Lourency, Lucas Mineiro, Moisés, Pedro Perotti, Rafael Lima, William Bergamin e Andrei.

O goleiro Jackson Follmann, o zagueiro Neto e o lateral Alan Ruschel, são os únicos três atletas que sobreviveram ao acidente e seguem hospitalizados em estado crítico, apesar de estável, além do jornalista Rafael Henzel, de Chapecó, e Ximena Suárez e Erwin Tumiri, integrantes da tripulação.

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