Famílias e vítimas do voo da Chapecoense pedem mobilização do governo no caso - Gazeta Esportiva
Famílias e vítimas do voo da Chapecoense pedem mobilização do governo no caso

Famílias e vítimas do voo da Chapecoense pedem mobilização do governo no caso

Gazeta Esportiva

Por Redação

05/02/2020 às 10:55

São Paulo, SP

Ex-zagueiro Neto pediu por ação do governo no desdobramento do caso (Foto: Jane de Araújo/Agência Senado)


Os familiares, representantes e vítimas da queda do avião da Chapecoense na Colômbia, em novembro de 2016, ainda buscam respostas e indenizações por conta da tragédia. Pedindo pela mobilização do governo no caso, eles relataram os desdobramentos e pendências indenizatórias para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga o acidente, presidida pelo senador Jorginho Mello (PL-SC).

Um dos sobreviventes da queda da aeronave, o ex-zagueiro Neto criticou a falta de ação dos órgãos governamentais em prol da resolução das questões envolvendo o desastre.

"Às vezes, fico com raiva de falar desse assunto, em um país que é patriota, que diz lutar pelo seu povo, mas não vê o governo mover uma palha. Se caísse um avião norte-americano no Brasil, e o nosso país estivesse errado, a coisa seria diferente. Nós não representávamos apenas um clube ou uma cidade, nós representávamos um país. A gente não quer nada mais do que o justo, a justiça, e isso passa pelas mãos de todos os que estão em Brasília", declarou.

Lutando pelas indenizações na justiça, cada família impactada pela tragédia pode ter direito a cerca de 4 a 5 milhões de dólares (entre R$ 16 milhões e R$ 21 milhões), segundo os advogados. As seguradoras Aon, Tokio Marine Kiln e Bisa seriam as responsáveis pelas apólices de seguro.



O presidente da Associação Brasileira das Vítimas do Acidente com a Chapecoense (Abravic), Fabiano Porto, apontou as dificuldades financeiras sofridas pelos parentes das vítimas. "Chapecó chora até hoje, assim como o estado e o país. Não vou ficar relatando o drama real de cada um, de cada mãe, de cada esposa, de cada criança, mas quero dizer que o Senado Federal é peça importantíssima no auxílio a todos nós, porque eles estavam representando o Brasil", disse.

Já a presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense (Afav-C), Fabienne Belle, afirmou que os voos realizados pela LaMia ocorriam de maneira inadequada, responsabilizando os órgãos do governo pela permissão concedida à empresa aérea.

"Leis de liberdade do ar foram violadas, e nós recebemos a informação de que somente o piloto foi o culpado. Se isso fosse verdade, não estaríamos aqui hoje. Colocamos nossas esperanças nos desdobramentos desta CPI, porque são três anos carregando uma dor profunda, um sentimento de impunidade marcado nos nossos olhares, que não será diluído com o tempo", completou.

O voo 2933 da LaMia levava a equipe da Chapecoense para a disputa da final da Copa Sul-Americana de 2016, contra o Atlético Nacional. A aeronave, que levava 77 pessoas, caiu no morro El Gordo, a 35 quilômetros do aeroporto de Medellin, na Colômbia, deixando apenas seis sobreviventes.


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