"Febre verde" de Hulk contagia Belo Horizonte - Gazeta Esportiva
"Febre verde" de Hulk contagia Belo Horizonte

"Febre verde" de Hulk contagia Belo Horizonte

Gazeta Esportiva

Por AFP

09/12/2021 às 10:35 • Atualizado: 09/12/2021 às 10:51

São Paulo, SP

Hulk contagia Belo Horizonte: crianças e adultos se pintam de verde em sua homenagem, seu nome se tornou um grito de guerra e ídolos do passado se rendem a ele. O novo super-herói de Belo Horizonte marca gols como nenhum outro no Brasil.

Grande destaque do bicampeonato Brasileiro do Atlético-MG, o atacante - cujo nome verdadeiro é Givanildo Vieira de Souza - conquistou a capital mineira na sua tão esperada volta ao país após 15 anos jogando em clubes da Europa e da Ásia.



Nos arredores do estádio Mineirão, camelôs contam que o boneco do jogador já está escasso. Fruto de como Hulk contagia Belo Horizonte. O que não falta são torcedores com braços, torsos e faces coloridas de verde, como o personagem dos gibis, em homenagem ao camisa 7, artilheiro do campeonato nacional com 19 gols.

Responsável por 30% dos gols do Atlético-MG em sua campanha histórica, o atacante nascido em Campina Grande na Paraíba há 35 anos conseguiu se tornar um ídolo em menos de um ano em Belo Horizonte.



Grito de guerreiro


"Eu acho que ele já é um dos principais ídolos apesar do pouco tempo no clube. Ele é o principal responsável pela conquista do campeonato Brasileiro", explica Mauricio Maoli.

Conhecido como DJ Maoli, este homem de 45 anos criou uma sonoridade que mesclou a torcida com sua figura. Devido à pandemia, os clubes contrataram DJs para definir o clima para os jogos na ausência de público.

Mauricio procurou os gritos dos torcedores por onde o atacante passava até encontrar um, em maio de 2012, quando o brasileiro marcou os gols na vitória do Porto por 2 a 0 sobre o Sporting de Lisboa, pelo Campeonato Português.



O narrador do Estádio do Dragão, casa do Porto, gritou "O incrível!" e os fãs responderam "Hulk!", completando o lema do super-herói.
Maoli cortou o grito "Hulk" em uma plataforma de edição de áudio, duplicou e acelerou, adaptando ao estilo das torcidas brasileiras.

O resultado: vários "Hulk, Hulk, Hulk!" que soaram pela primeira vez no Mineirão no dia 28 de julho, na vitória por 2 a 0 sobre o Bahia, com gol do atacante. O som se tornou comum quando o jogador entrava em campo ou marcava.

"Fiquei surpreso porque, quando a torcida voltou [em meados de agosto], esse grito virou uma febre, como se fosse o grito de um guerreiro”, diz com orgulho.


"Hulk, mamãe e papai"


Samuel tem um ano e cinco meses e só consegue dizer três palavras: “Hulk, mamãe e papai”, ri seu pai, Daniel Reis.

Ao ouvir o nome do atacante que disputou a Copa do Mundo do Brasil em 2014, o bebê move as mãos e imita a pose rude e o grunhido do super-herói.

Assim como o DJ Maoli, Daniel também não tinha visto seu time campeão Brasileiro. Passou a acompanhar os jogos pela televisão com Samuel, encantado com o futebol. Com a reabertura dos estádios, pai e filho compareceram ao Mineirão, onde o bebê ficou conhecido pelo efusivo apoio ao jogador.

Com um boneco e uma máscara do super-herói, e pintada de verde, Samuel foi aos jogos contra América-MG, Fluminense, Corinthians e Bragantino. Em todos, o Galo venceu.

"Acabou virando um amuleto da sorte do campeonato”, brinca Daniel, um instrutor de armamento de 31 anos.


Amor de ídolo


Reinaldo, rei do Galo, garante que a contratação do camisa 7 "é a melhor que o Atlético fez nos últimos anos".

Em seu segundo gol na vitória por 2 a 1 sobre o Fluminense, no dia 28 de novembro, Hulk homenageou o artilheiro e ídolo do Galo, que marcou 255 gols entre 1973 e 1985.

O novo ídolo ergueu o braço direito com o punho fechado na direção da lenda alvinegra, que o observava das arquibancadas do Mineirão, o mesmo estádio onde, com Hulk como titular, o Brasil perdeu por 7 a 1 para a Alemanha em 2014 nas semifinais da Copa do Mundo.



Reinaldo costumava protestar contra a ditadura militar brasileira (1964-1985) ao comemorar seus gols com aquele gesto "revolucionário e socialista", inspirado nos antirracistas Panteras Negras e nos atletas olímpicos americanos John Carlos e Tommie Smith.

"Não sou eu quem estou te abraçando, é a massa do Galo todo", disse o rei atleticano em conversa com a televisão do clube. "Você estará eternamente em nossos corações. Nós te amamos!"

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