"Não. Não vamos recorrer ao uso de desculpas, isso seria muito fácil para nós", respondeu Flick ao ser perguntado se os jogadores poderiam ter perdido o foco diante do embate sobre o uso da braçadeira "One Love" a favor da diversidade e contra a discriminação da comunidade LGBTQIA+.
Na última segunda-feira, a Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão) anunciou que o goleiro e capitão Manuel Neuer não usaria mais a faixa, apesar de ter prometido fazê-lo nos meses que antecederam a competição, por conta de uma proibição da Fifa que previa punições em campo, como a distribuição de cartões amarelos ou vermelhos.
Apenas 24 horas antes do início da partida, a entidade deu entrada em uma ação na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para tentar revogar a proibição, argumentando que a Fifa censurou o uso "de um símbolo de diversidade e direitos humanos".
Ainda que Neuer não tenha usado a braçadeira (ao menos, à mostra), os 11 jogadores da seleção alemã taparam a boca na foto oficial antes da partida como forma de protestar contra a decisão. Simultaneamente, a DFB emitiu um comunicado que dizia: "Negar-nos o uso da braçadeira é o mesmo que nos negar a voz".
Flick reiterou a importância desse ato e afirmou que foi "um sinal dos jogadores que mostra como a Fifa está nos pressionando", mas rejeitou que este tenha sido o motivo da derrota.
O atacante Kai Havertz apoiou a decisão de sua equipe e disse à AFP no final da partida que "era a coisa certa a fazer, mostrar às pessoas que tentamos ajudar onde podemos e que a Fifa não facilita para nós".
Sobre a partida, o treinador alemão pontuou a falta de eficiência de seu time e o desempenho da seleção japonesa. "O Japão tem uma grande equipe, são bem organizados, tecnicamente fortes e bons em nível tático", analisou. "Nós podemos, e devemos, fazer melhor", concluiu.
O próximo confronto da Alemanha será diante da Espanha, neste domingo, pela segunda rodada do Grupo E, que também conta com a Costa Rica.