São Silvestrinha incentiva jovens e inibe o aliciamento do tráfico em Lins - Gazeta Esportiva
São Silvestrinha incentiva jovens e inibe o aliciamento do tráfico em Lins

São Silvestrinha incentiva jovens e inibe o aliciamento do tráfico em Lins

Gazeta Esportiva

Por Edoardo Ghirotto

20/12/2015 às 14:07

São Paulo, SP



Coordenador da equipe de Lins (SP), participante da 22ª Corrida São Silvestrinha 2015, que acontece neste sábado (21), na pista de atletismo do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera, Zona Sul da capital paulista.
David Ribeiro luta para manter jovens no atletismo e combater o aliciamento do tráfico na periferia de Lins (Foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press)


Um programa social implementado na periferia da cidade de Lins, localizada a 380 quilômetros de São Paulo, tem utilizado a São Silvestrinha como um dos incentivos para os jovens se afastarem do tráfico de drogas. Batizada de "Escola Aberta - Campeões para a Vida", a iniciativa municipal promove o atletismo entre crianças e adolescentes e acompanha o desempenho escolar dos atletas mirins para mantê-los longe dos problemas.

O projeto, no entanto, sofre com a ausência de estrutura adequada. A falta de segurança e a negligência do poder público na comunidade de Kumassaka prejudica o trabalho da equipe. "Nossos atletas estão acostumados a correr em uma pista de terra que é toda esburacada. O aliciamento do tráfico de drogas também é muito grande, Existem bocas de fumo do lado do nosso local de treinamento. Muitas vezes os atletas correm com o cheiro de maconha vindo desses lugares", contou David Ribeiro, técnico da equipe que participou da São Silvestrinha.

"Minha maior luta é para tirar esses jovens da rua. Já tive atletas que foram presos e morreram na cadeia. Eu fico com um aperto no coração ao lembrar dessas histórias", prosseguiu o treinador. Apesar das adversidades, Ribeiro conseguiu levar 16 atletas do projeto à 22ª edição da São Silvestrinha. A importância exercida pelo atletismo entre os jovens chega até a inibir a ação dos traficantes entre os adolescentes. "Eles respeitam o nosso trabalho. Não chegam perto de onde treinamos, pois sabem que aliciar os atletas pode estragar o comércio".

Para se certificar de que os atletas estão cumprindo as exigências do programa, Ribeiro diz manter contato com as direções das escolas e acompanhar o histórico de cada jovem. Segundo ele, ter a chance de participar da São Silvestrinha é uma recompensa por todo o esforço demonstrado pelas crianças e adolescentes ao longo do ano. "Essa é uma oportunidade única. Muitos nunca tinham saído de Lins e não conheciam a cidade de São Paulo. Correr nesse piso sintético é outra experiência gratificante para eles", afirmou.

A versão infanto-juvenil da maior corrida de rua da América Latina foi realizada no sábado, no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera. Aproximadamente 1.000 jovens atletas competiram nas 11 categorias estipuladas pela organização. Entre os inscritos constavam participantes de nove Estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Maranhão, Goiás e Mato Grosso do Sul.



 

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