Grupo de Itararé quer "mudar cultura esportiva" com São Silvestrinha - Gazeta Esportiva
Grupo de Itararé quer "mudar cultura esportiva" com São Silvestrinha

Grupo de Itararé quer "mudar cultura esportiva" com São Silvestrinha

Gazeta Esportiva

Por Edoardo Ghirotto

20/12/2015 às 17:02

São Paulo, SP



(Foto: Edoardo Ghirotto/Gazeta Press)
Guilherme Gorski (à dir.) e Wellington Raniery (à esq.) integram o grupo 28 de Agosto (Foto: Edoardo Ghirotto/Gazeta Press)


O grupo 28 de Agosto percorreu os 310 quilômetros que separam São Paulo de Itararé para competir na 22ª edição da São Silvestrinha. Guilherme Marques Gorski, coordenador do grupo de atletas mirins, afirmou que o principal objetivo com a ida à prova é "mudar a mentalidade esportiva" da cidade do interior paulista. Ele crê que o sucesso dos jovens nas corridas de sábado pode impulsionar a prática do atletismo nas escolas e incentivar os pais dos alunos a participarem do dia a dia das instituições de ensino.

"Estamos trabalhando para mudar a cultura e a mentalidade esportiva da cidade. Muitos adultos usam a nossa pista de treinos para fazer caminhada, por exemplo. Eles não enxergam o atletismo como um esporte. Fechamos uma parceria com uma associação de comércio justamente para divulgar nossos feitos na cidade", disse Gorski, que faz trabalho voluntário no grupo 28 de Agosto e atua profissionalmente como coordenador de ensino.

"Começamos a trabalhar em 2006. No início, os alunos das escolas da cidade só queriam saber de futebol. É uma briga desleal entre o atletismo e o futebol, mas a garotada passou a se interessar mais pelas corridas a partir do momento que fizemos excursões para assistir à São Silvestre. Os pais também mudaram muito. Antes eles ficavam receosos, mas agora participam na escola. Os professores enxergam o esporte com outros olhos, porque veem que o aluno mais agitado pode usar a energia que está concentrada para competir", destacou o coordenador.

O esforço de Gorski tem surtido efeito. Paulo Vinicius Holzlsauer de Oliveira, de 14 anos, ficou em primeiro lugar nos 600m da categoria de sua idade na São Silvestrinha. Também estava presente na delegação de Itararé o estudante Wellington Raniery, que está com 22 anos e próximo de concluir a faculdade de educação física. Raniery correu por anos na prova infanto-juvenil e decidiu seguir carreira no meio esportivo por conta do atletismo. "A São Silvestrinha alavancou os meus sonhos e mostrou que eu posso ir mais longe", disse.

"Lá no interior nós não temos contato com toda essa estrutura. Ela serve de motivação para os jovens. As crianças não podem ter um treino profissional, porque não é o ideal, mas através do esporte elas ganham uma perspectiva de conseguir um diploma de ensino superior. Essas atividades tiram os jovens do caminho errado, você se sente um herói só de participar das provas", prosseguiu Raniery, que levou o enteado Wellington Nogueira para correr nesse ano.

A versão infanto-juvenil da maior corrida de rua da América Latina foi realizada no sábado, no Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera. Aproximadamente 1.000 jovens atletas competiram nas 11 categorias estipuladas pela organização. Entre os inscritos constavam participantes de nove Estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Maranhão, Goiás e Mato Grosso do Sul.

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