Um grupo de torcedores do Palmeiras lançou na última quinta-feira um abaixo-assinado contra o cerco armado pela Polícia Militar nas ruas do entorno do estádio Palestra Itália. A medida, apoiada pelo Ministério Público de São Paulo e pela diretoria do clube, proíbe os palmeirenses que não portam ingressos ou os cartões de sócio-torcedor de se aproximarem da arena em dias de jogos.
O cerco foi implementado pela primeira vez na vitória por 2 a 1 contra o Sport, no dia 23 de outubro. A PM voltou a fechar as ruas na vitória por 1 a 0 contra o Inter, no último domingo.
A medida foi implementada pela PM sem aviso prévio. Torcedores em redes sociais reclamaram da postura, já que milhares de palmeirenses costumam assistir aos jogos nos bares da região.
"Por conta do elevado preço dos ingressos para jogos no estádio Allianz Parque, a única possibilidade para milhares de torcedores acompanharem seu time de perto é se reunir nas imediações do estádio, enquanto ouvem em rádios ou assistem pelas TVs dos bares do seu entorno as partidas do seu clube do coração, algo que acontece há décadas na região sem maiores transtornos. O campo de futebol existe naquele local desde 1902", diz o texto do abaixo-assinado.
A diretoria do Palmeiras não quis se pronunciar em um primeiro momento. Mas, antes da partida diante do Inter, o presidente Paulo Nobre disse ser a favor da medida. "Há tempos pedíamos à Polícia Militar e ao Ministério Público que tomassem alguma atitude em relação à Rua Palestra Itália. Havia muitos furtos de celulares e carteiras e muitos cambistas", justificou.
O abaixo-assinado contava com quase 3 mil assinaturas até o fechamento desta reportagem. O planejamento dos palmeirenses é alcançar 10 mil assinaturas.
Outro grupo de torcedores também organizou um evento no Facebook para ocupar a Rua Palestra Itália antes que a PM possa restringir o acesso ao local. A mobilização, prevista para acontecer antes do jogo contra o Botafogo, no dia 20, conta com quase 7 mil confirmações.
