Tom Daley, a consagração olímpica de um ícone gay - Gazeta Esportiva
Tom Daley, a consagração olímpica de um ícone gay

Tom Daley, a consagração olímpica de um ícone gay

Gazeta Esportiva

Por AFP

26/07/2021 às 11:10

São Paulo, SP

Em Pequim-2008, aos 14 anos, Tom Daley chamou a atenção da imprensa por seu talento. Nesta segunda-feira, em sua quarta olímpiada, o saltador inglês conquistou, junto com Matty Lee, seu primeiro ouro olímpico na plataforma de 10 metros dos Jogos de Tóquio. Além do esporte, a figura dele também é mundialmente conhecida por sua visibilidade e ativismo LGBTQIA+.

Tom Daley (à esquerda) celebra a conquista da medalha de ouro ao lado de Matty Lee. (Foto: Oli Scarff/AFP)


No final de 2013, com 19 anos e dois Jogos Olímpicos nas costas, Tom Daley decidiu gravar um vídeo publicado no YouTube para compartilhar uma notícia com seus fãs sobre sua vida pessoal, com o título “Algo que quero dizer”.

“Ao chegar a primavera deste ano, minha vida mudou ao conhecer alguém que me faz sentir feliz. Esse alguém é um homem”, contou no vídeo, com o qual quis responder a “rumores e especulações” sobre sua orientação sexual.

Poucas semanas após a publicação, durante o Natal, ele brincou com sua família sobre a repercussão midiática e posou com um de seus presentes, um avental com as cores do arco-íris e a mensagem “Gay Icon” (“Ícone Gay”).

No início de 2014, foi revelada a identidade deste homem mencionado por ele: o roteirista americano Dustin Lance Black, 20 anos mais velho que Tom e premiado com um Oscar em 2009 pelo roteiro do filme biográfico do ativista LGBT Harvey Milk, dirigido por Gus Van Sant e protagonizado por Sean Penn.




Tom Daley foi eleito “o homem mais sexy do mundo” pela revista Attitude por dois anos consecutivos (2013 e 2014). Em uma entrevista ao veículo, disse esperar que “o vídeo possa ajudar outras pessoas” e que pretende “se casar e ter filhos”.

O casal chamou a atenção da mídia ao compartilhar diferentes aspectos de sua vida cotidiana entre os Estados Unidos e a Inglaterra.

Em 2017, casaram-se no castelo de Bovey, no condado de Devon, onde o saltador nasceu. Um ano depois, tornaram-se pais do pequeno Robbie, que leva o nome do pai de Tom, que morreu de câncer em 2011.

“Me sinto muito feliz por poder ser quem sou abertamente e sem preocupações. Espero que algum dia todos os atletas dos países das Commonwealth possam ser livres para também competirem sendo abertos às pessoas que são”, escreveu no Twitter.

Tom Daley e Matty Lee reagem ao ouro olímpico em Tóquio. (Foto: Oli Scarff/AFP)


Com mais de dois milhões de seguidores no Instagram e quase 900 mil inscritos em seu canal do YouTube, cada gesto que compartilha ganha grande repercussão.

Em paralelo à sua exposição midiática extraesportiva, Tom Daley soube construir uma carreira de sucesso. Ele conquistou três ouros em Mundiais e outros cinco em campeonatos europeus. Agora, soma três medalhas olímpicas: duas de bronze (Londres-2012 e Rio-2016) e a mais importante de toda sua vida, o ouro de Tóquio-2020.

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