Gazeta Esportiva

Recuperado de cirurgia, Augusto Dutra começa preparação para Olimpíadas

Se algum atleta teve motivos para comemorar de forma enfática o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, este é o paulista Augusto Dutra da Silva de Oliveira, campeão brasileiro e sul-americano e medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019 no salto com vara.

Aos 29 anos, o atleta nascido em Marília fez uma cirurgia para a correção da ruptura de um tendão da falange distal do dedo anelar direito, na semana entre o Natal e o Ano Novo de 2019, e precisou ficar mais de um mês sem treinar com vara. Além de perder a temporada indoor, acabou atrasando toda a sua preparação olímpica.

Augusto Dutra comemorou adiamento das Olimpíadas para 2021 (Foto Wagner Carmo/CBAt)

“Não estaria 100% em Tóquio. Agora terei muito mais tempo para me preparar, para chegar à final olímpica e, quem sabe, brigar pelas primeiras colocações”, comentou o atleta, que terminou a temporada do ano passado em 12º lugar no Ranking Olímpico Mundial da World Athletics (ex-IAAF), com os 5,80 m, obtidos na Liga Diamante, em Paris.

Ele machucou o dedo ao resistir a um assalto no centro de São Paulo. Tentou conter o garoto que queria levar seu celular e acabou machucando o dedo ao segurar a blusa do assaltante. “Foi no reflexo, não pensei”, lembra Augusto, que chegou a correr atrás do ladrão, mas foi atrapalhado por outros meninos na Baixada do Glicério. “Voltei a escrever novos capítulos de minha vida, capítulos diferentes”.

Augusto mora agora em Bragança Paulista e aproveita a quarentena para arrumar a nova casa e treinar diariamente. O atleta conseguiu alguns equipamentos numa pequena academia, como pesos e colchonetes, e segue as orientações passadas pela internet pelo técnico Henrique Camargo Martins. “Faço também corridas perto de casa, que é uma área bem tranquila”.

Augusto fez uma boa temporada no ano de 2019 (Foto Wagner Carmo/CBAt)

Qualificado para os Jogos de Tóquio desde 24 de agosto de 2019, quando ficou com a medalha de prata no Meeting de Paris, na França, com 5,80 m, ele pensa no futuro. “Torço para passar logo essa pandemia e as restrições impostas pela contaminação da doença para voltar a treinar com vara”, disse.

A temporada de 2019 foi muito boa para Augusto. Ele ganhou a medalha de prata, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, com 5,71 m. Foi campeão sul-americano, também em Lima, com 5,61 m, e do Troféu Brasil Caixa, em Bragança Paulista, com 5,51 m. No Mundial de Doha, no Catar, foi finalista, terminando em 10º lugar, com 5,71 m. Saltou ao todo seis vezes acima dos 5,70 m.

“Ele está na segunda semana introdutória, que chamamos de base. Está fazendo tudo o que é possível sem os movimentos de vara. Faz peso, argolas e corridas na praça. Está cuidando dos exercícios de potência e resistência”, informou o treinador Henrique. “Hoje estamos imaginando que ele volte a competir em setembro ou outubro. Ele retomou a preparação e até dezembro, quando as competições voltam a contar pontos para o Ranking e valer índices para a Olimpíada, estará bem”, disse o técnico.

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