Com a presença de ex-atletas, COB realiza o 1º Fórum da Mulher no Esporte - Gazeta Esportiva
Com a presença de ex-atletas, COB realiza o 1º Fórum da Mulher no Esporte

Com a presença de ex-atletas, COB realiza o 1º Fórum da Mulher no Esporte

Gazeta Esportiva

Por Redação

18/08/2022 às 23:34

São Paulo, SP

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) realizou nesta quinta-feira o 1° Fórum da Mulher no Esporte, que marcou um ano da criação da área Mulher no Esporte no COB. Realizado no Rio de Janeiro, no Teatro XP, no Jóquei Clube, o evento recebeu personalidades femininas do esporte e contou com palestras e debates sobre a equidade de gênero, a importância do crescimento da mulher no esporte e outros tópicos do tema.

O presidente do COB, Paulo Wanderley, abriu do Fórum e falou sobre o evento e as ações em prol da igualdade.

"O Fórum é uma ação prática da mobilização do COB em relação à equidade de gênero. Esse é um assunto muito importante não só para o ambiente esportivo, e o momento é mais que apropriado. Estamos marcando também a comemoração de um ano da criação da Comissão das Mulheres no COB", disse Paulo Wanderley.

"Estamos atentos às necessidades desse tema. Temos um número de colaboradores mulheres que é maior do que o de homens no COB. Há a necessidade de implementar isso cada vez mais, mas temos feito ações práticas nesse sentido", completou o presidente do COB.

A vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional, Nicole Hoevertsz, realizou uma palestra sobre diretrizes e visões do COI para a equidade de gênero.

"O Fórum se enquadra perfeitamente nos objetivos do Comitê Olímpico Internacional. Fui presidente da ODEPA e da Comissão Mulher e Esporte do COI, e tive a oportunidade de visitar muitos países para passar essa mensagem: necessitamos de mais mulheres em todos os lugares do esporte. Treinadores, atletas, dirigentes, jornalistas. Temos muito o que celebrar, mas também temos o que melhorar. Vamos identificar essas áreas para que juntos possamos evoluir na participação da mulher no esporte", disse.

A representante do escritório da ONU Mulheres no Brasil, Anastasia Divinskaya abordou o posicionamento do órgão para o esporte.

Além disso, durante o evento, foi exibido o relatório da pesquisa “Igualdade e Inclusão da Mulher no Esporte: mapeamento das organizações esportivas nacionais e internacionais", feito pela ONU Mulheres em parceria com o COI e com apoio do COB.
Ex-atletas marcaram presença

Outras palestrantes importantes do Fórumo foram ex-atletas como Natália Falavigna (medalhista de bronze em Pequim 2008 no taekwondoo), Daiane dos Santos (campeã mundial de ginástica artística), Danielle Zangrando (primeira judoca medalhista em Mundial) e Jaqueline Silva (medalhista de ouro em Atlanta 1996 no vôlei de praia). Elas discutiram o papel da mulher dentro do esporte e falaram sobre os obstáculos que enfrentaram em suas carreiras.

"A importância do Fórum é a gente entender que estão acontecendo ações e programas para que exista uma mudança. O COB tem feito essa parte. Mas precisamos pensar daqui pra frente, como vamos transformar as ideias em ações, para ver os resultados acontecendo. E foi bom para trazer o panorama da mulher dentro do esporte", disse Daiane dos Santos, que se emocionou ao falar sobre o apoio dos pais durante sua vida como atleta.

"Já tivemos um avanço, hoje estamos buscando uma equidade de gênero para ter cada vez mais. Precisamos disso pra não ficarmos falando sobre a mulher no esporte, mas sim sobre as vitórias da mulher no esporte", concluiu.

A finalista dos Jogos Olímpicos de Tóquio 1964, Aída dos Santos foi homenageada e recebeu um troféu oferecido pelo COB ao final do evento.

"É muito importante ser homenageada em vida. Quando fala em Olimpíada, eu fico um pouco triste. Foi muito doloroso para mim ser a única mulher da delegação. Sem técnico, sem material para competir, e eu fazia questão de representar bem o Brasil. E todas as modalidades eram só masculino. Quando eu saí daqui, fui com a equipe de vôlei masculino. Me disseram que eu não iria para a final, que eu não tinha condições de ir para final. Vocês não sabem como isso me ajudou. Eu gosto de desafio. Pobre, morando no morro, filha de pai e mãe analfabetos. Sempre fui movida a desafios", disse.

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