Próximo dos Jogos Olímpicos, Tóquio entra em estado de emergência por pandemia - Gazeta Esportiva
Próximo dos Jogos Olímpicos, Tóquio entra em estado de emergência por pandemia

Próximo dos Jogos Olímpicos, Tóquio entra em estado de emergência por pandemia

Gazeta Esportiva

Por AFP

07/01/2021 às 09:53

São Paulo, SP

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou nesta quinta-feira (7) um novo estado de emergência em Tóquio e sua periferia por um mês, devido à pandemia, em um momento em que o arquipélago, e em particular sua capital, registra recordes de contágio.

Faltando pouco mais de seis meses para a abertura programada dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, adiados no ano passado por causa da pandemia, o estado de emergência corre o risco de esfriar ainda mais a população japonesa, em sua maioria a favor de um novo adiamento, ou mesmo cancelamento, dos Jogos Olímpicos.

"Declaramos o estado de emergência", porque "se teme que a rápida disseminação do novo coronavírus por todo país terá um impacto significativo na vida de seus habitantes e na economia", disse Suga durante uma reunião com especialistas.

O estado de emergência, que atinge a capital e três regiões adjacentes, começará na sexta-feira e terá duração de um mês. Outras regiões, Aichi (centro) e Osaka (oeste), devem solicitar sua adesão ao plano.

A região metropolitana de Tóquio, onde vivem quase 37 milhões de pessoas, 30% da população japonesa, concentra a maioria dos novos casos diários registrados em nível nacional.



As medidas afetam, principalmente, bares e restaurantes, que devem parar de servir bebida alcoólica a partir das 19h e fechar as portas às 20h.

O governo também pede aos habitantes que evitem viagens desnecessárias à noite e incentiva as empresas a favorecerem o trabalho remoto, com o objetivo de reduzir os deslocamentos em 70%.

Não está previsto o fechamento das escolas, e eventos públicos serão permitidos, desde que com capacidade máxima para 5.000 espectadores.

"Superar essa provação"


Referindo-se à extensão da pandemia em todo mundo como algo "além do imaginável", Suga disse estar "confiante em nossa capacidade de superar essa provação".

No entanto, "somos obrigados a pedir mais uma vez ao povo que respeite as restrições", acrescentou.

A lei japonesa não prevê penalidades para o descumprimento das instruções, mesmo em estado de emergência, mas o governo está preparando uma mudança na lei para permitir que empresas sejam multadas.

O impacto da pandemia no Japão foi relativamente menor do que em outros países. Desde janeiro de 2020, o país acumula cerca de 3.700 mortes oficialmente registradas. A partir de novembro, porém, o país vive uma terceira onda cada vez mais preocupante.

Mais de 7.500 novos casos foram registrados nesta quinta-feira, incluindo 2.447 em Tóquio, dois novos recordes.

Diante da gravidade da situação, vários especialistas consideraram que medidas mais fortes e por mais tempo são necessárias.

Mas Suga, cada vez mais criticado por sua gestão da crise sanitária, "está mais inclinado a (apoiar) a recuperação econômica", sabendo que o Japão se recupera a duras penas de uma recessão brutal, comentou em conversa com a AFP Masamichi Adachi, economista da UBS Securities.

"Encontrar um equilíbrio entre as preocupações econômicas e de saúde é complicado", acrescentou.

Faltando pouco mais de seis meses para as Olimpíadas de Tóquio 2020, Suga repetiu esta semana que o Japão está mais determinado do que nunca para que elas ocorram, como "prova da vitória da humanidade sobre o vírus".

Os organizadores, que planejavam expor as tochas olímpica e paralímpica em vários locais da capital em janeiro, anunciaram, porém, nesta quinta-feira, o adiamento por tempo indeterminado desses eventos.

O uso das vacinas contra a covid-19 encomendadas pelo Japão ainda não recebeu sinal verde das autoridades locais, mas Suga reiterou que a campanha de vacinação pode começar no final de fevereiro.

O primeiro estado de emergência no Japão no ano passado também visou inicialmente à grande Tóquio, antes de ser estendido a todo território.

Na ocasião, a medida foi capaz de estancar temporariamente a pandemia, mas o número de casos era muito menor do que hoje, e suas restrições, mais draconianas.

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