Cabral afirma ter comprado votos para garantir Olimpíada no Rio em 2016 - Gazeta Esportiva
Cabral afirma ter comprado votos para garantir Olimpíada no Rio em 2016

Cabral afirma ter comprado votos para garantir Olimpíada no Rio em 2016

Gazeta Esportiva

Por Redação

04/07/2019 às 17:33

São Paulo, SP

Sérgio Cabral ainda apontou Carlos Nuzman como articulador do esquema (Foto: AFP)


Nesta quinta-feira, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral afirmou em depoimento ao Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que comprou votos para garantir que a Olimpíada fosse realizada no Rio pelo valor de US$ 2 milhões. Cabral ainda afirmou que Carlos Arthur Nuzman, ex presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), escolheu o presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack, para ser o intermediário do esquema.

A delação faz parte da defesa do ex-governador da estratégia da defesa, que está buscando colaborar com as investigações da operação Unfairplay, na tentativa de diminuir a pena de Cabral. O réu é acusado pelo Ministério Público Federal por um suposto envolvimento em um esquema de compra de votos para garantir os jogos olímpicos no Brasil.

Em depoimento concedido nesta quinta-feira, Cabral relatou que foi procurado por Nuzman em agosto de 2009, no período de organização para a candidatura à sede da Olimpíada. O então presidente do COB marcou um "encontro urgente" para discutir a estratégia da campanha.

"Eu não sabia qual seria a repercussão de um núcleo europeizado muito forte [na votação]. Nessa natureza, o Nuzman vira pra mim e me fala: 'Sérgio, quero te abrir que o presidente da IAAF, Lamine Diack, ele é uma pessoa que se abre pra vantagens indevidas. Ele pode garantir 5 ou 6 votos. Ele quer, em troca, US$ 1,5 milhão'", contou o ex-governador no depoimento divulgado pelo G1.

Em relação à origem dos votos que garantiriam a realização dos jogos olímpicos no Rio, Nuzman teria afirmado que viriam de membros africanos do comitê, além de representantes do atletismo. Após o encontro, Cabral contou que optou por deixar que Nuzman tratasse da negociação, porém também disse que iria conseguir um empresário de confiança para realizar os pagamentos necessários para que o acordo fosse fechado.

"Eu chamei o [empresário] Arthur Soares e falei pra ele da necessidade de conseguir o dinheiro para os votos. Isso foi debitado do crédito que eu tinha com ele. Fui eu que paguei. Eu dei o telefone do Léo [Leonardo Gryner, ex-diretor de operações da Rio 2016] e eles acertaram com esse Papa Diack, filho de Lamine Diack", completou Cabral.

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