Doria nega saída da Fórmula 1 de São Paulo: "Decisão não está tomada" - Gazeta Esportiva
Doria nega saída da Fórmula 1 de São Paulo: "Decisão não está tomada"

Doria nega saída da Fórmula 1 de São Paulo: "Decisão não está tomada"

Gazeta Esportiva

Por Enrico Liberatori*

25/06/2019 às 15:05 • Atualizado: 25/06/2019 às 18:56

São Paulo, SP

Doria negocia a permanência da F1 em São Paulo (Foto:Sergio Barzaghi/Gazeta Press)


A sede do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 a partir de 2021 ainda não foi decidida. Em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado de São Paulo, o governador João Doria  revelou que a categoria negocia com São Paulo e Rio de Janeiro para a assinatura de um novo contrato. O contrato vigente da F1 com São Paulo garante que o GP do Brasil será sediado na capital paulista nas temporadas 2019 e 2020.

Doria disse que não quer desmerecer o Rio de Janeiro e que tem total respeito por Jair Bolsonaro, a quem apoiou na última eleição presidencial, mas afirmou que tem obrigação de defender o estado de São Paulo. "A decisão não está 99,5% tomada. A decisão será tomada", disse Doria, referindo-se à fala do presidente da República na última segunda-feira de que havia 99% de chances de o GP do Brasil ser no Rio de Janeiro a partir de 2021.

O governador fez dura crítica à estrutura do local do possível novo autódromo no Rio de Janeiro, em Deodoro. "Sobrevoem a área, porque vocês não vão conseguir chegar. Não tem estrada para chegar lá. Só a cavalo. Aluguem um helicóptero ou aluguem drones. Não há nada. Absolutamente nada".

Segundo Doria, a ideia é planejar os próximos 20 anos a partir de 2021 em trabalho conjunto do governo do estado, da prefeitura de São Paulo e da organização da Fórmula 1. "Vamos trabalhar com a serenidade necessária para que essa decisão seja madura, definitiva e empresarial", disse o governador paulista.




Prefeito de São Paulo e colega de partido de João Doria, Bruno Covas destacou o retorno financeiro do Grande Prêmio do Brasil - R$ 334 milhões por ano segundo o próprio. Além disso, o prefeito, que assumiu o cargo depois da renúncia de Doria, foi enfático e garantiu a manutenção da Fórmula 1 na cidade com parceria do governo estadual.

Chase Carey, CEO do Liberty Media, grupo que comanda a principal categoria do automobilismo, destacou que está em negociações com Rio de Janeiro e São Paulo para garantir a maior qualidade possível ao GP do Brasil. Segundo os planos do irlandês, corridas terão o mesmo impacto do Superbowl, a final do futebol americano.

Também contrariando o presidente Bolsonaro, que disse que a Fórmula 1 sairia do Brasil caso não negociasse um contrato com o Rio de Janeiro, Carey disse que a categoria quer permanecer no país. "Nossa meta é permanecer no Brasil. Estamos conversando com as duas cidades para decidir o que é melhor para o público".

O CEO mundial da Fórmula 1 também ressaltou que não há pressa na tomada da decisão, já que o contrato vigente dura até 2020. Carey disse que a prioridade da categoria é renovar os contratos com expiração mais próxima, como o Grande Prêmio da Grã-Bretanha, cujo contrato com Silverstone termina em 2019.

GP do Brasil será em Interlagos até 2021 (Foto: Divulgação)


Na última segunda-feira, em Brasília, Jair Bolsonaro se reuniu com Chase Carey ao lado do governador fluminense Wilson Witzel. Depois do encontro, o presidente da República praticamente garantiu que o Rio de Janeiro sediaria o GP do Brasil a partir de 2021. Carey, porém, disse que ainda haveria negociação com São Paulo.

Alguns pilotos e ex-pilotos da Fórmula 1 já se manifestaram contrários à mudança. Tetracampeão da categoria, o alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, lamentou a possibilidade de Interlagos não sediar uma corrida a partir de 2021, ressaltando a história da pista. Já o brasileiro Felipe Massa disse que o Rio de Janeiro tem outras necessidades que não a construção um novo autódromo.

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