Gazeta Esportiva

Bia Haddad Maia não vê euforia como obstáculo, mas revela ansiedade durante estreia em Wimbledon

Bia Haddad Maia

(Foto: Glyn Kirk/AFP)

Recentemente, a brasileira Beatriz Haddad Maia vem somando triunfos no tênis. Durante o mês de junho, a atleta conquistou três troféus na grama, na Inglaterra, e atingiu a melhor colocação de uma tenista brasileira na história do ranking do WTA. No entanto, em meio a tantas comemorações, o final da passagem pelas quadras inglesas ficou com um sabor amargo após a eliminação precoce no aberto de Wimbledon.

Em sua estreia na atual edição do torneio, Bia Haddad chegou em momento efervescente após as conquistas no WTA 250 de Nottingham – simples e duplas com Zhang Shuai – e no WTA 250 de Birmingham – simples. No entanto, em sua primeira partida, a brasileira foi derrotada pela eslovena Kaja Juvan por 2 sets a 1, com parciais de 6/6, 4/6 e 6/2.

Após o jogo, Beatriz lamentou um perfil mais “conservador” adotado durante a partida e relatou que poderia ter sido mais agressiva. Contudo, ela não vê a euforia das vitórias recentes como um fator que possa ter afetado sua maneira de jogar na estreia em Wimbledon.

“Eu acho que quando a gente fala de momento abalado, ou de expectativa, quando as pessoas falam de fora, isso não é algo que acaba me atingindo diretamente, porque, realmente, o meu dia a dia é construído com as pessoas que eu tenho mais contato no dia a dia. Então, a nossa expectativa, a nossa cobrança e o que a gente sabia que a gente poderia fazer, a gente tinha muito claro. Então, em termos de se surpreender, de estar extremmanete feliz ou de se abalar, talvez sair de foco por conta dos resultados, acho que não. Eu acho que, realmente, é porque eu me sentia confiante, eu me sentia bem para jogar”, disse a tenista.

“Eu realmente não consegui lidar com essa ansiedade, mesmo. Eu acho que o fato de eu ter perdido o Wimbledon, mais uma vez me deixou claro que eu tenho que ser, cada vez mais, uma jogadora agressiva. A gente sabe que jogadores agressivos cometem erros e que, talvez, naquele dia eu deveria ter corrido um pouco mais de risco e talvez teria que ter enfrentado um pouco mais esses sentimentos que eu estava sentindo no jogo e ter sido um pouco mais corajosa”, concluiu Bia Haddad analisando sua forma de jogar e mostrando o que pôde ser aprendido com a derrota.

Ainda sobre lidar com o entusiasmo externo, Beatriz afirmou não se abalar com comentários e, inclusive, evitar ler comentários e notícias para se blindar. Ainda assim, ela valorizou o momento.

“Eu vou ser bem sincera, eu acho que eu estou falando de coração mesmo. Desde que eu ganhei meu primeiro título no saibro ainda, eu não abro matéria. Eu não leio coisas sobre mim, eu tento não ficar buscando essa aprovação, aceitação, elogio e toda hora essa badalação de fora. São coisas que são bacanas, é o reconhecimento do trabalho e eu fico feliz e muito satisfeita de poder dar essa felicidade para as pessoas, para os brasileiros – eu acho que o brasileiro é muito competitivo, ele gosta muito de ganhar – só que eu já passei um momento muito duro na minha carreira, na minha história e, nesses momentos, é muito difícil aguentar e eu acho que, quando você tem equilíbrio na vitória, é mais fácil de você conseguir, também, um equilíbrio em um momento difícil”, revelou.

Confiante no circuito feminino

Em 2022, o circuito do tênis feminino tem mais uma grande etapa pela frente. Em agosto, inicia-se o US Open, torneio disputado em quadra dura que encerra, por ora, o calendário da temporada. Com isso, Bia Haddad tem outros desafios por vir, mas vê a disputa equilibrada, fator que dá confiança para a brasileira.

“Eu acho o circuito feminino aberto. Com certeza, hoje, em qualquer torneio, se você pega as 32, 64, 128, independente da chave, qualquer menina pode ganhar de qualquer menina. Eu acho que o circuito, hoje, ele deixa algo especial que é realmente a oportunidade de qualquer mulher ir lá e testar, realmente, a sua convicção, de ir lá e entrar num torneio e conseguir fazer coisas grandes”, avaliou a brasileira.

“Isso me dá confiança de que, se eu consigo fazer semanas grandes, no saibro e na grama, que eu realmente posso ter a tranquilidade de trabalhar meu tênis, de buscar correr riscos em alguns momentos, de construir um tênis agressivo para que, sim, eu possa ter chances de enfrentar qualquer uma. Isso me dá confiança”, concluiu.

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