O Ginásio do Ibirapuera ganhou ares da Copa Davis na noite desta sexta-feira. Eliminado por João ‘Feijão’ Souza nas quartas de final do Aberto do Brasil, o argentino Leonardo Mayer reclamou do comportamento da torcida em São Paulo, e foi rebatido pelo tenista local.
“Em nenhum outro lugar no mundo a torcida é tão desrespeitosa quanto aqui. Que bom que são apenas dois torneios (ATP 250 de São Paulo e 500 do Rio de Janeiro) e depois não precisamos mais voltar pra cá”, afirmou o argentino em entrevista à ESPN Brasil.
No terceiro set da partida, com gritos e gestos dentro da quadra, Feijão procurou mexer com a torcida. Inflamado pelo jogador brasileiro, o público passou a apoiar de forma mais intensa e foram ouvidos alguns insultos ao tenista argentino, chamado de “maricón”.
“Se vocês forem para outros lugares fora do Brasil, vão ver que ninguém fica só batendo palminhas, é normal. É um estádio fechado, o barulho é maior e ele enfrentava um atleta da casa. Já passei por isso várias vezes”, minimizou Feijão quando questionado sobre as críticas de Mayer.
Como exemplo, o brasileiro citou a própria derrota no ATP 250 de Kitzbuhel 2014 diante do austríaco Dominic Thiem. “A galera fez as mesmas coisas. Quando eu errava o primeiro saque, todo o mundo falava, fazia sons com a boca. Em todo lugar é assim. Sempre que perdem falam que a torcida atrapalhou”, alfinetou.
“Gostaria de enfrentar o Feijão na Argentina, pela Copa Davis. Pelo menos o público lá é mais educado e entende do esporte. Aqui há muita gente que não entende de tênis”, reclamou Mayer, melhor representante de seu país no ranking mundial (é o 30º colocado).
Feijão, segundo melhor do Brasil na lista da ATP (110º), também se referiu a um hipotético duelo como visitante. “Ele queria que a torcida estivesse do lado dele? Quando eu for jogar na Argentina contra um argentino, acham que vão ficar quietinhos e não vão aplaudir meus erros? Duvido! Aposto que não”, afirmou.