Gazeta Esportiva

COI critica execução do lutador iraniano Navid Afkari

Protesters wave the Lion and Sun flag of the National Council of Resistance of Iran and the white flag of the People's Mujahedin of Iran, two Iranian opposition groups, with placards depicting the crossed out faces of Iran's President Hassan Rouhani (R) and Supreme Leader Ayatollah Ali Khamenei (L) as they demonstrate outside the Iranian embassy in London on September 12, 2020 against the execution of Iranian wrestler Navid Afkari in the southern Iranian city of Shiraz and against the Iranian government. - Iran said it executed wrestler Navid Afkari, 27, on September 12, 2020 at a prison in the southern city of Shiraz over the murder of a public sector worker during anti-government protests in August 2018. Reports published abroad say Afkari was condemned on the basis of confessions extracted under torture, prompting online campaigns of support for his release. (Photo by JUSTIN TALLIS / AFP)

O Comitê Olímpico Internacional (COI) ficou “chocado” neste sábado com a execução do lutador iraniano Navid Afkari, condenado à morte pelo assassinato de um funcionário público durante as “revoltas” de 2018, reagiu a entidade sediada em Lausanne (Suíça).

“É profundamente lamentável que os apelos de atletas de todo o mundo, e todo o trabalho do COI, com o Comitê Olímpico Iraniano, a Federação Internacional de Luta Livre e a Federação Iraniana de Luta Livre, não tenham alcançado seu objetivo”, lamentou o COI.

(Foto: JUSTIN TALLIS / AFP)

O órgão esportivo internacional se solidarizou com “a família e os amigos” do lutador executado neste sábado.

“A execução do lutador iraniano Navid Afkari é uma notícia muito triste”, indicou o comitê, através de um comunicado enviado à imprensa.

“Respeitando a soberania da República Islâmica do Irã”, o presidente do COI, o alemão Thomas Bach, “fez um apelo esta semana ao Líder Supremo e ao presidente do Irã em cartas separadas”, e “pediu clemência para Navid Afkari”.

De acordo com a autoridade judicial iraniana, Afkari, 27 anos, foi condenado por “homicídio culposo” de um funcionário da empresa pública de águas de Shiraz, que morreu esfaqueado em 2 de agosto de 2018.

Assim como outras cidades do Irã, Shiraz foi cenário em 2 de agosto de 2018 de manifestações contra o governo e a situação econômica e social do país.

A sentença de “qesas”, ou seja a “lei de talião”, uma pena de “retribuição”, foi executada neste sábado na penitenciária de Shiraz, sul do país, informou o procurador-geral da província, Kazem Musavi, à televisão estatal.

A pena de morte foi aplicada “por insistência da família da vítima”, acrescentou.

De acordo com o advogado de Afkari, Hasan Yunesi, no domingo estava programada uma reunião com a família da vítima para “pedir perdão” e evitar a aplicação da pena de morte.

O veredicto foi polêmico e o apoio à clemência se multiplicou no Irã e em outros países após a publicação de informações de que o lutador de 27 anos havia sido condenado após confissões extraídas por meio de tortura.

A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional (AI) expressou na sexta-feira que Afkari e seus dois irmãos, condenados a longas penas de prisão no mesmo caso, são “as vítimas mais recentes do defeituoso sistema de justiça do Irã”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu clemência ao Irã por uma “grande estrela da luta … que não fez nada além de participar de uma manifestação antigovernamental”.

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